
A diarista Luana Cristina Ferreira, de 33 anos, est� entre os 67 milh�es de brasileiros que deixaram de receber o aux�lio emergencial. Moradora de Cedro do Abaet�, no Centro-Oeste do estado, o �ltimo munic�pio do pa�s a registrar um caso de COVID-19, ela j� sente a renda encolher.
Com o marido desempregado, a trabalhadora informal se divide em faxinas para fazer as despesas de casa. Com dois filhos, de 10 e 14 anos, e sem saber como ampliar a renda, Luana j� calcula os pr�ximos cortes.
“Sem aulas, os gastos s�o maiores ainda, porque eles merendavam na escola, agora precisamos mudar a rotina para equilibrar e conseguir manter tudo”, conta. Al�m de n�o receber mais o aux�lio, a tamb�m benefici�ria do Bolsa-Fam�lia sofreu corte de R$ 89 do benef�cio, antes de R$ 171. Agora, conta com a cesta b�sica distribu�da pela prefeitura para aliviar o or�amento e engrossar a renda familiar de R$ 767 por m�s.
Com o marido desempregado, a trabalhadora informal se divide em faxinas para fazer as despesas de casa. Com dois filhos, de 10 e 14 anos, e sem saber como ampliar a renda, Luana j� calcula os pr�ximos cortes.
“Sem aulas, os gastos s�o maiores ainda, porque eles merendavam na escola, agora precisamos mudar a rotina para equilibrar e conseguir manter tudo”, conta. Al�m de n�o receber mais o aux�lio, a tamb�m benefici�ria do Bolsa-Fam�lia sofreu corte de R$ 89 do benef�cio, antes de R$ 171. Agora, conta com a cesta b�sica distribu�da pela prefeitura para aliviar o or�amento e engrossar a renda familiar de R$ 767 por m�s.
Mesmo sem previs�o do governo federal, a diarista diz orar pela renova��o do aux�lio. “� um impacto muito grande, porque o dinheiro estava nos ajudando na despesa para pagar �gua, luz. Deveria voltar porque est� dif�cil para encontrar emprego, as coisas est�o cada vez mais caras. S� pe�o a Deus”, diz Luana, enquanto o marido, de 36, busca emprego.
Antes da pandemia, ele trabalhava na prefeitura, mas o contrato foi cancelado e a vaga ocupada por um concursado. “Quando vem empresa para trabalhar aqui, em obras p�blicas, ele costuma conseguir vaga de oper�rio”, relata.
Antes da pandemia, ele trabalhava na prefeitura, mas o contrato foi cancelado e a vaga ocupada por um concursado. “Quando vem empresa para trabalhar aqui, em obras p�blicas, ele costuma conseguir vaga de oper�rio”, relata.
Na casa da dona de casa �ngela Aparecida de Melo, de 54, a situa��o n�o � diferente. O marido e os tr�s filhos, de 19, 21 e 24, est�o desempregados. A �nica renda era o aux�lio emergencial e os R$ 89 do Bolsa-Fam�lia.
“Servi�o aqui n�o � f�cil. S� tem a prefeitura. Estamos vivendo do que o meu marido ganha fazendo bicos, �s vezes na ro�a, fazendo alguma coisa ali e aqui”, explica. O or�amento, que j� era apertado, agora for�a a dona de casa a fazer mais cortes. “O auxilio era um dinheirinho que se transformava em dinheir�o. Agora, o que ajuda � a cesta b�sica da prefeitura, porque como as coisas est�o, n�o d� para comprar nada”, explica.
“Servi�o aqui n�o � f�cil. S� tem a prefeitura. Estamos vivendo do que o meu marido ganha fazendo bicos, �s vezes na ro�a, fazendo alguma coisa ali e aqui”, explica. O or�amento, que j� era apertado, agora for�a a dona de casa a fazer mais cortes. “O auxilio era um dinheirinho que se transformava em dinheir�o. Agora, o que ajuda � a cesta b�sica da prefeitura, porque como as coisas est�o, n�o d� para comprar nada”, explica.
PREFEITURA
Dos 1.157 habitantes de Cedro do Abaet�, 361 receberam o aux�lio emergencial, o que representa 31,2% da popula��o. Em valores, foram pagos R$ 1,2 milh�o, para um PIB de R$ 17,486 milh�es. O impacto ser� dentro de casa, mas tamb�m na economia da cidade, que tem como maior empregadora a prefeitura, com 170 servidores.
“Estamos preocupados porque, com o fim do aux�lio, escassez de emprego, principalmente os formais, esse impacto se dar� na assist�ncia social”, destaca o prefeito Luiz Ant�nio. Cerca de 25 fam�lias recebem cestas b�sicas.
Com apenas dois supermercados e um mercadinho, al�m da queda de renda da popula��o, o fim do benef�cio afeta a arrecada��o do munic�pio e o pequeno com�rcio.
“Os comerciantes j� est�o reclamando que as vendas diminu�ram, a inadimpl�ncia aumentou, est�o preocupados”, alerta. Antes do in�cio da maior crise sanit�ria enfrentada no Brasil, parte dos moradores trabalhava em cidades vizinhas, como Abaet�. “Com a pandemia, isso diminuiu porque eram trabalhadores do com�rcio. Como � considerado servi�o n�o essencial, houve fechamento, demiss�es e essa m�o de obra ficou ociosa”, explica.
“Os comerciantes j� est�o reclamando que as vendas diminu�ram, a inadimpl�ncia aumentou, est�o preocupados”, alerta. Antes do in�cio da maior crise sanit�ria enfrentada no Brasil, parte dos moradores trabalhava em cidades vizinhas, como Abaet�. “Com a pandemia, isso diminuiu porque eram trabalhadores do com�rcio. Como � considerado servi�o n�o essencial, houve fechamento, demiss�es e essa m�o de obra ficou ociosa”, explica.
Sem o aux�lio movimentando a economia, a arrecada��o � impactada. “Estou trabalhando com uma folha enxuta, que consome entre 44% a 46% da receita. Isso j� � para n�o ficar � merc� da arrecada��o, porque ela est� muito oscilante, n�o d� para ficar ref�m e fazer programa��o em cima dela porque ficamos dependentes dos repasses dos governos federal e estadual”, esclarece o pre- feito Luiz Ant�nio. O Fundo de Participa��o dos Munic�pios (FPM) � a principal fonte de receita de Cedro do Abaet�. (Amanda Quintiliano/Especial para o EM)