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Estado de Minas Apertem os cintos

Brasil: Pandemia tira R$ 12 bilh�es em investimentos

Esse � o c�lculo do que deixar�o de ser investidos por causa de interrup��es ou adiamentos de planos


27/09/2020 07:00 - atualizado 27/09/2020 07:41

(foto: Pixabay)
(foto: Pixabay)

Com os investimentos p�blicos espremidos pela crise fiscal e a agenda de concess�es ainda por decolar, os aportes em infraestrutura dever�o somar R$ 124,6 bilh�es em 2020, quase igual aos R$ 121,4 bilh�es de 2019, conforme estudo da Inter.B Consultoria obtido com exclusividade pelo Estad�o.

O quadro foi agravado pela recess�o causada pela covid-19. A consultoria estima que a pandemia poder� diminuir o valor deste ano em torno de 10% na compara��o com as proje��es pr�-covid-19 - ou seja, cerca de R$ 12 bilh�es deixar�o de ser investidos por causa de interrup��es ou adiamentos de planos.

Pela proje��o, os investimentos em infraestrutura atingir�o 1,77% do Produto Interno Bruto (PIB) - bem longe do que seria considerado ideal. Nas contas da Inter.B, o Brasil precisaria investir, por ano, 4,24% do PIB em estradas, portos, ferrovias, linhas de transmiss�o, saneamento e telecomunica��es. Se esse porcentual fosse atingido, significaria o desembolso de R$ 174 bilh�es s� neste ano.

Segundo economistas, al�m de aumentar a capacidade de crescimento no futuro, o investimento movimenta a economia no presente, ao gerar empregos e demandar insumos.

A pandemia atrasou algumas obras p�blicas, mas, segundo o presidente da Inter.B, Cl�udio Frischtak, como s�o de longo prazo, os projetos de infraestrutura s�o menos afetados do que os planos de setores como ind�stria e varejo. A quest�o � a cr�nica falta de recursos para bancar novos projetos, em fun��o da crise fiscal do governo.

Frischtak afirma que a sa�da � atrair investidores privados para as concess�es, mas essa atra��o � prejudicada por entraves conhecidos, como inseguran�a jur�dica, marcos regulat�rios considerados inadequados e interfer�ncia pol�tica nas ag�ncias reguladoras.

Al�m de atrasos de obras, a covid-19 traz impactos mistos no m�dio prazo. Por um lado, a a��o dos bancos centrais de todo o mundo manteve os juros baixos na maioria dos mercados, o que, na retomada, favorece a aloca��o de recursos financeiros em infraestrutura. Por outro, a recess�o aumenta a percep��o de risco sobre pa�ses emergentes como o Brasil.

Atraso nos leil�es


Embora a regula��o tenha avan�ado mesmo com a pandemia, com destaque para o novo marco do saneamento, o cronograma de leil�es sofreu atrasos. O plano era conceder sete trechos rodovi�rios federais, mas o n�mero caiu para tr�s. Para a pr�xima rodada de aeroportos, que inclui 22 terminais e est� prevista para mar�o de 2021, foi preciso revisar c�lculos.

O efeito desses atrasos sobre os valores de 2020 tende a ser pequeno porque essas concess�es preveem aportes nos pr�ximos anos, mas o Bar�metro da Infraestrutura, pesquisa semestral da Associa��o Brasileira da Infraestrutura e Ind�strias de Base (Abdib) com a EY, mostrou em junho que s� 17,5% dos empres�rios projetavam um cen�rio promissor para investir este ano, ante 47,9% em 2019.

Jos� Guilherme Souza, s�cio de infraestrutura da gestora de recursos Vinci Partners, que opera as transmissoras de energia Arcoverde, TPAE e LEST, estima que o calend�rio de investimentos em infraestrutura perdeu de seis meses a um ano com a pandemia. Os impactos variam conforme a �rea. Concess�es com "risco de demanda", que ter�o as receitas com tarifas afetadas no longo prazo, como rodovias, perdem mais do que as linhas de transmiss�o ou as opera��es de �gua e esgoto.

A ABCR, associa��o das concession�rias de rodovias, estima que a queda no fluxo nas pra�as de ped�gios j� levou a perdas de R$ 1,2 bilh�o. Isso atinge o caixa das concession�rias, tirando o f�lego para investir.

Nas opera��es de transmiss�o de energia, a Vinci viu "quase nada" de impacto, mas a gestora esfriou a an�lise para comprar uma concess�o rodovi�ria j� operacional, cujo nome Souza preferiu n�o revelar. "Com a queda da demanda do tr�fego e atraso nas obras obrigat�rias, abriu-se um passivo. Temos de ver como isso vai ser resolvido daqui para frente, o que toma um pouco mais de tempo."

Para o presidente da ABCR, C�sar Borges, as concession�rias tentam guardar caixa para os leil�es p�s-pandemia, mas o f�lego varia de empresa para empresa. A CCR estaria mais bem capitalizada para aproveitar os pr�ximos leil�es do que a Ecorodovias, segundo relat�rio do banco americano Citi. A CCR tem comunicado ao mercado que os resultados t�m melhorado e que mant�m o apetite, com destaque para a relicita��o da Via Dutra, adiada para o in�cio de 2021.


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