Pesquisa mostra distribui��o injusta do aux�lio emergencial entre moradores de favelas e classes A e B
Pesquisa aponta que 3,9 milh�es de pessoas das classes A e B conseguiram receber o benef�cio; por outro lado, 26% dos moradores de comunidades de todo o Brasil n�o conseguiram
postado em 04/06/2020 22:21 / atualizado em 04/06/2020 23:50
A injusti�a brasileira se mostra presente at� mesmo em meio � maior pandemia desde a Gripe Espanhola (foto: Beto Magalh�es/EM/D.A Press 8/1/20)
Que o Brasil � um pa�s desigual, isso todos sabem. No entanto, a injusti�a brasileira se mostra evidente at� mesmo em um programa de assist�ncia social durante a pandemia do novo coronav�rus, a maior desde a Gripe Espanhola. Isso foi o que mostrou uma pesquisa realizada pelo Instituto Locomotiva e Central �nica das Favelas (Cufa). Segundo o levantamento, 26% dos moradores de comunidades de todo o Brasil n�o conseguiram ter acesso ao aux�lio emergencial de R$600 do Governo Federal. Por outro lado, 3,9 milh�es de pessoas das classes A e B - que em tese nao deveriam se enquadrar nas regras - tiveram acesso ao benef�cio.
Para ter acesso ao aux�lio emergencial distribu�do pelo Minist�rio da Cidadania � necess�rio que o beneficiado perten�a a uma fam�lia cuja renda mensal por pessoa n�o ultrapasse meio sal�rio m�nimo (R$ 522,50), ou cuja renda familiar total seja de at� tr�s sal�rios m�nimos (R$ 3.135,00). Al�m disso, � necess�rio que n�o tenha recebido em 2018 rendimentos tribut�veis acima de R$ 28.559,70.
No entanto, apesar das exig�ncias, o benef�cio n�o chegou a todos aqueles que realmente necessitam do suporte financeiro no momento mais avassalador economicamente dos �ltimos anos em todo o mundo. Segundo a pesquisa, 65% moradores de favelas pediram o aux�lio emergencial. Desses, 39% n�o conseguiram receber e n�o sabem mais de onde tirar dinheiro.
Ainda de acordo com o levantamento, os moradores de comunidades que tiveram o pedido de aux�lio negado representam 26% do total dessa popula��o 'favelada' no Brasil.
(foto: Reprodu��o/Instituto Locomotiva)
Segundo a pesquisa, 33% das fam�lias que moram em favelas perderam toda a renda devido ao coronav�rus e 39% contam com menos da metade da renda anterior � pandemia. Com isso, dois ter�os dos moradores de comunidades pediram o aux�lio emergencial.
A situa��o nas favelas � t�o desesperadora que, da popula��o que conseguiu o aux�lio, 95% utilizou o dinheiro para comprar alimentos e 77% para adquirir rem�dios.
A pesquisa foi feita entre 19 e 22 de maio e contou com os dados de 3.561 pessoas de 72 cidades.
O RIO CORRE PRO MAR…
Por outro lado, h� quem seja das classes A e B e que conseguiu o acesso aos R$600 concedidos pelo Governo Federal. O n�mero � surpreendente: 3,9 milh�es de pessoas.
Segundo o instituto, as classes A e B representam 25% da popula��o brasileira, um total de 17,1 milh�es de pessoas - ou seja, ganham mais do que R$1.780. Desses, 33% (5,7 milh�es) pediram o aux�lio e 69% deles conseguiram.
(foto: Reprodu��o/Instituto Locomotiva)
Ainda segundo a pesquisa, entre a popula��o mais rica, em 55% dos casos houve diminui��o na renda familiar e 20% deixaram de pagar alguma conta. Al�m disso, 36% deles tiveram que manter um neg�cio pr�prio fechado e 18% ficaram ou conhecem algu�m que ficou desempregado.
Por fim, 8% deles pegaram dinheiro emprestado e, em 2% dos casos, faltou dinheiro para a compra de alimentos.