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Estado de Minas LEONARDO ROLIM

Presidente do INSS: 'A �gua estava no n�vel do nariz. Agora, j� baixou'

Tr�s meses ap�s crise, fila do INSS ainda � de mais de 1 milh�o de pedidos, mas presidente do �rg�o ressalta melhora desde que assumiu o posto. E conta que um dos maiores imprevistos � o aumento na procura por aux�lio-doen�a: ''Pedidos saltaram de 100 mil para 500 mil''


postado em 10/05/2020 15:55 / atualizado em 10/05/2020 16:45

''A gente avançou muito. Todas as filas têm reduzido bastante. Devo ter menos de 300 mil processos com mais de 45 dias que ainda não foram analisados. Só que tenho quase 900 mil em exigência. Então, a fila toda ainda passa de 1 milhão'' (foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)
''A gente avan�ou muito. Todas as filas t�m reduzido bastante. Devo ter menos de 300 mil processos com mais de 45 dias que ainda n�o foram analisados. S� que tenho quase 900 mil em exig�ncia. Ent�o, a fila toda ainda passa de 1 milh�o'' (foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Ag�ncia Brasil)
O presidente do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), Leonardo Rolim, assumiu o posto em 29 de janeiro, praticamente um m�s antes do registro do primeiro caso de COVID-19 no Brasil. Diante da pandemia, por�m, o maior desafio do �rg�o continua sendo o mesmo, passado de gest�o em gest�o: diminuir o estoque de mais de 1 milh�o de pedidos de benef�cios sem resposta. Em entrevista, Rolim garante que o n�mero caiu, apesar dos obst�culos inesperados. “A �gua estava no n�vel do nariz. Agora, j� baixou”, diz.

Ex-secret�rio de Previd�ncia no Minist�rio da Economia, ele n�o foi pego de surpresa com as pend�ncias, mas se deparou com imprevistos, como o aumento na procura por aux�lio-doen�a durante a pandemia. O n�mero de pedidos saltou de aproximadamente 100 mil para cerca de 500 mil, conta.

Outra situa��o que preocupa � a do Benef�cio de Presta��o Continuada (BPC), principalmente a parcela que � paga a deficientes de baixa renda. Enquanto parlamentares buscam ampliar o alcance do aux�lio, o que custaria R$ 20 bilh�es a mais por ano, o INSS tem pago parte dele antes de concluir a an�lise dos pedidos, para tentar poupar os mais pobres durante a crise. A d�vida � se essas pessoas ficar�o desassistidas quando passarem os tr�s meses de antecipa��o.

Rolim garante que o BPC ter� prioridade na fila e que o problema ser� resolvido a tempo. Ele espera que o estoque todo seja analisado “bem antes” de outubro, mas sabe que o aumento da procura por per�cias m�dicas quando as ag�ncias abrirem novamente as portas, o que � previsto para acontecer em 22 de maio, pode dificultar a tarefa. “Quando voltar ao atendimento presencial, vai ter uma fila boa para os peritos”, admite. Veja os principais trechos da entrevista:

Entre as a��es anunciadas durante a pandemia, o INSS prometeu antecipar o 13º sal�rio dos pensionistas e aposentados e dar melhores condi��es para empr�stimos consignados. Quanto j� foi injetado na economia para essas medidas?
Em torno de R$ 50 bilh�es com antecipa��o de sal�rios. J� terminamos de pagar a primeira parcela, agora, na folha de abril. A segunda sair� na folha de maio. N�o � despesa extra, porque era um valor que j� seria gasto no ano. Mas � um dinheiro a mais no momento da emerg�ncia. O aumento no n�mero de parcelas e a redu��o de juros de consignado devem colocar mais uns R$ 15 bilh�es na economia neste momento. Isso � feito pelos bancos.

E quanto ser� destinado � antecipa��o de R$ 600, por tr�s meses, do Benef�cio de Presta��o Continuada (BPC) a pessoas com defici�ncia que estavam na fila?
O valor estimado � de R$ 360 milh�es. A gente j� processou em torno de 140 mil antecipa��es. Mas deve ter um n�mero maior, porque algumas pessoas ficaram em exig�ncia. Ou seja, t�m pend�ncias cadastrais. A gente espera poder estender o benef�cio a elas.

