Apontada na segunda-feira (22/02), como excessiva pelo presidente Jair Bolsonaro, a remunera��o - quando se soma sal�rio fixo com b�nus e outros benef�cios - do comando da Petrobras pode chamar aten��o quando comparada com os demais cargos do servi�o p�blico e, principalmente, com o ganho m�dio do brasileiro, mas parece comum ou at� abaixo da m�dia no mundo corporativo.
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No fim de 2019, a remunera��o m�dia do trabalhador brasileiro, entre formais e informais, foi de R$ 2,3 mil por m�s, segundo o IBGE.
Os dados sobre executivos de alto escal�o s�o de levantamento do especialista em governan�a corporativa Renato Chaves, ex-diretor da Previ, fundo de pens�o do Banco do Brasil. Os valores foram levantados em outubro, nas informa��es que as empresas abertas s�o obrigadas a passar � Comiss�o de Valores Mobili�rios, �rg�o regulador do mercado. As empresas precisam informar a remunera��o anual total da diretoria, discriminando o valor mais baixo e o mais alto - o mais alto, quase sempre, � o do presidente.
O levantamento incluiu 71 companhias. Quando ordenadas segundo a maior remunera��o paga ao presidente, a Petrobras fica na posi��o 58. Entre as dez empresas que pagam melhor seus presidentes, se destacam os bancos - Ita�, Bradesco e Santander est�o entre as dez.
Para Marcelo Apovian, s�cio da consultoria global especializada em recrutamento de executivos de alto escal�o Signium, n�o parece que os valores de remunera��o do presidente da Petrobras estejam fora da realidade do setor de petr�leo e g�s, na m�dia global. "A remunera��o do primeiro n�vel e segundo n�vel est� adequada com valores do mercado."
Segundo Apovian, a remunera��o dos executivos de alto escal�o varia conforme o setor. Tradicionalmente, setores cujas margens de lucro s�o mais apertadas pagam menos. O setor de petr�leo e g�s, globalmente falando, paga bem a seus executivos de alto escal�o, porque � um "neg�cio que precisa ter pessoas boas e a margem (de lucro) permite pagar bem."
Chaves, que levantou os dados sobre remunera��o, avalia que o montante pago pela Petrobras est� dentro do normal para uma companhia estatal com a��es em Bolsa. Por outro lado, o especialista v� excessos nos sal�rios m�dios pagos aos altos executivos do Pa�s. "A remunera��o de presidentes de companhias no Brasil � excessiva, quase sempre descolada de seus resultados e extremamente desigual em rela��o �s dos demais funcion�rios", diz Chaves.
O levantamento de Chaves comparou a remunera��o do presidente de cada companhia com o sal�rio m�dio pago aos funcion�rios como um todo. No caso extremo, o presidente ganha 600 vezes mais do que a m�dia da empresa. No quesito desigualdade, a petroleira est� entre aquelas com menores diferen�as, com oito vezes.