Nesse per�odo, continuou pagando aluguel e tendo outras despesas, mas sem a contrapartida da venda de uniformes. Em julho, Carvalho decidiu encerrar definitivamente uma das lojas. "Se a venda continuar aqu�m do necess�rio, cogitamos s� ficar com a confec��o e fabricar sob demanda", diz.
Entre inaugura��es e fechamentos, o com�rcio perdeu 75,2 mil pontos de venda, revela estudo da Confedera��o Nacional do Com�rcio de Bens, Servi�os e Turismo (CNC), obtido com exclusividade pelo Estad�o. O levantamento considera lojas com v�nculo empregat�cio que entram no Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged).
O resultado de 2020 foi o pior desde 2016, quando o saldo tinha sido de 105,3 mil lojas fechando as portas, na �poca, por causa da maior recess�o da hist�ria recente. Ap�s dois anos seguidos de saldo positivo - com a abertura l�quida de 27,1 mil lojas -, o estrago em 2020 s� n�o foi maior por causa do aux�lio emergencial, segundo o economista-chefe da CNC e respons�vel pelo estudo, Fabio Bentes. "Sem o aux�lio ter�amos tido seguramente mais de 100 mil lojas fechadas."
Apesar da digitaliza��o acelerada do com�rcio por conta da pandemia, o varejo brasileiro � ainda muito dependente do consumo presencial, que responde por cerca de 90% das vendas. Essa rela��o � n�tida, segundo Bentes, quando se constata que o impacto maior da pandemia ocorreu no primeiro semestre, com o fechamento l�quido de 62,1 mil lojas.
Nesse per�odo, o �ndice de isolamento social atingiu o pico de 47% e as vendas recuaram quase 18% em abril. No segundo semestre, quando se iniciou o processo de reabertura e o consumo foi impulsionado pelo aux�lio, o saldo negativo de abertura de lojas foi bem menor e ficou em 13,1 mil.
Tempestade
Para o presidente da Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo (SBVC), Eduardo Terra, o que explica o saldo negativo na abertura de lojas � uma "tempestade perfeita" que combinou o aperto provocado pela crise sanit�ria com a acelera��o da digitaliza��o do varejo, a redu��o da presen�a no Pa�s de marcas internacionais e o forte aumento de custos dos alugu�is, especialmente em shoppings. "Todos fatores est�o interligados."O fechamento de lojas de marcas internacionais, na opini�o de Terra, tem rela��o com a crise sanit�ria, que levou muitas empresas a encerrarem pontos de venda em pa�ses que n�o s�o priorit�rios. Mas as empresas alegam outros motivos.
A espanhola Zara, por exemplo, do setor de vestu�rio, fechou sete lojas no Pa�s nos �ltimos tr�s meses e ficou com 49 em funcionamento. Segundo fontes pr�ximas da companhia, o encerramento desses pontos n�o est� relacionado com a pandemia. Ele faz parte de um projeto global, anunciado antes da crise sanit�ria, de transforma��o digital no qual as lojas menores seriam desativadas.
A francesa L'Occitane au Br�sil, de perfumaria, � outra que fechou 39 lojas em 2020 e manteve 157 em opera��o. Segundo a companhia, o encerramento das lojas � resultado da reestrutura��o, anterior � pandemia, que visa uma "adequa��o dos espa�os do varejo", como avan�o da venda online.
Vagas perdidas
A retra��o de 1,5% nas vendas do varejo ampliado em 2020, que inclui ve�culos e materiais de constru��o, e o grande fechamento l�quido de lojas f�sicas resultaram na perda de 25,7 mil postos formais de trabalho, aponta o levantamento da Confedera��o Nacional do Com�rcio de Bens, Servi�os e Turismo (CNC), com base nos dados do Caged. Foi o primeiro saldo anual negativo no emprego do varejo desde 2016. Naquele ano, por conta da forte recess�o foram fechadas 176,1 mil vagas, entre admiss�es e demiss�es.Apesar do saldo negativo na ocupa��o do varejo em 2020, n�o houve uma revers�o completa das vagas abertas nos tr�s anos anteriores. Entre 2017, 2018 e 2019, o setor gerou 220,1 mil empregos com carteira.