O que falta?
Tem um grupo em torno de 30 mil com problemas cadastrais simples. Pessoas com defici�ncia menores de idade que n�o informaram quem � o respons�vel legal, por exemplo. Mas tem outro grupo com problema no Cadastro �nico (Cad�nico, usado pelo governo federal para pagamento de benef�cios assistenciais). Nesses casos, n�o sei se vamos ter como atender durante a emerg�ncia. Esse � um n�mero bem maior, mais de 200 mil pessoas.

Essas pessoas n�o poder�o receber a antecipa��o?
�. Para essas, a gente n�o vai conseguir antecipar.

O INSS paga retroativo, quando a pessoa resolve a pend�ncia e tem o cadastro aprovado?
Sim. Quando for feito, l� na frente, o acerto de contas, ele vai receber o BPC desde a data que pediu. A antecipa��o � feita em at� tr�s parcelas. Falo at� tr�s porque, se a gente conseguir avaliar o pedido de concess�o antes de pagar a terceira, a antecipa��o � convertida no benef�cio. A pessoa passa a receber o valor de um sal�rio m�nimo (R$ 1.045) por m�s, que � o BPC, e recebe o retroativo � data que ele pediu o benef�cio, descontado o que recebeu de antecipa��o. Se a pessoa requereu em janeiro e foi concedido em junho, ela recebeu antecipa��o de abril e maio. Dois meses, n�o tr�s. Mas tinha direito desde janeiro. Ent�o, o INSS paga de janeiro at� maio, abatendo os R$ 1,2 mil que ela recebeu dessas duas parcelas.

O pagamento dura tr�s meses, ou seja, at� junho. Geralmente, o INSS demora bem mais para conceder o BPC. A pessoa ficar� desassistida nesse intervalo?
A gente espera que antes disso (do fim do prazo) j� consiga voltar a fazer aplica��o dos instrumentos (de an�lise) e, quando voltar, eles ser�o p�blico priorit�rio. A gente vai dar prioridade m�xima ao BPC, porque s�o pessoas vulner�veis e temos que priorizar os que mais precisam da renda.

Ent�o, os que pediram BPC v�o passar na frente na fila? V�o ficar no topo?
V�o.

Mas, hoje em dia, o BPC � o benef�cio que mais demora para ser concedido…
Pois �. Isso � algo que me envergonhava. Olhar a fila do INSS, que era, e ainda �, o maior desafio do �rg�o, e ver que, pelo fato de o BPC ser o benef�cio mais complexo de ser recebido, era o que tinha mais gente na fila e por mais tempo. Em quantidade, era o maior. E em tempo, nem se compara. Era mais do que o dobro do restante.

E mudou? Como est� agora?
A gente vai, muito em breve, estar com tudo avaliado. S� v�o ficar na fila os que estiverem com exig�ncia. A gente trabalha com seguran�a para, em outubro, estar com todos os pedidos de benef�cios dentro do prazo. Mas a gente vai conseguir bem antes.Continua depois da publicidade

Este ano, o n�mero de pedidos, n�o s� de BPC, chegou a 1,9 milh�o, contando com os que estavam dentro do prazo de 45 dias para resposta. Como est� a situa��o hoje?
A gente avan�ou muito. Todas as filas t�m reduzido bastante. Devo ter menos de 300 mil processos com mais de 45 dias que ainda n�o foram analisados. S� que tenho quase 900 mil em exig�ncia. Ent�o, a fila toda ainda passa de 1 milh�o. Mas, na verdade, se olhar sem exig�ncia, reduziu drasticamente. A maior parte dos pedidos j� foi analisada, mas tem alguma pend�ncia que depende do segurado para resolver. Documento complementar ou corre��o de problema cadastral.

N�o aumentou o n�mero de pedidos de benef�cios durante a pandemia?
Em alguns casos, sim. Esse � o ponto. Tem uma fila razo�vel de aux�lio-doen�a, que quase n�o existia antes. Tem em torno de 500 mil pedidos de aux�lio-doen�a.

Por conta do coronav�rus?
Exatamente. Parte desse grupo j� estava agendado, mas n�o fez a per�cia. Mas era minoria. A maior parte foi posterior. Havia uns 100 mil e poucos agendados.

