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Estado de Minas PESO NO OR�AMENTO

Custo da cesta b�sica dispara no Brasil; BH � a 9� capital mais cara

Puxados por arroz, �leo de soja, carne, tomate e batata, alimentos registraram alta expressiva e comprometem mais de 50% do sal�rio do trabalhador brasileiro


07/12/2020 17:12 - atualizado 07/12/2020 17:34

Carne tem alta sucessiva nos últimos meses(foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)
Carne tem alta sucessiva nos �ltimos meses (foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)

Comer o b�sico tem ficado cada dia mais caro. Os pre�os do conjunto de alimentos b�sicos aumentaram em pelo menos 16 capitais do Brasil em novembro. Al�m do arroz, �leo de soja e da carne, que j� vinham com pre�os nas alturas, o custo do tomate e da batata tamb�m aumentou de forma expressiva na maioria das cidades.

Em Belo Horizonte a cesta b�sica custa em m�dia R$ 552,37. � a nona capital com maiores pre�os no ranking de dados da Pesquisa Nacional da Cesta B�sica de Alimentos, realizada pelo Departamento Intersindical de Estat�stica e Estudos Socioecon�micos (Dieese) e divulgada nesta segunda-feira (7/12).



De acordo com o relat�rio, a cesta sofreu varia��o mensal de 6,88%. Em rela��o ao ano passado, os alimentos aumentaram em m�dia 24,15%.

“Recentemente a gente viu a cesta passar os R$ 500 pela primeira vez. Agora, a alta continua, e, al�m desse n�mero ser significativo, � ainda maior quando se pega per�odos maiores. Eu n�o me lembro de ver uma alta t�o significativa desde o Plano Real. H� muitos anos que n�o observamos uma alta dessa magnitude”, comenta o economista e supervisor t�cnico do Dieese/MG, Fernando Duarte.

E quem passa no supermercado este m�s, nota o aumento de produto por produto. A maior alta de pre�o m�dio em rela��o a outubro foi da batata (43,30%), seguido do tomate (34,46%), �leo de soja (11,69%), a��car cristal (8,49%), arroz agulhinha (6,06%), carne bovina de primeira (3,80%), manteiga (3,02%), caf� em p� (1,46%) e banana (0,17%).

“Sempre que temos alta na cesta � devido aos produtos que t�m dificuldade de estoque, como tomate e batata, por exemplo. Dessa vez, n�o houve s� a disparada no pre�o desses produtos”, explica o economista. “Nessas crises, quando h� desvaloriza��o do real, tem o incentivo � exporta��o. Dessa vez quem est� pagando o pre�o disso � a popula��o”, acrescenta Duarte.

Os �nicos produtos com redu��o de pre�o m�dio em rela��o a outubro foram: leite integral (-3,17%), farinha de trigo (-1,65%), feij�o carioquinha (-1,46%) e p�o de sal (-0,08%).

O levantamento mostra que o trabalhador precisa dedicar uma jornada de em m�dia 116 horas e 17 minutos para conseguir comprar a cesta b�sica. O percentual do sal�rio m�nimo l�quido gasto para compra dos produtos da cesta para uma pessoa adulta chega a 57,14%.

“O cen�rio, por se tratar de primeira necessidade, � muito ruim principalmente para o trabalhador que ganha sal�rio m�nimo. Esse trabalhador compromete mais de 50% do sal�rio. � um cen�rio complicado principalmente para pessoas de menor poder aquisitivo”, comenta o economista Fernando Duarte.



O especialista acredita que ainda n�o � poss�vel ter uma perspectiva de como ser� o in�cio de 2021. “A gente n�o sabe como fazer previs�o porque o pre�o est� muito alto e n�o podemos afirmar que ter� uma queda rapidamente. Dif�cil fazer uma previs�o, principalmente uma previs�o que aponta uma baixa. � torcer”, conclui.

