
O novo presidente do Instituto Brasileiro de Geografia e Estat�stica (IBGE), Eduardo Rios Neto, disse em entrevista publicada nesta ter�a-feira, 27, no site da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), que a realiza��o do Censo Demogr�fico em 2022 depende "das circunst�ncias sanit�rias e or�ament�rias", mas ele ressaltou que lutar� pela recomposi��o de recursos para o levantamento.
A nomea��o de Rios Neto foi publicada nesta ter�a-feira no Di�rio Oficial da Uni�o, quase duas semanas ap�s o �rg�o ter anunciado sua indica��o pelo Minist�rio da Economia para assumir a presid�ncia.
Professor titular aposentado da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), onde trabalhou por mais de 30 anos, o novo presidente atuava como diretor de Pesquisas do IBGE desde 2019. Rios Neto � formado em Economia, com doutorado em Demografia, al�m de ser integrante da Academia Brasileira de Ci�ncias, informou o IBGE � �poca do an�ncio.
Ele sucede Susana Cordeiro Guerra, que pediu exonera��o do cargo h� um m�s. Em 26 de mar�o, dia seguinte � aprova��o pelo Congresso da redu��o no or�amento do Censo Demogr�fico de 2021, Susana informou que entregaria a presid�ncia do IBGE, permanecendo por apenas mais duas semanas � frente do instituto. Ela cumpriu seu �ltimo dia de expediente em 9 de abril, sendo substitu�da interinamente desde ent�o pela diretora executiva do �rg�o, Marise Ferreira, servidora de carreira do �rg�o h� 37 anos.
"Pretendo dar continuidade ao trabalho da minha antecessora, Susana Cordeiro Guerra. Meu maior desafio � realizar o Censo Demogr�fico com qualidade e boa cobertura, agora sabendo que ser�, provavelmente, em 2022, a depender das circunst�ncias sanit�rias e or�ament�rias. Vamos lutar pela integralidade do or�amento para o Censo 2022 e para mitigar as perdas operacionais em 2021", declarou Rios Neto ao site da UFMG.
Na entrevista, o novo presidente tamb�m menciona como desafios a moderniza��o de atividades do IBGE, uso de registros administrativos, ado��o de novas tecnologias para analisar grandes bases de dados e aplica��es de intelig�ncia artificial.
O professor aposentado da UFMG assume o instituto em meio � crise gerada pelo corte no Or�amento que inviabilizou a realiza��o do Censo Demogr�fico este ano. Na sexta-feira passada, 23, o Minist�rio da Economia confirmou que o Or�amento de 2021 n�o traz recursos para a realiza��o do levantamento censit�rio.
Dos R$ 2 bilh�es previstos, apenas R$ 71 milh�es foram aprovados pelo Congresso Nacional no m�s passado. No entanto, o Or�amento sancionado e publicado no Di�rio Oficial da Uni�o de sexta-feira, 23, trouxe um veto do presidente Jair Bolsonaro que reduziu esse valor para apenas R$ 53 milh�es, o que inviabiliza at� os preparativos para o levantamento ir a campo em 2022, afirmou o sindicato nacional dos servidores do IBGE, o Assibge. A verba extra � necess�ria para a manuten��o dos contratos de trabalhadores tempor�rios que j� preparam o levantamento censit�rio e de servi�os e licita��es em curso. O texto aprovado no Congresso para 2021 previa R$ 53 milh�es de custeio e outros R$ 17,750 milh�es de investimento, que acabaram vetados pelo presidente, ressalta o sindicato.
Realizado a cada dez anos, o Censo Demogr�fico deveria ter ido a campo em 2020, mas foi adiado para 2021 em fun��o da pandemia do novo coronav�rus. O IBGE ter� de cancelar pelo segundo ano consecutivo o concurso p�blico aberto para preencher as mais de 200 mil vagas tempor�rias de recenseados e agentes censit�rios que trabalhariam no levantamento.
As provas presenciais que seriam realizadas este m�s j� estavam adiadas, sem nova previs�o de data. Um concurso anterior tinha sido aberto pelo �rg�o em 2020, mas acabou cancelado, e o dinheiro das inscri��es foi devolvido. Os contratados no novo processo seletivo visitariam todos os cerca de 71 milh�es de lares brasileiros entre agosto e outubro deste ano, nos 5.570 munic�pios do Pa�s. O �rg�o esperava que mais de dois milh�es de pessoas se inscrevessem no processo seletivo.
As informa��es recolhidas pelo Censo servem de base, por exemplo, para o rateio do Fundo de Participa��o de Estados e munic�pios, sendo essenciais tamb�m para pol�ticas de sa�de, como a necessidade de aloca��o de profissionais e equipamentos para atendimento pelo Sistema �nico de Sa�de (SUS) e planejamento de pol�ticas educacionais. Os dados s�o usados ainda como base para pesquisas amostrais, como a Pesquisa Nacional por Amostra de Domic�lios Cont�nua, do pr�prio IBGE, que levanta informa��es sobre o mercado de trabalho, como a taxa de desemprego, e at� para pesquisas eleitorais.