
Para contornar o problema, conforme Guedes, o governo est� trabalhando para que o dinheiro chegue diretamente a quem precisa: fam�lias e empresas. "Come�amos agora a dar dinheiro na veia, direto para as empresas", afirmou o ministro.
Na �ltima sexta-feira, o governo anunciou a assinatura de Medida Provis�ria (MP) que permite a libera��o de R$ 40 bilh�es, no per�odo de dois meses, a empresas com faturamento anual entre R$ 360 mil e R$ 10 milh�es. Este cr�dito, com taxa de 3,75% ao ano, servir� para o financiamento da folha de pagamentos das empresas.
Como 85% dos recursos (R$ 34 bilh�es) ser�o bancados pelo Tesouro Nacional, o risco da opera��o, para as institui��es financeiras, caiu. O mecanismo favorece que o dinheiro chegue, de fato, �s empresas. Os demais 15% (R$ 6 bilh�es) ser�o provenientes dos bancos. O Banco Nacional de Desenvolvimento Econ�mico e Social (BNDES) ser� o respons�vel por repassar os recursos �s institui��es financeiras, que far�o a libera��o da linha aos clientes.
Esta deve ser, no entanto, apenas a primeira maneira do governo para fazer com que dinheiro de cr�dito irrigue a ponta final. Tanto Guedes quanto o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, tem sinalizado a inten��o de adotar mais medidas neste sentido.
Desde o fim de fevereiro, o BC j� anunciou a libera��o de R$ 135 bilh�es em compuls�rios. O compuls�rio corresponde a um recolhimento, feito pela autarquia, de parte dos recursos dos clientes depositados nos bancos. Com ele, o BC controla a quantidade de dinheiro em circula��o na economia e forma "colch�es de liquidez" para momentos de necessidade de recursos pelos bancos. Nas �ltimas semanas, em meio � crise, o BC liberou os compuls�rios para manter a liquidez dos bancos.
Bancos est�o temerosos
Na noite do s�bado, em uma videoconfer�ncia promovida pela XP Investimentos, Campos Neto reconheceu que os bancos no Brasil est�o "com medo" de conceder cr�dito, em fun��o dos impactos da pandemia do novo coronav�rus sobre a economia brasileira.Ao mesmo tempo, Campos Neto afirmou que o BC far� uma fiscaliza��o "grande" sobre os recursos que est�o sendo liberados �s institui��es financeiras. "Estatisticamente, temos que dar resposta sobre quanto entrou em cada setor (da economia)", afirmou. "Queremos construir uma estat�stica que seja transparente sobre o que estamos fazendo."
Durante sua participa��o no evento virtual, Campos Neto tamb�m afirmou que est� em fase de elabora��o no BC uma nova libera��o de compuls�rios aos bancos, para irrigar o sistema.
Esta libera��o, no entanto, pode seguir regras diferentes. Durante a tarde, Guedes afirmou, na conversa com os varejistas, que a redu��o de compuls�rios a partir de agora "ter� que ser focada no emprego e no capital de giro". "Os projetos ser�o mais localizados. Se liberar s� compuls�rio, o dinheiro empo�a mesmo", comentou.