Mas o INSS est� conseguindo atender � demanda?
A gente est� come�ando a conceder agora. Teve que desenvolver um novo sistema. Depois de desenvolvido, a per�cia come�ou a fazer as an�lises. Desde 2018, a gente n�o tinha grande fila de aux�lio-doen�a. O prazo m�dio de realiza��o de per�cia, quando veio a pandemia, estava em 15 dias, bem baixa. Agora, com fechamento de ag�ncias, n�o est� mais sendo presencial e subiu bastante em abril. Em maio, vai voltar a algo pr�ximo do patamar antigo. Um pouco mais, provavelmente. Porque, quando fica mais f�cil, muita gente requer s� para ver se cola. A�, cria todo um trabalho para o perito analisar o atestado e depois, quando vai ver, a pessoa n�o � segurada.

Ser� preciso analisar de novo todos esses processos, para fazer a per�cia?
Se a pessoa n�o tem condi��o de segurado, n�o precisa, j� � negado. Mesmo sem per�cia. Mas os que receberem antecipa��o v�o ter que fazer.

Ou seja, vai ter uma procura enorme por per�cia depois…
Vai. Quando voltar ao atendimento presencial, ter� uma fila boa para os peritos.

E como o INSS vai lidar com isso? Refor�ar� o n�mero de peritos?
Sim. Vai ser incrementado. No edital que saiu para contrata��o de tempor�rios tamb�m est� prevista a contrata��o de peritos.

� s� para ex-servidores e militares da reserva?
Tem vaga para aposentados do INSS e da per�cia m�dica, a fim de suprir �reas de an�lise e per�cia. Outro grupo � para atendimento e �rea meio, no INSS, na Secretaria de Previd�ncia e na Secretaria de Gest�o de Pessoas. Esse pode ser para militar inativo ou servidor aposentado de qualquer �rg�o da Uni�o. N�o tem limite para aposentados do INSS. A princ�pio, todos que atenderem aos crit�rios v�o ser contratados.

Mas a contrata��o tempor�ria foi anunciada como estrat�gia para diminuir a fila mesmo antes da crise. A quantidade contratada ser� suficiente?
N�o sei. N�o fa�o ideia. O edital foi lan�ado e come�aram as inscri��es na �ltima segunda-feira.

Se precisar aumentar o n�mero de peritos depois, tem possibilidade de lan�ar outro edital? Ou j� ultrapassou a capacidade or�ament�ria?
Tem que ver. N�o sei.

Quando deve acabar esse processo? Eles poder�o come�ar a trabalhar?
A gente espera que, entre o final de maio e o in�cio de junho, j� esteja contratando.

A diminui��o da fila, na sua opini�o, significa que n�o precisa contratar servidores de forma permanente, apesar do deficit?
Mostra que a gente tem capacidade maior. E n�o � s� essa fila principal, de requerimentos iniciais. Havia outras filas que tamb�m estamos reduzindo. A ideia � n�o ter nenhuma fila com requerimento acima do prazo. Outra que estava crescendo muito era de manuten��o. Caso, por exemplo, de pessoa que precisa de procurador para receber benef�cio ou que teve benef�cio suspenso porque n�o tinha feito prova de vida e precisa corrigir problema. Ou BPC que n�o tinha Cad�nico e foi suspenso. S�o v�rias situa��es que tinham fila de manuten��o.

Eram quantos nesse grupo?
Chegou a ter mais de 500 mil requerimentos parados e estava s� crescendo. Agora, est� com menos de 100 mil. Cai desde o come�o do ano. Mais especificamente, de fevereiro para c�. Posso dizer que essa fila j� zerei. O que tem agora � s� fluxo, n�o estoque.

Basicamente, o que falta agora � zerar a fila de concess�o?
Tem outras filas, mas que causam menos problemas. Uma, que dava muita dor de cabe�a, � a de implanta��o de decis�es judiciais. Porque o juiz nem sempre tem paci�ncia e mete multa. Tem juiz que � mais r�gido, que at� amea�a de pris�o o gerente do INSS. E essa era outra fila que nos preocupava muito. Reduzimos muito, hoje est� praticamente s� o fluxo. Tinha tamb�m fila de recursos e de revis�o. Estamos, em maio, avan�ando nela.

Isso � quando os benef�cios s�o negados e a pessoa recorre?
Sim, a� faz recurso. Revis�o � quando pede para recalcular o valor do benef�cio por algum motivo. Todas as filas s�o importantes. O ideal � que n�o tivesse estoque em nada. Mas, como estava com fila em tudo, estamos dando prioridade a quem n�o est� recebendo ou aos que n�o foram analisados ainda. O cara que fez recurso �s vezes n�o est� recebendo, mas pelo menos j� teve uma an�lise. N�o tem que dar prioridade a esse em detrimento do que voc� nem avaliou ainda. A �gua estava no n�vel do nariz, agora, j� baixou. A gente est� podendo analisar outras filas.

