
No primeiro dia de preg�o ap�s a escolha do general Joaquim da Silva e Luna para o comando da Petrobras por indica��o do presidente Jair Bolsonaro, a queda da bolsa de valores e a alta acentuada do d�lar provocaram p�nico no mercado financeiro. A Ibovespa recuou quase 4%, a 113.741,03 pontos, e a moeda norte-americana subiu 1,35%, com cota��o de R$ 5,458. As a��es da estatal brasileira tamb�m despencaram mais de 19%, em in�cio de semana at�pico na hist�ria da empresa.
A nomea��o de Luna para a Petrobras na sexta-feira (19/02) j� havia gerado forte rea��o no mercado. Ele poder� substituir o atual presidente, Roberto Castello Branco, demitido depois de rea��o aos aumentos mais recentes dos combust�veis nas refinarias, que elevaram a press�o dos caminhoneiros sobre o governo. Mas a escolha do novo presidente depender� de aprova��o do Conselho de Administra��o da estatal.
Ap�s declara��es de Bolsonaro, as a��es tiveram queda de quase 8% e a Petrobras perdeu R$ 28,2 bilh�es em valor de mercado. At� quinta-feira, a estatal estava cotada a R$ 383 bilh�es, mas, ap�s as falas do presidente da Rep�blica, a empresa encerrou a semana valendo R$ 354,8 bilh�es.
No momento mais tenso deta segunda-feira (22/2), por volta das 15h20, os pap�is preferenciais da Petrobras (PETR4) operavam em queda de 18,73%, enquanto as a��es ordin�rias da Petrobras (PETR3), com direito a voto em assembleia, tinham perda de 19,30%. Outras empresas tiveram impactos, com recuo de 11,06% nas a��es do Banco do Brasil e de 4,33% nas a��es ELET3 e 3,28% nas ELET6 da Eletrobras.
Para aumentar o estresse do mercado financeiro, Bolsonaro sinalizou com mais mudan�as nesta semana. Um dos poss�veis alvos � o setor de energia el�trica, outra fonte de press�o inflacion�ria.
O vice-presidente Hamilton Mour�o aprovou a escolha de Luna para comandar a Petrobras: “Est� dentro da atribui��o do presidente. O mandato do Roberto terminava dia 20 de mar�o, poderia ser renovado ou n�o, a decis�o � n�o renovar. N�o vejo forma de intervir nos pre�os, at� pela pr�pria legisla��o que rege a companhia, que � o que est� sendo comentado e muito, n�o vai haver isso. � uma quest�o de confian�a na pessoa que est� l�, pelo que o presidente colocou”.
Para o economista Regis Chinchila, analista do Terra Investimentos, que atua no mercado financeiro , os rumos do pa�s depender�o de medidas a serem adotadas pelo ministro da Economia, Paulo Guedes. “O mercado financeiro vai querer ouvir a opini�o do Paulo Guedes sobre o Bolsonaro interferir no comando da Petrobras e querer mexer no setor el�trico. Mas at� agora n�o tivemos esses coment�rios do ministro, que sempre defendeu uma agenda econ�mica liberal no governo. Isso seria importante para tentar acalmar os �nimos dos investidores, mostrar algum sinal e expectativa futura”.
“A semana come�ou bastante negativa como prev�amos, com Ibovespa pesando com empresas estatais na ponta vendedora, com destaque para a Petrobras e Banco do Brasil. Para a sequ�ncia, vamos teremos eventos importantes, como discurso do presidente do Fed (Sistema de Reserva Federal dos Estados Unidos), PIB dos EUA e v�rios balan�os importantes como Petrobras, Vale, CSN, Gerdau, Itausa, Vivo entre outros”, destaca.
Leil�o
Numa tentativa de segurar as cota��es do d�lar, o Banco Central promoveu ontem um leil�o de US$ 1 bilh�o entre institui��es financeiras. A interven��o foi feita por meio de swap cambial, um tipo de contrato ligado ao c�mbio que, ao ser negociado pelo BC, tem um efeito equivalente � venda de d�lares no mercado futuro.
O efeito da atua��o do BC foi percept�vel. Ap�s ter sido negociado a R$ 5,5336 mais cedo, o d�lar � vista era vendido a R$ 5,4976 �s 12h27.
A alta no dia era de 2,08%. No exterior, o d�lar tamb�m subiu ante outras moedas de pa�ses emergentes ou exportadores de commodities, como o d�lar canadense (alta de 0,08% para o d�lar americano), o rand sul-africano (+0,80%), a lira turca ( 1,43%) e o peso chileno ( 1,34%). Mas o porcentual de ganho da moeda americana no Brasil � bastante superior ao que se v� em outros pa�ses.
Foi a primeira vez, considerando as proje��es feitas nos �ltimos dois anos, que o mercado indica a expectativa de que o IPCA - o �ndice oficial de infla��o – fique acima do objetivo central do BC, ainda que dentro da margem de toler�ncia.
O porcentual diz respeito � mediana de todas as proje��es encaminhadas ao BC para formula��o do relat�rio. Uma previs�o de analistas do mercado diz que a infla��o encerrar� 2021 em patamar ainda maior, aos 4,61%. (Com ag�ncias)