Principais varia��es

  • Em novembro, o pre�o m�dio da carne bovina de primeira registrou alta em todas as capitais: variou de 1,64%, em Jo�o Pessoa, a 18,41%, em Bras�lia. A baixa disponibilidade de animais para abate no campo, devido ao per�odo de entressafra, e as exporta��es aquecidas ocasionaram redu��o da oferta e elevaram os pre�os do produto.
  • A batata, pesquisada no Centro-Sul, teve o valor aumentado em todas as cidades. As altas oscilaram entre 13,99%, em Curitiba, e 68,32%, em Vit�ria. Houve quebra de produ��o em v�rias regi�es do Sul, por causa do baixo volume de chuva nas fases de plantio e desenvolvimento, e a oferta foi reduzida.
  • O valor do �leo de soja subiu em 16 capitais, com destaque para Bras�lia (22,66%), Bel�m (16,64%), Aracaju (12,93%) e Florian�polis (11,87%). Baixos estoques dom�sticos de soja e derivados, decorrentes da alta demanda interna e externa e da valoriza��o do d�lar diante do real, que tem sido um atrativo para a exporta��o, explicam os pre�os elevados.
  • O pre�o m�dio do arroz agulhinha registrou alta em 16 capitais, com varia��es entre 2,12%, em Porto Alegre, e 15,24%, em Bras�lia. Em Curitiba, o pre�o n�o variou. A baixa oferta de arroz manteve o pre�o em trajet�ria de alta nas capitais. 
  • Entre outubro e novembro, o valor do tomate subiu em 15 cidades, com oscila��es que foram de 1,91%, em Natal, a 61,05%, em Bras�lia. Houve quedas no pre�o do fruto em Recife (-3,08%) e Aracaju (-2,59%). A matura��o antecipada do tomate, por causa do calor nos meses anteriores, reduziu a oferta e, mesmo com a demanda enfraquecida pelos altos pre�os e pela pandemia, houve aumento das cota��es no varejo. 
  • O pre�o do quilo do a��car aumentou em 14 cidades, com destaque para as taxas de Belo Horizonte (8,49%), Campo Grande (5,94%) e Goi�nia (5,26%). No Rio de Janeiro, os pre�os n�o variaram. Houve redu��o em Bras�lia (-4,71%) e Curitiba 
  • (-1,98%). Mesmo com maior produ��o de a��car, as exporta��es aquecidas limitaram a oferta interna.
 
Fonte: Dieese 
 

An�lise pelo Brasil

Segundo o relat�rio, Recife (PE) foi a �nica capital em que o custo da cesta b�sica diminuiu (-1,30%) na varia��o mensal de novembro. De acordo com o Dieese, a redu��o do custo da cesta em Recife ocorreu devido � retomada da pesquisa nas feiras-livres, onde tomate e banana s�o vendidos por menor pre�o.

As maiores altas foram registradas em Bras�lia (DF): 17,05%; Campo Grande (MS): 13,26%; e Vit�ria (ES): 9,72%. Em Bras�lia e Campo Grande, as eleva��es expressivas se devem � volta da coleta presencial em supermercados e a�ougues.

Em S�o Paulo, a cesta custou R$ 629,18, com alta de 5,59% na compara��o com outubro. No ano, o pre�o do conjunto de alimentos subiu 24,22% e, em 12 meses, 35,07%.

Com base na cesta mais cara que, em novembro, foi a do Rio de Janeiro, o Dieese estima que o sal�rio m�nimo necess�rio deveria ser equivalente a R$ 5.289,53, o que corresponde a 5,06 vezes o m�nimo vigente, de R$ 1.045,00. O c�lculo � feito levando em considera��o uma fam�lia de quatro pessoas, com dois adultos e duas crian�as.

O tempo m�dio necess�rio para adquirir os produtos da cesta, em novembro, foi de 114 horas e 38 minutos, maior do que em outubro, quando ficou em 108 horas e 2 minutos.

Quando se compara o custo da cesta com o sal�rio m�nimo l�quido, ou seja, ap�s o desconto referente � Previd�ncia Social (alterado para 7,5% a partir de mar�o de 2020, com a Reforma da Previd�ncia), verifica-se que o trabalhador remunerado pelo piso nacional comprometeu, em novembro, na m�dia, 56,33% do sal�rio m�nimo l�quido para comprar os alimentos b�sicos para uma pessoa adulta. Em outubro, o percentual foi de 53,09% 


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