Como BPC vai ser avaliado primeiro, zera essa fila antes de outubro?
Bem antes. Desde que a emerg�ncia passe e a gente abra as ag�ncias.

Se, mesmo assim, a fila do BPC demorar a andar, o que deve ser feito? Uma pessoa que receber a antecipa��o agora, mas que s� tenha o BPC concedido em setembro, por exemplo, ficaria pelo menos dois meses sem nada. Existe a possibilidade de ampliar o tempo de dura��o da medida?
Teria que alterar a lei.

Acha que ser� o caso?
N�o sei. Creio que n�o. Creio que, antes disso, vamos reabrir (ag�ncias). Mas n�o tenho bola de cristal. Se n�o reabrir, � o caso de repensar a lei. Mas isso vale para aux�lio emergencial, para tudo. Mesma l�gica de todas as medidas emergenciais adotadas agora, porque a expectativa � de que, ap�s tr�s meses, a economia j� tenha voltado � normalidade ou, pelo menos, a algo mais pr�ximo da normalidade.

O Congresso tamb�m tem proposto uma s�rie de medidas e, em uma delas, aprovou a amplia��o do acesso ao BPC, mudando o crit�rio de renda para meio sal�rio m�nimo. O STF segurou a mudan�a. Seria grave?
Insustent�vel. Teria um impacto de R$ 20 bilh�es por ano. O problema n�o � o fato de custar R$ 20 bilh�es este ano, � de serem R$ 20 bilh�es todos os anos. � despesa continuada. Seria uma medida irrespons�vel e inconstitucional, tanto que o Supremo derrubou. Tanto a Constitui��o quanto a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) estabelecem que, quando se cria despesa, tem que apresentar ou redu��o de despesa ou nova receita que compense.

O entendimento do Senado, ao aprovar a medida, foi de que � um momento delicado. Os mais vulner�veis v�o precisar de ajuda e, por isso, seria preciso ampliar o alcance do benef�cio. O que pensa disso?
Uma coisa � voc� olhar a situa��o do momento. Numa emerg�ncia, fazer pol�ticas compensat�rias, tudo bem. Este � um ano at�pico. Aux�lio emergencial, antecipa��o de BPC, antecipa��o de aux�lio-doen�a s�o coisas importantes para o momento. Da mesma forma, a suspens�o de pagamento de tributo, a suspens�o de contrato de trabalho. S�o medidas que t�m impacto fiscal grande, mas de curto prazo. J� amplia��o do BPC � uma despesa continuada. A l�gica deve ser o inverso: se, neste ano, estou tendo que gastar muito, tenho que controlar a despesa nos pr�ximos anos. Vamos ter deficit muito grande neste ano, totalmente justificado, mas depois tem que controlar, apertar o cinto.

Essa mudan�a iria na contram�o da proposta da reforma da Previd�ncia?
Essa amplia��o do BPC teria efeito maior do que o de toda a reforma. S� a partir do terceiro ano � que o impacto da reforma passaria a ser maior. A reforma da Previd�ncia � mais uma coisa que vai ajudar o Brasil a sair da crise depois. Imagina se n�o tivesse feito?

No caso da antecipa��o, para quem tem renda familiar acima de um quarto de sal�rio m�nimo per capita (R$ 261,25, crit�rio atual para concess�o do benef�cio), ela � negada de forma autom�tica?
Nesses casos, n�o. Quando a renda � maior, n�o indefere de imediato, porque tem a��o civil p�blica que permite que a pessoa apresente documenta��o mostrando que teve algumas despesas que podem abater da renda. Com medicamento, fralda, alimenta��o de especiais, entre outras. A gente nega, de cara, se identificar que a pessoa que quer receber BPC � servidor p�blico municipal, por exemplo. A�, j� nega de cara. N�o pode.

Teve muito pedido negado?
Tem uma parcela que � negada porque o BPC tem crit�rio de renda. Se a pessoa n�o atender ou j� estiver recebendo outro benef�cio, � negado automaticamente. Geralmente, em m�dia, metade dos pedidos � negada. Isso depois que passam pelas tr�s etapas, de avalia��o de renda, social e m�dica.

