Segundo o instituto, o aumento se explica pelo bom desempenho das exporta��es, especialmente por causa da retomda da demanda da China ap�s a pior fase da crise provocada pela pandemia do novo coronav�rus. A valoriza��o do d�lar frente ao real e a alta nos pre�os internacionais tamb�m contribu�ram.
O setor mineral faturou R$ 14,7 bilh�es em Minas Gerais de abril a junho, o que representa 37,66% do total no pa�s. Mas o estado � o segundo da lista, atr�s do Par�. O faturamento da minera��o no estado chegou a 16,7 bilh�es no per�odo - 42,7% do total. Os demais estados representativos do setor – Bahia, Goi�s, S�o Paulo e Mato Grosso – registraram juntos R$ 4,4 bilh�es, o que representa 11,8% do valor nacional.
Min�rio de ferro, ouro e cobre concentram a maior parte do faturamento do setor no segundo semestre do ano. Como principal produto do setor no pa�s, a explora��o de min�rio de ferro rendeu R$ 23 bilh�es �s mineradoras, o que representa 59% do total. Em seguida vem o ouro, com participa��o de 14%, ou R$ 5,4 bilh�es. O cobre foi respons�vel por 8% do total no per�odo, com R$ 3 bilh�es.
De abril a junho, o Ibram calcula que o setor mineral recolheu R$ 13,5 bilh�es em impostos, mais do que os R$ 12 bilh�es registrados no primeiro trimestre. Do valor para o segundo trimestre, R$ 1,1 bilh�o corresponde � Compensa��o Financeira pela Explora��o de Recursos Minerais (CFEM), compensa��o paga � Uni�o. O valor � 6% maior do que o que foi pago nos tr�s primeiros meses do ano, e 10% menor se comparado com o do segundo trimestre do ano passado.
No mercado internacional, a minera��o acumulou saldo positivo de US$ 5,8 bilh�es de abril a junho, o que representa um ter�o do saldo na balan�a comercial brasileira no per�odo, segundo o Ibram. O setor recebeu US$ 7 bilh�es do exterior e importou US$ 1,5 bilh�o no segundo semestre. No consolidado do semestre, a minera��o acumula US$ 11,5 bilh�es positivos – 50% do saldo brasileiro na primeira metade do ano.
O bom desempenho se explica pelo fato de que as mineradoras n�o pararam de funcionar durante a pandemia do novo coronav�rus, segundo o presidente do Conselho Diretor do Ibram, Wilson Brumer. As empresas adotaram medidas de preven��o e combate � COVID-19 nas �reas de explora��o e transferiu parte do pessoal para o regime de trabalho remoto.
Assim, conseguiu manter praticamente est�veis os n�veis de produ��o. Se o setor tivesse interrompido suas fun��es - como ocorreu em outros pa�ses - a crise econ�mica alimentada pela pandemia seria bem mais aguda no Brasil
Wilson Brumer, presidente do Conselho Diretor do Ibram
Por causa da retomada da demanda da China, principalmente no setor de constru��o civil, as exporta��es de min�rio de ferro cresceram no segundo trimestre. O setor faturou US$ 4,8 bilh�es com as mais de 76 milh�es de toneladas exportadas. O resultado representa uma alta de 6,1% no faturamento e 8,4% na quantidade em rela��o ao primeiro trimestre do ano.
O diretor-presidente do Ibram, Fl�vio Penido, aponta que no in�cio da crise o pre�o do min�rio caiu, mas logo voltou a subir, com a redu��o dos estoques na China, o que contribuiu para o resultado.
As exporta��es de ouro registraram faturamento de US$ 1,086 bilh�o no segundo semestre, uma alta de 10,8% em rela��o aos tr�s primeiros meses do ano. Em quantidade, o valor representa 22,8 milh�es de toneladas, o que representa uma queda de 0,4%. O motivo para a alta no faturamento enquanto a quantidade ficou est�vel � a valoriza��o do metal.
Segundo Fl�vio Penido, o pre�o da on�a de ouro subiu 8% desde o in�cio do ano at� o final do segundo trimestre. “Isso � bem explicado em fun��o da crise. O ouro � um ativo de seguran�a, assim como o d�lar”, avalia Penido.
Apesar da crise, o setor mant�m as previs�es de investimento para os pr�ximos anos. O Ibram calcula que as empresas devem investir R$ 32,5 bilh�es em novos projetos at� 2024. “Boa parte das empresas teve que adequar o n�mero de trabalhadores e novas obras por causa da pandemia, mas est�o confirmando os projetos. Houve um atraso, mas s�o cronogramas recuper�veis”, afirma o presidente do Conselho Diretor do Ibram, Wilson Brumer.
O emprego � outro fator que permanece inalterado no setor. De acordo com o instituto, as mineradoras mantiveram as vagas de trabalho diretas na faixa de 175 mil de janeiro a maio.
Perspectivas
Os dirigentes do Ibram est�o otimistas quanto ao futuro pr�ximo da minera��o no Brasil. Por�m, a crise de sa�de ainda n�o foi controlada, e h� o receio de que seja necess�rio refor�ar as medidas restritivas � economia para conter a COVID-19. Mesmo assim, o diretor-presidente do instituto v� fatores positivos.
Os mercados compradores est�o em fase de retomada das atividades, ent�o os min�rios brasileiros voltam a ter demanda aquecida e pre�os em eleva��o. Isso � muito positivo tanto para os munic�pios mineradores e suas regi�es - onde est�o instaladas as mineradoras exportadoras - quanto para o pa�s como um todo
Fl�vio Penido, diretor-presidente do Ibram
Durante a apresenta��o dos resultados do segundo trimestre, os representantes do Ibram defenderam a necessidade do pa�s investir em pesquisa, a fim de explorar novos tipos de min�rio e distribuir melhor a atividade pelos estados. “O Brasil precisa se conhecer mais sob o ponto de vista da geologia”, afirma Wilson Brumer.
O presidente do Conselho Diretor do Ibram tamb�m defendeu mais agilidade na concess�o de ferrovias e investimento em infraestrutura no per�odo p�s-pandemia. “� necess�rio que a gente prepare a infraestrutura para atender o potencial mineral que n�s temos”, afirma.
*Estagi�rio sob supervis�o da editora Liliane Corr�a