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Estado de Minas

Secret�rio do Tesouro Nacional admite que pa�s deve crescer menos

Em meio a novo tombo nas bolsas no mundo, com o temor da epidemia, Mansueto Almeida diz que o Brasil tamb�m ser� afetado se o planeta tiver expans�o menor


postado em 28/02/2020 04:00 / atualizado em 28/02/2020 08:45

(foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)
(foto: Marcelo Camargo/Ag�ncia Brasil)

Bras�lia – A chegada do novo coronav�rus ao Brasil deve afetar as proje��es do crescimento do governo para baixo e piorar as proje��es da d�vida p�blica, de acordo com o secret�rio do Tesouro, Mansueto Almeida, caso a desacelera��o da economia global seja muito acentuada.

 

Ao admitir o impacto da epidemia sobre a economia, ele confirmou o temor de perdas dos investidores, que varreu os mercados acion�rios no Brasil e no mundo, novamente ontem. O �ndice Ibovespa, das a��es mais negociadas na bolsa brasileira, a B3, encerrou o preg�o aos 102.983 pontos, com recuo de 2,59%. O indicador teve o maior recuo para um �nico dia desde 17 de maio de 2017, quando havia ca�do 8,8% ap�s a divulga��o de conversas comprometedoras do ent�o presidente Michel Temer.

''Se o PIB mundial crescer menos, isso afetar� o do Brasil e, portanto, afetar� a rela��o d�vida-PIB''

Mansueto Almeida, secret�rio do Tesouro Nacional


O d�lar operou em alta durante toda a sess�o de ontem. Na m�xima do dia, por volta das 11h40, a cota��o chegou a R$ 4,50. A divisa desacelerou no in�cio da tarde e chegou a R$ 4,45 por volta das 15h30, mas operou ao redor de R$ 4,47 nas horas finais de negocia��o. Desde o come�o do ano, a moeda norte-americana acumula valoriza��o de 11,52%. O euro comercial fechou o dia vendido a R$ 4,924, com valoriza��o de 1,63%.

“O coronav�rus afeta a proje��o de d�vida do pa�s porque, para ela cair, � preciso haver um crescimento do Produto Interno Bruto (PIB, o conjunto da produ��o de bens e servi�os do pa�s). Se o PIB mundial crescer menos, isso afetar� o do Brasil e, portanto, afetar� a rela��o d�vida-PIB”, explicou o secret�rio Mansueto Almeida. Para ele, a epidemia � um novo fen�meno de risco e, certamente, vai impactar os pre�os das commodities (produtos agr�colas e minerais cotados no mercado internacional) e na expans�o da economia global, porque j� est� vendo uma redu��o nas proje��es de lucro das empresas.

“� preciso estarmos preparados. Antes, a extens�o era incerta, mas agora temos um movimento mais difuso da doen�a a partir da Europa. � preciso ver como ser� essa evolu��o. O mundo todo est� observando isso”, disse Mansueto Almeida. O secret�rio lembrou que os mercados acion�rios j� est�o reagindo a tudo isso, com as bolsas caindo e os investidores correndo para pa�ses onde h� mais seguran�a para o investimento.

De acordo com Mansueto, “n�o ser� poss�vel ver uma estabiliza��o da d�vida p�blica neste governo”. O Tesouro apresentou ontem novas proje��es para a d�vida p�blica prevendo aumento da taxa em rela��o ao PIB neste ano. Depois de cair pela primeira vez desde 2013, para 75,8%, em 2019, a d�vida p�blica bruta voltar� a subir em 2020.

A taxa de propor��o frente ao PIB deve passar para 77,9%, neste ano, e continuar� registrando altas at� 2023, quando atingir� o pico de 79,4%, de acordo com as proje��es do Tesouro. No entanto, esse dado depende de uma nova revis�o nas estimativas devido aos efeitos na economia do avan�o do coronav�rus, que poder� piorar.

