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Estado de Minas Crise sem precdente

Brasil convive com entraves para a retomada econ�mica

Pa�s convive com os reflexos, na economia, da falta de ger�ncia do governo federal


29/03/2021 04:00 - atualizado 29/03/2021 07:47

Palácio do Planalto, sede administrativa do governo federal(foto: Wikimedia Commons)
Pal�cio do Planalto, sede administrativa do governo federal (foto: Wikimedia Commons)

O Brasil est� pagando pelos erros do governo, principalmente no combate � pandemia de COVID-19, e isso se reflete na conjuntura interna, cada vez mais turbulenta. N�o � toa, proje��es do mercado j� apontam para um cen�rio com juros nas alturas, de 9% em 2022, marcando o fim do ciclo de juros reais negativos, que o pa�s n�o soube aproveitar para crescer de forma robusta e sustent�vel.

A pandemia est� no pior momento, com o pa�s superando as 300 mil mortes e perto do  recorde de 4 mil �bitos di�rios, sem que a vacina��o avance a contento, apesar das promessas tardias do Minist�rio da Sa�de, de compra de imunizantes que s� devem chegar no segundo semestre para o grosso da popula��o.

A economia, por sua vez, caminha para a recess�o t�cnica – dois trimestres seguidos de queda – num cen�rio em que a infla��o s� sobe e corr�i o poder de compra do brasileiro, criando um ambiente prop�cio � estagfla��o,  pior dos mundos na literatura econ�mica. Na contram�o, o Banco Central (BC) fez  um aperto monet�rio mais forte.

O mercado cobra seu pre�o por meio de juros, pois a curva futura est� inclinada (em alta), mostrando uma taxa b�sica da economia (Selic) de 9% em 2022. Para este ano, apesar de o BC sinalizar que uma Selic de 4,5% em dezembro seria suficiente para conter a infla��o dentro da meta, poucos acreditam nesse percentual. Crescem as apostas de algo mais pr�ximo da taxa neutra, de 6% e 6,5%, ou seja, no limite para o est�mulo da atividade. Para especialistas, apesar do discurso do BC, de buscar baixar o �ndice de Pre�os ao Consumidor Amplo (IPCA), que amea�a romper o teto da meta, de 5,25% anuais, a a comunica��o vai muito mal.

Ap�s falar pelos cotovelos em lives com agentes de mercado em 2020, os diretores do BC s� provaram que s�o amadores e, alguns deles, muito fracos para o cargo que ocupam, de acordo com fontes do mercado. Al�m disso, n�o demonstram a verdadeira autonomia conquistada recentemente no Congresso Nacional. A desconfian�a aumentou ap�s a �ltima reuni�o do Comit� de Pol�tica Monet�ria (Copom), quando o BC elevou a Selic em 0,75 ponto percentual, para 2,75% anuais, acima das previs�es do mercado (0,50 ponto).

A medida, mais dura, foi mal explicada e gerou mais desconfian�a. No comunicado, o BC alegou que o choque de pre�os era “tempor�rio”, o que n�o justificaria a antecipa��o do ciclo de alta da Selic. No entender do ex-diretor do Banco Central Carlos Thadeu de Freitas Gomes, economista-chefe da Confedera��o Nacional do Com�rcio de Bens, Servi�os e Turismo (CNC), a autoridade monet�ria errou ao conservar a Selic no menor patamar da hist�ria por mais tempo do que devia. E m 2020, j� havia mudan�as no cen�rio da infla��o.

“Os diretores n�o explicaram logo a corre��o desse erro. Apenas duas semanas depois, tentaram rebater cr�ticas, na apresenta��o do Relat�rio de Infla��o (quinta-feira). A justificativa, de que a alta mais forte na Selic ocorreu porque as coisas mudaram n�o convenceu”, explica. “O BC tem que se antecipar a esses movimentos e n�o � o que est� ocorrendo. Est� s� reagindo.”

Desconfian�a


O mercado percebeu o erro e aposta em corre��o mais forte do que a alta de 75 pontos-base sinalizada para a reuni�o do Copom de maio, quando a infla��o poder� se aproximar de 8%. Analistas preveem alta de pelo menos 100 pontos-base. 

A desconfian�a no governo e no BC se reflete na curva de juros futuros, diz Sergio Goldenstein, consultor independente da Ohmresearch Independent Insight: “A curva de juros futuros j� mostra Selic de 6,5% em dezembro e de 9%, no fim de 2022. Pesaram a decis�o e o comunicado do Copom. O BC exagerou ao colocar mais foco na infla��o de 2021 do que na de 2022 e est� superestimando a atividade neste ano”.

A mediana das proje��es do mercado para a Selic deste ano passou de 5,5%, na semana passada, para 6%, nesta semana, conforme dados do boletim Focus, do BC. 

Para 2022, est� em 6% h� 21 semanas, mas poder� sofrer altera��es. Contribui para essa press�o maior nos juros o enorme volume de t�tulos p�blicos que devem vencer at� maio. O Tesouro Nacional precisar� fazer a rolagem de R$ 518 bilh�es nesses tr�s meses, apesar de afirmar ter  “colch�o de liquidez para seis meses”, de R$ 933 bilh�es.

Esses pap�is vencem no momento em que o Or�amento de 2021, apesar de rec�m-aprovado pelo Congresso, � de dif�cil execu��o, por amea�ar quebrar as regras fiscais pelo subdimensionamento de despesas.

A Uni�o fica em maus len��is quanto a confian�a e capacidade de honrar compromissos. Logo, o mercado vai cobrar o pr�mio de risco quando o Tesouro quiser trocar os t�tulos vincendos por pap�is com prazos mais longos, prefixados ou p�s-fixados. Outro term�metro, o risco-pa�s voltou a crescer. Chegou a 220,1 pontos para o contrato de cinco anos do Credit Default Swap (CDS) na sexta-feira, alta de 15,84% em uma semana.

Cen�rio ruim

15,8%
Foi a alta do risco-pa�s em uma semana, para 220,1 pontos

1,8%
� a expectativa da MB Associados para o crescimento do PIB em 2022 


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