
Nesta semana, Trump disse que era necess�ria uma "equaliza��o de tarifas" em rela��o ao Brasil. "N�o podemos falar de reciprocidade apenas em setores que interessam a um dos lados. Nesse sentido, o Brasil est� disposto a conceder tarifa zero para a importa��o de etanol dos EUA, desde que eles estejam dispostos a conceder o mesmo tratamento para o a��car brasileiro, ambos produtos derivados da cana", afirmou Ribeiro.
As negocia��es entre t�cnicos brasileiros e norte-americanos em torno dos derivados de cana-de-a��car se intensificaram porque, no fim deste m�s, acaba o prazo negociado entre os dois pa�ses para que os EUA possam vender etanol sem tarifa para o Brasil at� o limite de 750 milh�es de litros por ano. Fora da cota, a tarifa � de 20%.
Antes, vigorava uma cota de 600 milh�es litros por ano. Essa cota foi aumentada no ano passado, como um aceno do governo Jair Bolsonaro a seu aliado no hemisf�rio norte. A expectativa era de que os EUA tamb�m favorecessem a importa��o do a��car brasileiro, o que n�o ocorreu.
De acordo com uma fonte do Minist�rio da Economia, que tamb�m participa das negocia��es com os norte-americanos, conseguir a liberaliza��o do a��car seria o melhor cen�rio poss�vel, j� que aumentaria a liberaliza��o comercial entre os dois pa�ses. Mas h� lobbies contr�rios nos dois pa�ses, por isso ainda est�o sendo discutidas outras op��es: a manuten��o da cota original de 600 milh�es de litros; prorroga��o da cota ampliada de 750 milh�es de litros ou uma nova amplia��o da cota. A decis�o final ficar� nas m�os do presidente Jair Bolsonaro.
Pelo lado brasileiro, h� uma rejei��o muito grande a acabar com os 20% cobrados sobe o etanol norte-americano sem contrapartida, principalmente entre parlamentares nordestinos. � pelos portos da regi�o que o produto entra no Brasil, competindo com o etanol do Nordeste.
Em algum momento
Trump fez a declara��o na segunda-feira ao responder se havia pedido ao embaixador dos EUA no Brasil, Todd Chapman, para fazer a articula��o com o governo brasileiro para reduzir as tarifas impostas ao etanol. O americano disse que "n�o discutiu muito" o tema, mas "provavelmente em algum momento" far� isso. "N�o queremos as pessoas impondo tarifa a n�s, embora eu tenha uma rela��o muito boa com o presidente Bolsonaro", disse Trump
Chapman tem sido pressionado por parlamentares democratas americanos a respeito do tema, j� que a mudan�a na cota do etanol pode ser explorada politicamente por Trump com os agricultores americanos do Meio-Oeste, base do eleitorado republicano.
Em uma manifesta��o ap�s cr�ticas de deputados democratas, o embaixador informou que em nenhum momento solicitou a autoridades brasileiras que tomassem medidas em apoio a Trump.
Mas enquanto os brasileiros veem etanol e a��car como um produto derivado da cana, nos EUA, s�o dois lobbies distintos, j� que l� o a��car � feito de beterraba e o etanol, do milho. E, em um ano de elei��o para a presid�ncia dos Estados Unidos, o chamado cintur�o do milho (corn belt) e a necessidade de agradar seus eleitores podem ter peso decisivo nas negocia��es com o Brasil.
As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.