postado em 12/04/2020 12:31 / atualizado em 12/04/2020 17:18
Restaurante Casa dos Contos, na Regi�o da Savassi: 12 funcion�rios, entre atendentes e motoboys, mobilizados para o atendimento via delivery (foto: Gladyston Rodrigues/EM D.A. Press)
Os restaurantes de Belo Horizonte atravessam um dos feriados mais lucrativos do ano para segmento fechados por for�a do decreto municipal 17.328/2020, mas com intenso movimento na cozinha. Donos de estabelecimentos tradicionais da cidade relatam aumento significativo da demanda por delivery durante a Semana Santa, com pico de atendimentos neste domingo de P�scoa (12), o que deve representar algum al�vio no combalido or�amento das empresas, afetado pelo isolamento social imposto pela pandemia de coronav�rus.
No restaurante Casa dos Contos, que funciona h� 45 anos na regi�o da Savassi, a propriet�ria Maria Leonor Xavier comemorava o registro de 50 encomendas antes do meio-dia. “Ainda n�o come�amos a receber pedidos pelo Ifood, iniciamos ao meio-dia. Estou otimista porque o movimento de entregas foi muito bom no s�bado (11). Diria que foi um s�bado quase t�o bom quanto os normais, em que a gente abria a casa. Se o domingo seguir nesse ritmo, est� �timo”, comentou.
Entre os pratos de maior sa�da do card�pio, a empres�ria listou o cl�ssico fil� surprise (R$ 148, para at� 4 pessoas) e o fil� � parmegiana (R$ 117, serve at� 2 pessoas). “J� Sexta-feira da Paix�o, nosso campe�o foi o bacalhau � lagareira (R$ 147, para 2 pessoas)”, disse Maria Leonor. Para gerenciar os pedidos deste domingo, ela mobilizou cerca de 12 funcion�rios. “Dois para despachar as entregas por telefone, dois para administrar os aplicativos, e oito motoboys”.
"Esperamos um aliviozinho"
Especializado na culin�ria italiana, o restaurante Nonna Carmela tamb�m aposta nos almo�os em fam�lia do feriado para amenizar as perdas provocadas pelo decreto de quarentena da COVID-19. Um dos s�cios do empreendimento, Noraldino Ballesteros, diz
"Trabalhamos basicamente para nos manter", afirma Noraldino Ballesteros, dono do restaurante italiano Nonna Carmela (foto: Paulo Filgueiras/EM/DA Press)
que, antes da pandemia de coronav�rus, a P�scoa costumava significar aumento de 30 a 40% nos lucros.
“Hoje, o que esperamos � um aliviozinho. Trabalhamos basicamente para nos manter. Para n�o quebrar. O movimento por aqui caiu 88%”, afirma. Segundo o empres�rio, por volta das 11h30, a cozinha j� trabalhava na prepara��o de 14 pratos. “Os de maior sucesso por aqui s�o a lasanha, o canelone e a bacalhoada”.
Proje��es pessimistas
Apesar dos ganhos proporcionados pela Semana Santa, o cen�rio projetado pela seccional em Minas Gerais da Associa��o Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel-MG) para o setor nos pr�ximos 30 dias � catastr�fico. Conforme afirmou o diretor da entidade Ricardo Rodrigues ao Estado de Minas no fim de mar�o, os estabelecimentos da Grande BH, que empregam cerca de 120 mil trabalhadores, prev�em demiss�es de at� 50% de pessoal at� o fim de maio.
Na avalia��o da Abrasel, o distanciamento social adotado para evitar a propaga��o da COVID-19 � especialmente prejudicial as empresas do setor, j� que a maior parte delas � de pequeno porte.
Em �mbito nacional, a previs�o de cortes na for�a de trabalho tamb�m � de 50%. Segundo o presidente executivo da Abrasel, Paulo Solmucci, dos 6 milh�es que trabalham em bares e restaurantes em todo o Brasil, 3 milh�es devem perder os empregos at� maio.