Significa que metade de quem pediu n�o vai conseguir antecipa��o?
Na antecipa��o, como s� avalia a renda, o percentual negado � bem menor. N�o d� para saber quanto, at� porque tem esses casos de exig�ncias, que a maior parte das pessoas vai atender. Algumas, como a do Cad�nico, n�o v�o ser resolvidas, porque, de fato, a pessoa n�o � de fam�lia de baixa renda.

Quem recebeu antecipa��o e, na frente, constatar que n�o tem direito ao BPC, tem que devolver alguma coisa?
N�o, n�o tem que devolver. A n�o ser que seja configurada alguma fraude. Muito raro isso. Mas a gente sabe que sempre tem algumas coisas, gente que inventa nomes, frauda documentos. S� em situa��es dessas, a�, sim, devolve. E tem todas as consequ�ncias civis e penais. No aux�lio emergencial, j� teve esse tipo de coisa.

Acontece muita fraude? Gente que recebe aposentadoria e pede BPC, por exemplo?
Aposentadoria � raro. Quem tenta fraudar, em geral, j� sabe as fragilidades. At� algum tempo atr�s, a gente n�o tinha acesso a informa��es de estados e munic�pios. Os fraudadores sabiam disso e colocavam funcion�rios p�blicos de munic�pios para receber BPC. De estados, n�o era t�o comum. Como o INSS n�o tinha essa informa��o, o benef�cio acabava sendo concedido. Porque, teoricamente, a pessoa n�o tinha renda, n�o tinha como checar no Imposto de Renda, n�o tinha dados de regime pr�prio de Previd�ncia. Ent�o, concedia. Hoje, n�s temos.

Com as ag�ncias fechadas, o INSS adotou praticamente s� atendimento remoto. A produtividade continua a mesma?
A produtividade aumentou. Primeiro porque os computadores do INSS s�o antigos, mais lentos. A rede do INSS, em boa parte do Brasil, tamb�m � lenta. A gente est� melhorando a qualidade da rede. Mas, antes disso, era lenta. O servidor trabalhando em casa, geralmente, tem internet e computador melhores. Com frequ�ncia, nem sempre. Mas s� isso j� ajuda a ter produtividade maior. E tem o outro lado, que o cara est� em casa, trabalha em outros hor�rios quando produz mais.

O acesso no aplicativo tamb�m aumentou. Como o INSS tem lidado com isso? Estava preparado?
Aumentou. Alguns dias teve dificuldade, porque a Dataprev estava com muito trabalho, tamb�m pelo aux�lio emergencial. Mas foram situa��es pontuais. Tivemos, no in�cio, um problema mais complexo com o 135 (n�mero da central de atendimento pelo telefone). Temos tr�s call centers e, em fun��o da covid, tivemos que reduzir o n�mero de pessoas para garantir um afastamento maior entre os profissionais. A gente j� tinha uma certa defici�ncia. Antes disso, j� n�o estava uma maravilha. Tanto que estava com ideia de criar uma quarta central, porque tinha n�vel de espera al�m do ideal. Veio a covid, aumenta movimento pr�ximo de 20%, e nossa capacidade reduziu � metade.

O maior problema de atendimento foi na central?
Foi. Deu uma dor de cabe�a grande. Muito trabalho, muita correria para conseguir fazer um plano de guerra e viabilizar. Melhorou. Ainda n�o est� o ideal. Mas, a partir do dia 15, estar� no patamar que tinha antes da crise, com n�vel de atendentes um pouco maior. Mas, como o volume aumentou, vai ficar mais ou menos no mesmo patamar que tinha pr�-covid.

Outra promessa do INSS � diminuir a burocracia para concess�o de benef�cios. O que tem sido feito nesse sentido?
Isso foi implementado. Por exemplo, um dos exemplos de burocracia � a pessoa ficar na ag�ncia com original e c�pia para o servidor analisar e reconhecer firma. Agora, na maior parte dos casos, basta mandar c�pia pelo aplicativo. N�o precisa nem ir � ag�ncia com c�pia. At� em fun��o da covid, a gente permitiu que mande pelo app. Se tem como checar se o documento � ver�dico com dados cadastrais, aquela c�pia � suficiente. Por exemplo, atestado de �bito. Tenho como checar pelo cadastro se aquela pessoa de fato morreu naquela data.


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