Simone Bernardes percebeu que a maioria de frutas subiu de pre�o: ''Procuro mais por frutas da esta��o, que s�o mais baratas''
(foto: Leandro Couri/EM/DA Press)
A express�o "a pre�o de banana" deixou de ser refer�ncia de pre�o baix�ssimo de algum produto. A fruta apresentou varia��o de 22,64% entre janeiro e mar�o deste ano, em compara��o ao mesmo per�odo em 2020.
Mas foi o mam�o o grande vil�o nas g�ndolas de sacol�es e supermercados de Belo Horizonte. Os pre�os da fruta na Ceasa registraram aumento de 128,66% no m�s passado, em rela��o a mar�o do ano passado. No primeiro trimestre (2021/2020), a varia��o chegou a 71,60%.
A melancia, fruta tropical abundante em terras brasileiras, teve alta de 37% nos tr�s primeiros meses de 2021, comparados com o per�odo no ano passado.
Andr�a Stancioli, assessora t�cnica na Secretaria de Estado da Agricultura, Pecu�ria e Abastecimento de Minas (Seapa), explica que as altas n�o foram cont�nuas e que os pre�os variavam de m�s a m�s.
Mas aponta alguns fatores comuns, mesmo sem pandemia, que influenciam nessa varia��o, entre eles a entressafra, que provoca menor oferta do produto no mercado, e a alta cota��o do d�lar, que favorece a exporta��o. Os produtores de mam�o, manga e lim�o tahiti optaram por exportar do que vender no mercado nacional.
O constante aumento dos combust�veis, com consequente eleva��o no valor dos fretes, tamb�m influenciaram diretamente no pre�o ao consumidor, assim como problemas clim�ticos, como geadas e ventos fortes ocorridos em fevereiro.
Luciana Ramos diz que pre�os dos alimentos subiram no geral, mas as frutas viraram ''artigo de luxo'' (foto: Leandro Couri/EM-DA Press - Belo Horizonte-MG)
Segundo a t�cnica da Seapa, tendo como refer�ncia os pre�os praticados na Ceasa, os aumentos v�o atingir o consumidor final nos sacol�es e supemercados. Ela pondera que, mesmo com a pandemia, "n�o houve desabastecimento nem interrup��o da produ��o. Num primeiro momento, alguns produtores readequaram sua produ��o para se adaptar ao mercado, com a queda nas vendas".
Um dos exemplos � a laranja, que, com a ind�stria aquecida, foi redirecionada da venda in natura para a moagem.
Mas o consumidor vem sentindo que o pre�o de frutas tem pesado mais no bolso. Luciana Ramos, assistente social, assegura que os pre�os dos alimentos em geral est�o nas alturas. Mas as frutas se tornaram "artigo de luxo".
"A graviola, de que gosto muito, est� a R$ 12 o quilo. Imposs�vel! A ma�� gala, que era mais acess�vel, tamb�m est� impratic�vel. Est� tudo muito caro. Como n�o pode faltar, � preciso racionar. Compro menos, acabo pegando uma ou outra mais em conta. Na banca de banana, por exemplo, vejo diferen�a enorme entre a banana caturra e ma��, escolho a mais barata."
Simone Pimentel Souza Bernardes percebeu que nem s� a banana subiu de pre�o, mas a maioria de frutas. "Procuro mais por frutas da esta��o, que s�o mais baratas."
Soraya Leonel:' 'As frutas de fora de �poca est�o igual ao pre�o da carne. Est�o abusando muito'' (foto: Leandro Couri/EM-DA Press - Belo Horizonte-MG)
S�o quatro pessoas na casa de Simone. Duas crian�as que comem, no m�nimo, seis frutas por dia. "Gasto de R$ 100 a R$ 120 por semana, enquanto antes da pandemia gastava uns R$ 60. Ficamos mais dentro de casa, comemos mais. E, com crian�a, n�o tem como reduzir o consumo."
Soraya Leonel tamb�m reclama dos aumentos. "A banana prata est� R$ 6 e j� comprei a R$ 3. Escolho sempre as frutas de �poca, que s�o mais baratas, sen�o, chega no final do m�s o dinheiro n�o d�. A laranja est� mais ou menos no mesmo pre�o. As de fora de �poca n�o compro. Est�o igual a pre�o da carne. Est�o abusando muito."
Soraya disse ser portadora de diabetes e que depende de frutas na alimenta��o. "Antes, meu sacol�o era de R$ 40 por semana, para frutas e verduras, e hoje n�o gastamos menos que R$ 100. S�o duas pessoas em casa. Tem que manter o consumo. Vamos substituindo, reduzindo as frutas que mais gostamos. Est� cheio de atravessador que influencia muito no que se pode comprar. Se ganhar um sal�rio m�nimo, n�o tem nem como consumir fruta. Quando eu era mais jovem, as condi��es de alimenta��o eram muito melhores."
Varia��o de pre�os na Ceasa-MG das 10 frutas mais consumidas: