
Apenas cinco estados brasileiros devem encerrar o ano de 2021 com Produto Interno Bruto (PIB) acima do n�vel pr�-pandemia (2019). S�o eles: Mato Grosso do Sul, Par�, Mato Grosso, Rio de Janeiro e Goi�s - puxados, sobretudo, por commodities agr�colas e minerais. O restante precisar� de um impulso maior para recuperar os estragos provocados pela COVID-19 na sua economia, segundo levantamento feito pela Tend�ncias Consultoria Integrada.
A pandemia pegou os estados brasileiros num movimento de lenta recupera��o, especialmente por causa da grave crise fiscal enfrentada pela maioria, com despesas de pessoal elevadas e arrecada��o fiscal ainda baixa. No come�o deste ano, a expectativa era de que, apesar do crescimento previsto para 2020, apenas metade deles retomaria o n�vel pr�-crise de 2013 e 2014.
A situa��o, que j� era ruim, ficou pior com a pandemia. A recupera��o deve continuar em ritmo lento, j� que 2020 est� praticamente perdido. "A atividade econ�mica do ano que vem depender� de uma s�rie de condicionantes, como a pr�pria evolu��o da pandemia e o reflexo de quest�es pol�ticas na agenda econ�mica, com destaque para a quest�o fiscal", diz o economista da Tend�ncias Lucas Assis.
Nesse cen�rio, os poucos que v�o se sobressair t�m motivos de sobra para comemorar. Mato Grosso do Sul deve ser o estado mais resiliente no bi�nio 2020-2021 e dever� exceder em 2,7% o PIB de 2019. O desempenho ser� reflexo do avan�o da produ��o agropecu�ria e da produ��o industrial. "Com localiza��o privilegiada, pr�xima de S�o Paulo, a ind�stria de celulose do estado deve ser favorecida pela expectativa de amplia��o da demanda asi�tica por papel tissue, pela tend�ncia estrutural de substitui��o do pl�stico por produtos de papel e pelo c�mbio brasileiro desvalorizado", explica Assis.
Segundo ele, Mato Grosso e Goi�s tamb�m ser�o beneficiados pela estrutura produtiva da regi�o, pouco sens�vel � din�mica nacional. O que deve puxar para baixo o resultado do Centro-Oeste � o desempenho do Distrito Federal, muito dependente dos servi�os p�blicos. De acordo com o relat�rio, a capital federal (e adjac�ncias) pode ser prejudicada pelo fato de a popula��o local ser, notadamente, formada por migrantes de todas as regi�es brasileiras. Com a transforma��o digital do trabalho, promovida pela pandemia, muitos puderam retornar aos seus estados de origem.
No Par�, outro estado que deve superar o PIB de 2019, o desempenho ser� influenciado sobretudo pela normaliza��o da produ��o de alum�nio e pela expans�o da produ��o de min�rio de ferro no Sistema Norte da Vale, composto pelas minas de Caraj�s e S11D. O quinto estado a recuperar as perdas deste ano ser� o Rio de Janeiro, com o avan�o esperado da produ��o de petr�leo e g�s natural. A atividade ser� impulsionada pelo crescimento das opera��o das plataformas inauguradas na Bacia de Campos, em 2019, e pela previs�o de entrada em opera��o da nova unidade P-70.
Aux�lio
Segundo Assis, apesar da perspectiva de expans�o da atividade econ�mica no ano que vem, o pa�s continuar� 4,2% abaixo do PIB registrado em 2019. Neste ano, a previs�o da consultoria � de uma queda de 7,3% e, em 2021, um avan�o de 3,4%. Mas esses n�meros podem ter alguma altera��o dependendo da prorroga��o do aux�lio emergencial e do valor a ser pago, diz ele.
Esse efeito poder� aliviar um pouco a situa��o cr�tica do Nordeste, por exemplo, cujo PIB continuar� 5% abaixo do verificado em 2019. O economista do Ita� Unibanco Luka Barbosa diz que tem sido claro que os locais com maior repasse tem tido consumo maior. E isso est� ocorrendo no Nordeste.
Para Assis, no entanto, as condi��es do mercado de trabalho nordestino s�o bastante fr�geis, com elevada informalidade, alta propor��o de domic�lios em extrema pobreza e grande participa��o de empresas de pequeno porte. "Al�m disso, a regi�o � extremamente dependente das transfer�ncias federais, que podem diminuir com a arrecada��o menor", afirmou o economista.
No Sudeste, apesar do bom desempenho do Rio de Janeiro, os demais estados ter�o dificuldade para retomar o n�vel de 2019. Com alta participa��o de setores sens�veis � din�mica econ�mica, S�o Paulo deve ser afetado pelos choques negativos na demanda e oferta em segmentos como o de ve�culos automotores.