Mansueto lembrou que a queda da d�vida bruta em 2019 foi decorrente da venda de reservas do Banco Central, antecipa��o de devolu��es do Banco Nacional de Desenvolvimento Econ�mico e Social (BNDES), de mais de R$ 100 bilh�es, quando o esperado era de apenas a quantia de R$ 26 bilh�es. Apenas essas duas medidas evitaram que a d�vida bruta ultrapassasse 80% do PIB no ano passado, segundo ele, reduzindo a rela��o em 3 pontos percentuais.

Pelas proje��es do Tesouro, a trajet�ria da d�vida l�quida mostra piora maior do que a bruta, porque ela continuar� crescendo por um per�odo mais longo, chegando ao pico de 66,4% em 2025. Com isso, ela volta a patamares muito parecidos aos de 2002, mostrando que o pa�s precisa continuar fazendo ajuste fiscal, caso contr�rio a d�vida ainda corre o risco de explodir.

Leil�o de d�lares 


Em mais um dia de tens�o por causa do impacto do novo coronav�rus sobre a economia, o mercado financeiro voltou a registrar turbul�ncias. Em alta pela s�tima sess�o seguida, o d�lar voltou a fechar no maior valor nominal desde a cria��o do real. Ontem, o d�lar comercial encerrou a sess�o vendido a R$ 4,475, com alta de R$ 0,031 (0,7%). Depois de registrar a maior queda di�ria em quase tr�s anos, a bolsa voltou a cair.

O Banco Central (BC) vendeu, nos primeiros minutos de negocia��o, US$ 500 milh�es em contratos de swap cambial – que equivalem � venda de d�lares no mercado futuro – e anunciou um leil�o de US$ 1 bilh�o para hoje. Mesmo assim, os an�ncios foram insuficientes para segurar a alta do d�lar. (Com ag�ncias)

 
Ações em Wall Street, nos EUA, desenharam pior semana em 12 anos(foto: Johannes Eisele/AFP)
A��es em Wall Street, nos EUA, desenharam pior semana em 12 anos (foto: Johannes Eisele/AFP)

Lembran�a da crise de 2008


Nova York – Wall Street despencava no in�cio da sess�o de ontem, caminhando para a pior semana desde a crise financeira de 2008, enquanto a progress�o global do novo coronav�rus aterroriza ainda mais os investidores, que preferem ativos considerados menos arriscados. Por volta das 15h40 GMT (12h40 de Bras�lia), seu principal �ndice, o Dow Jones Industrial Average, ca�a 3,33% e o S&P 500, que representa as 500 maiores empresas de Wall Street, tombou 3,44%.

O Dow Jones e o S&P 500 registraram v�rias sess�es consecutivas em decl�nio. O Dow Jones caiu mais de 10% em rela��o ao seu recorde, alcan�ado no �ltimo dia 12. O Nasdaq, com forte colora��o tecnol�gica, ca�a 3,92% at� o come�o da noite. Foram as perdas semanais mais pesadas para os principais �ndices de Nova York desde o pico da crise financeira global no outono de 2008.

Um sinal da avers�o ao risco de mercado, a taxa de 10 anos dos t�tulos do Tesouro americano continuava a evoluir perto de seu m�nimo hist�rico, em 1,259%. No entanto, de acordo com Art Hogan, da institui��o financeira National, esse n�vel n�o � “um indicador de uma recess�o, mas o sinal de uma corrida por ativos mais seguros, como ouro, d�lar ou a��es que geram altos dividendos”.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, quis expressar confian�a na quarta-feira � noite, dizendo que uma dissemina��o em larga escala do novo coronav�rus no pa�s n�o � inevit�vel. Mas, o Centro de Controle e Preven��o de Doen�as dos Estados Unidos (CDC) anunciou um primeiro caso de “exposi��o desconhecida” na Calif�rnia. Essa pessoa n�o viajou para as �reas de risco nem entrou em contato com outro paciente.

At� agora, mais de 78 mil pessoas foram infectadas na China, incluindo cerca de 2.800 fatalmente. O coronav�rus tamb�m afeta dezenas de outros pa�ses, com uma estimativa de 3.600 infec��es e mais de 50 mortes. Al�m do n�mero de mortos, os observadores est�o cada vez mais alarmados com as consequ�ncias econ�micas da epidemia. 


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