
Em mar�o, as pesquisas da FGV j� haviam registrado fortes quedas na confian�a, de consumidores e de empres�rios, por causa da pandemia. Por isso, para as sondagens de abril, que ser�o divulgadas na pr�xima semana, foram elaboradas quest�es espec�ficas sobre a nova crise econ�mica. Com 85% das entrevistas j� feitas, a FGV fez uma pr�via dos resultados.
Entre os consumidores, 79,1% disseram que est�o comprando apenas o essencial. Na m�dia geral, apenas 15,4% do total de entrevistados responderam que, "por enquanto, n�o foram afetados".
O pesquisador Rodolpho Tobler, do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre) da FGV, afirmou que a quantidade de respostas dando conta de que os or�amentos familiares n�o foram afetados poder� diminuir. A pergunta espec�fica questionou sobre a situa��o financeira das fam�lias. Aquelas cuja renda vem do emprego com carteira assinada ou de aposentadorias tendem a n�o ser afetadas num primeiro momento.
"� um retrato de abril, mas as coisas podem mudar muito r�pido", afirmou Tobler, lembrando que as fam�lias ainda poder�o ser atingidas pelo desemprego ou por quedas na renda por conta da redu��o de sal�rios.
Tanto que apenas 10,6% dos mais pobres disseram que ainda n�o foram afetados pela crise econ�mica. Nessas fam�lias, muitas vezes dependentes da renda de trabalhos informais, o impacto da crise chega logo, lembrou Tobler. Entre as fam�lias mais ricas, 20,6% disseram que n�o foram afetados.
Tobler chamou aten��o para o fato de que 67,8% dos consumidores disseram acreditar que a economia brasileira voltar� ao normal apenas depois de seis meses. Isso sinaliza para uma lenta recupera��o da economia. "Mesmo com a abertura do com�rcio, com a volta da vida normal, a recupera��o da atividade n�o vai acontecer de uma hora para outra."
Nas pesquisas sobre a confian�a empresarial, chamou a aten��o o pessimismo da constru��o civil. Entre os entrevistados do setor, 94,3% responderam que a crise ter� impacto "negativo ou muito negativo", superando o setor de servi�os, com 91,7% - nos segmentos de alojamento, servi�os de transporte rodovi�rio e obras de acabamento, mais de 75% das empresas consideram que foram afetadas muito negativamente.
As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.