
Fazer pagamentos instant�neos, por meio do celular, ser� uma realidade em todo o Brasil a partir desta segunda-feira (16). O Pix, sistema de pagamentos instant�neos brasileiro, entra em opera��o de forma plena a partir das 9h desta segunda-feira sob a coordena��o do Banco Central (BC). A autoridade monet�ria passou os �ltimos dois anos desenvolvendo o Pix e, agora, entrega o sistema com a promessa de acelerar, baratear, simplificar e democratizar os pagamentos digitais.
O Pix vai permitir que pagamentos e transfer�ncias banc�rias sejam efetuados em poucos segundos, de forma segura, simples e digital. Para usar, basta abrir o aplicativo do seu banco e acessar o Pix, que estar� dispon�vel 24 horas por dia, sete dias por semana e j� pode ser oferecido por 762 institui��es financeiras, entre bancos, financeiras, fintechs, institui��es de pagamentos e cooperativas de cr�dito. Essa transa��o ser� gratuita para todos os consumidores pessoas f�sicas. Apenas estabelecimentos comerciais e empreendedores, que v�o usar o Pix para receber pagamentos comerciais, ter�o de pagar.
O Banco Central diz que a l�gica � a mesma dos cart�es - que s�o gratuitos para os consumidores, mas cobram uma taxa dos lojistas - e garante que essa tarifa ser� menor do que as atuais. O custo operacional das institui��es financeiras que v�o usar o sistema desenvolvido pelo BC para efetuar o Pix dos seus clientes ser� de apenas um d�cimo de centavo de real. Por isso, a expectativa � de que essa redu��o de custos seja repassada para os estabelecimentos.
Os bancos confirmam que o Pix ser� barato, mas muitos, ainda, est�o definindo suas tarifas. Afinal, como se trata de um novo meio de pagamento, ainda n�o h� par�metros de mercado. Algumas institui��es tendem, portanto, a observar os movimentos dos concorrentes para ajustar seus pre�os nos pr�ximos dias.
Banco do Brasil, Ita� e o Sistema de Cooperativas de Cr�dito do Brasil (Sicoob) j� decidiram que os tr�s primeiros meses do Pix tamb�m ser�o gratuitos para os clientes pessoas jur�dicas. No Banco Original, o Pix ser� gratuito para pessoas f�sicas e empreendedores individuais.
Isen��o
A isen��o foi anunciada como uma forma de incentivar as empresas a aderirem ao Pix e garantir que elas v�o receber os pagamentos instant�neos por meio dessas institui��es. Por�m, mesmo antes disso, a curiosidade e a expectativa de fazer um Pix j� eram grandes. At� este s�bado, 29,9 milh�es de consumidores e 1,7 milh�o de empresas j� haviam se cadastrado no sistema. Ao todo, eles cadastraram 70,7 milh�es de chaves Pix - a chave Pix � o meio de identifica��o de uma conta banc�ria no sistema de pagamentos instant�neos e pode ser o CPF/CNPJ, o celular ou o e-mail do cliente ou, ainda, uma chave aleat�ria.
O profissional de Tecnologia da Informa��o Ant�nio Cassimiro, 52 anos, � dono de uma dessas chaves. “Estou animado para o Pix, porque o custo de transfer�ncia financeira no nosso pa�s � muito alto. Isso poder� ser reduzido, acredito. Tamb�m tem a quest�o da velocidade, pois a transfer�ncia � feita rapidamente, em qualquer dia”, explica. Ele diz que, se o Pix se confirmar eficaz, vai migrar as transfer�ncias por DOC e TED que faz, hoje, para o novo sistema.
Quem j� fez um pagamento instant�neo garante que o Pix tem correspondido �s expectativas. � o caso do analista de sistemas George Brito, 42, que foi um dos escolhidos para fazer parte da fase de opera��o restrita do sistema. Assim que recebeu a notifica��o do banco, ele fez uma transfer�ncia para a pr�pria conta para testar e, quando viu que funcionava, passou a fazer todas suas transfer�ncias via Pix. “A promessa de que � instant�neo � verdadeira. O celular n�o consegue nem dar a notifica��o, o dinheiro j� chega imediatamente”, conta George, que tamb�m pretende deixar de emitir boleto para receber seus alugu�is. “A partir de agora, acaba essa burocracia. Estou falando para todo mundo para usar o Pix”, vibra.
At� o diretor de Meios de Pagamento do Banco do Brasil, Edson Costa, diz que se surpreendeu com a efic�cia do Pix. � que, al�m de r�pido, promete ser simples de usar. Para fazer pagamentos, por exemplo, ser� preciso apenas apontar a c�mera do celular para o QR Code que vir� embarcado em contas como a de luz ou ser� gerado pelos estabelecimentos comerciais, no recibo da compra ou nas maquininhas de cart�o. J� para fazer transfer�ncias, n�o ser� mais preciso digitar as informa��es banc�rias do recebedor, basta informar a chave Pix. Se essa chave for o telefone, poder� at� escolher o recebedor direto na agenda de contatos do celular.
Em ambos casos, o dinheiro vai cair na hora na conta do recebedor. Para o BC, essa liquidez imediata vai ajudar as empresas na gest�o do capital de giro e dos estoques e ainda promete facilitar a vida dos consumidores, pois pode acelerar a entrega de compras on-line e ativa��o de servi�os, como energia. Tanto que o BC j� fez conv�nios para permitir o pagamento de contas de luz e o recolhimento do FGTS pelo Pix. “A experi�ncia � muito positiva. Estou confiante de que o Pix ter� uma grande ades�o”, garante Costa.
*Estagi�rio sob a supervis�o de Simone Kafruni