Segundo o economista-chefe da CNC, Fabio Bentes, o grande fechamento de lojas f�sicas que houve em 2020 n�o dever� ser compensado este ano por conta do cen�rio incerto em rela��o �s novas ondas da pandemia e ao ritmo de vacina��o. "Seguramente, esse quadro deve fazer com que a retomada do emprego no com�rcio seja bem mais dif�cil, a menos que ocorra alguma surpresa."
Al�m das incertezas sobre a retomada da abertura de lojas por causa da pandemia, ele lembra que o com�rcio eletr�nico cujas vendas cresceram 37% em 2020, n�o tem capacidade de gerar tantos empregos como as lojas f�sicas.
Vestu�rio
Todos os segmentos do com�rcio fecharam mais lojas do que abriram no ano passado. O enxugamento nos pontos de venda pegou at� os "queridinhos" do varejo, como supermercados e lojas de materiais de constru��o, que ganharam grande impulso nas vendas por causa do aux�lio emergencial.
Mas o segmento que mais fechou loja do que abriu em 2020 foi o de artigos de vestu�rio, cal�ados e acess�rios, com um saldo negativo de 22,29 mil pontos de venda, segundo levantamento da Confedera��o Nacional do Com�rcio de Bens Servi�os e Turismo (CNC). O segmento de vestu�rio fechou o ano com um estoque de lojas 10% menor em rela��o a dezembro de 2019 e com uma retra��o de quase o dobro do recuo do estoque total de lojas no varejo.
O varejo como um todo encerrou o ano de 2020 com 1,221 milh�o de lojas ativas, um n�mero 5,8% menor do que em 2019.
"O estrago foi maior no varejo n�o essencial, como as lojas de e vestu�rio, livrarias e no com�rcio automotivo", observa o economista-chefe da CNC e respons�vel pelo levantamento, Fabio Bentes.
No caso dos artigos de vestu�rio, al�m da retra��o nas vendas pelo fato de as pessoas estarem confinadas em casa e consumido menos esse tipo de produto, as press�es de custos de alugu�is, especialmente de shoppings, onde a maioria dessas lojas est�o instaladas, cresceram em ritmo exponencial.
Pressionado pelo c�mbio e pelo aumento de pre�os das mat�rias-primas, o �ndice Geral de Pre�os-Mercado (IGP-M), o indexador mais usado nos contratos de loca��o, deu um salto. Em 12 meses at� fevereiro deste ano acumula alta de quase 30%.
Angelo Campos, dono da MOB, confec��o e rede de lojas de moda feminina, fechou tr�s lojas, de um total de 34, no ano passado por causa dos custos operacionais elevados. No shopping, ele tem de pagar o rateio do condom�nio, fundo de promo��o, aluguel reajustado pelo IGP-M e 13.º aluguel. "E eles n�o quiseram negociar, independentemente da pandemia." Resultado: o empres�rio acabou trocando as tr�s lojas pr�prias em shopping por cinco franquias na rua e o saldo foi positivo. Ele diz que tem inten��o de fazer novas migra��es para lojas de rua.
Dados da Associa��o Brasileira de Shopping Centers (Abrasce) mostram que a vac�ncia nos shoppings foi de 9,3% em 2020, ante 4,7% no ano anterior.
Apesar de segmentos do varejo que vendem produtos para serem consumidos em casa terem se sa�do melhor no ano passado, eles tamb�m n�o escaparam do fechamento de lojas. Os hipermercados, supermercados e minimercados fecharam o ano com saldo negativo 14,38 mil na abertura de lojas e o estoque de pontos de venda ficou 5,5% abaixo do de 2019.
"O que est� sofrendo com a pandemia � o minimercado", conta H�lio Freddi, diretor da rede Hirota. Com a queda de clientes em shoppings e em centros empresariais por causa do home office, ele fechou duas lojas Express nesses locais e abriu tr�s em pontos de maior fluxo. Nas lojas de supermercado do grupo e as instaladas em condom�nio, no entanto, o plano � expandir os pontos de venda. As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.
O que � o coronav�rus
Principais sintomas das pessoas infectadas pela COVID-19:
- Febre
- Tosse
- Falta de ar e dificuldade para respirar
- Problemas g�stricos
- Diarreia
- Em casos graves, as v�timas apresentam:
- Pneumonia
- S�ndrome respirat�ria aguda severa
- Insufici�ncia renal
- Os tipos de sintomas para COVID-19 aumentam a cada semana conforme os pesquisadores avan�am na identifica��o do comportamento do v�rus