
O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse que o governo federal pode zerar as tarifas de importa��o de alguns materiais de constru��o, caso os insumos continuem subindo de pre�o. A medida j� foi tomada em rela��o ao arroz, � soja e ao milho na pandemia de COVID-19 e, no entendimento de Guedes, ajudou a conter a escalada de pre�os do arroz.
"Estamos estudando quais tarifas de importa��o n�s vamos descer, porque queremos facilitar a retomada do crescimento", anunciou o ministro nesta quinta-feira (29), durante audi�ncia p�blica da Comiss�o Mista da COVID-19 do Congresso Nacional.
O ministro falou sobre o assunto ao ser questionado pelos parlamentares sobre a alta de pre�os de produtos como o cimento e o a�o. O problema vem incomodando o setor da constru��o civil, que foi um dos poucos a continuar operando na pandemia, tanto que a C�mara Brasileira da Ind�stria da Constru��o (CBIC) chegou a pedir ajuda do governo em rela��o ao assunto em setembro.
Guedes explicou que os pre�os subiram porque a constru��o civil segue trabalhando de forma acelerada, impulsionada pelos juros baixos e pela oferta de cr�dito imobili�rio, mas tamb�m porque a popula��o brasileira passou a comprar mais materiais de constru��o na pandemia, o que reduziu a oferta desses insumos no Brasil.
O aumento da procura por esses itens, segundo o ministro, � mais um reflexo do aux�lio emergencial. "As pessoas est�o comendo melhor e est�o terminando a casa tamb�m", disse.
O ministro garantiu, por sua vez, que est� atento a esse movimento, para n�o deixar faltar material ou permitir uma alta excessiva dos pre�os.
"As pessoas est�o comendo melhor e est�o terminando a casa tamb�m"
Paulo Guedes, ministro da Economia
Isso porque o governo quer garantir o funcionamento da constru��o civil, de modo a incentivar a retomada econ�mica. "Isso vai trazer mais produ��o desses insumos. Isso vai come�ar a entrar e o que n�o entrar n�s vamos derrubar a tarifa de importa��o", prometeu.
Alimentos
O governo j� zerou a al�quota de importa��o dos alimentos que mais subiram de pre�o na pandemia de COVID-19. E, para Guedes, as medidas j� come�am a surtir efeito.
"O arroz estava subindo disparado e travou. Est� alto, mas travou. E agora vem a safra e vai come�ar a ceder de novo", afirmou Guedes.
Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estat�stica (IBGE), contudo, os pre�os dos alimentos seguem em disparada, tanto que a pr�via da infla��o marcou 0,94% neste m�s, o maior resultado para um m�s de outubro desde 1995.
Ainda no Congresso, Guedes disse, contudo, que esse aumento de pre�os � transit�rio e relativo: "� uma bolha. O aux�lio foi a R$ 600, a� todo mundo saiu comprando material de constru��o, entrando nos mercados, comprando mais. Os alimentos subiram mais, alguns subiram bastante, e a infla��o dos alimentos pouco acima de 10%, mas transitoriamente. � um aumento de pre�os relativo, reflexo da camada de prote��o social", alegou.