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Estado de Minas MINAS GERAIS

Relatos de quem ficou sem aux�lio emergencial nos pequenos munic�pios

Al�m do Bolsa-Fam�lia, benef�cio pago pelo governo federal se tornou a �nica fonte de renda para milhares de fam�lias em cidades com pouca arrecada��o


15/02/2021 04:00 - atualizado 15/02/2021 08:02

Hellen Caroline Santos Soares, dona de casa, moradora de Juramento, no Norte de Minas:
Hellen Caroline Santos Soares, dona de casa, moradora de Juramento, no Norte de Minas: "Com o aux�lio, tive como comprar iogurte, refrigerante, banana, melancia e outras frutas para as menina" (foto: LUIZ RIBEIRO/EM/D.A PRESS)

Juramento – O fim do aux�lio emergencial causou impactos mais negativos nos pequenos munic�pios, onde, por falta de dinamismo econ�mico, a maioria da popula��o depende do dinheiro enviado pelo governo federal, por meio dos programas de transfer�ncia de renda e de aposentadorias rurais.

� o caso de Juramento, no Norte de Minas, onde 1,5 mil pessoas, 34,5% da popula��o (4.245 habitantes), receberam o benef�cio.

Desse total, 794 j� estavam no programa Bolsa-Fam�lia, 316 foram inscritas no cadastro �nico do governo federal e outras 407 solicitaram o benef�cio por meio de um aplicativo da Caixa Econ�mica Federal, de acordo com os dados do Minist�rio da Cidadania.

Ao todo, foram liberadas nove parcelas – de R$ 600 (cinco) e R$ 300 (quatro), sendo que as mulheres chefes de fam�lia tiveram direito ao dobro dos valores.

 
Cláudia Maria da Silva, dona de casa, moradora de Juramento:
Cl�udia Maria da Silva, dona de casa, moradora de Juramento: "Depois que acabou aux�lio, ficou mais dif�cil pra gente. Come�ou at� a faltar coisas dentro de casa" (foto: LUIZ RIBEIRO/EM/D.A PRESS)
“Para um munic�pio pobre como o nosso, o fim do aux�lio foi muito ruim. As fam�lias daqui est�o muito necessitadas”, reclama a prefeita de Juramento, Marlene de Lourdes Silveira (PP), a Marlene de Ven�ncio. Ela salienta que a prefeitura � a maior – e quase a �nica – empregadora do munic�pio.

“N�o temos outra fonte de renda, pois o nosso com�rcio � muito pequeno”, diz a prefeita, empossada h� pouco mais de um m�s. “Ainda estamos fazendo um levantamento, mas sabemos que a situa��o financeira da prefeitura � muito dif�cil. Vamos atr�s de recursos”, diz Marlene. No atual per�odo, um velho problema voltou a castigar o munic�pio: a seca, que destruiu as pequenas lavouras de subsist�ncia.
 
O secret�rio de Desenvolvimento Social de Juramento, Wanderson Sottane Magalh�es, lembra que, al�m do pr�prio sustento, o aux�lio emergencial proporcionou outros benef�cios � popula��o durante a pandemia, como pequenas reformas em casas.

Mas, com o seu fim, al�m da falta de renda, moradores do munic�pio passaram a enfrentar outro drama: o aumento de contas para pagar. “Quando chegou o aux�lio, muitas pessoas simples, por falta de instru��o, acabaram adquirindo d�vidas, com compras a presta��o. Agora, est�o endividadas e passando por necessidade”, relata Magalh�es.
 
Sandra Cust�dio Pereira, de 41 anos, dom�stica, sofre os efeitos do fim do aux�lio emergencial. Como chefe de fam�lia, ela viu sua renda melhorar ao longo de nove meses de 2020 com cinco parcelas de R$ 1.200 e outras quatro de R$ 600.

Em janeiro, com o t�rmino do socorro, voltou a ter que se virar com os R$ 269 do Bolsa-Fam�lia. Ela revela que o principal ganho que teve com o aux�lio emergencial foi a condi��o para comprar mais comida.

“(O aux�lio) foi muito bom para comprar mais alimentos. Se a gente melhora a alimenta��o, melhora a sa�de tamb�m”, diz Sandra, que tem um filho. O companheiro dela, Marcelo, sobrevive de “bicos”. Sandra sonha em voltar a receber o benef�cio extra: “Deus aben�oe para que o aux�lio possa voltar, que aqui n�o tem servi�o”.

ALUGUEL


Em condi��o semelhante, Hellen Caroline Santos Soares, de 32, relata que o dinheiro que recebeu do aux�lio emergencial serviu para refor�ar a nutri��o dos seus quatro filhos, com idades de 17, 11, 9 e 2 anos. “Com o aux�lio, tive como comprar iogurte, refrigerante, banana, melancia e outras frutas para as meninas”, diz Hellen, que n�o trabalha.

Como Sandra, depois das parcelas do aux�lio emergencial (de R$ 1,2 mil e R$ 600), em janeiro ela voltou a receber R$ 250 do Bolsa-Fam�lia.

“O dinheiro � pouco, mas � com ele que gente tem que ir levando (a vida)”, resigna-se a mulher, cujo marido � trabalhador bra�al e nem sempre encontra servi�o. Hellen conta que, al�m de diversificar e aumentar as refei��es da sua fam�lia, o dinheiro salvador do aux�lio “ajudou” a pagar o aluguel da casinha de tr�s c�modos onde mora a fam�lia, cujo valor n�o sabe falar – “quem cuida disso � meu marido”. Tamb�m conta que parte do dinheiro do socorro foi usada para “comprar umas roupinhas” para suas filhas.
 
Ainda em Juramento, Cl�udia Maria da Silva, de 29, dona de casa, m�e de dois filhos, relata que as nove parcelas do aux�lio emergencial foram uma salva��o.

“O aux�lio ajuda a gente bastante, porque � muito dif�cil encontrar trabalho na cidade”, confessa a moradora, que, ao contr�rio de Sandra e Ellen, n�o � cadastrada em nenhum programa de transfer�ncia de renda do governo. “Depois que acabou o aux�lio, ficou mais dif�cil pra gente. Come�ou at� a faltar coisas dentro de casa”, declara Cl�udia. Ela diz ainda que teme que a situa��o piore, pois o companheiro dela n�o tem emprego fixo.


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