
O queijo artesanal vai muito mais al�m e faz parte da hist�ria, cultura e tradi��o de Minas Gerais e contribui, ainda, para a economia. Esse tipo de produto � feito de leite cru e n�o passa pelo processo de pasteuriza��o.
O dia e o m�s da comemora��o faz refer�ncia ao Modo Artesanal de fazer Queijo de Minas, ocorrido em 2008, nas regi�es do Serro, da Serra da Canastra e do Alto Parana�ba. Na �poca, o jeitinho mineiro de produzir os queijos foi reconhecido pelo Conselho Consultivo do Instituto de Patrim�nio Hist�rico e Art�stico Nacional (Iphan). Al�m disso, o Queijo Minas Artesanal (QMA) tamb�m � reconhecido como Patrim�nio Cultural Imaterial Brasileiro pelo Iphan.
A Empresa de Assist�ncia T�cnica e Extens�o Rural do Estado de Minas Gerais (Emater–MG), vinculada � Secretaria de Estado de Agricultura, Pecu�ria e Abastecimento (Seapa), estima que a produ��o de queijos artesanais gera renda e trabalho para cerca de 30 mil fam�lias de todas as regi�es do estado. Por ano, essas fam�lias produzem cerca de 85 mil toneladas de queijos.
O QMA, primeiro queijo artesanal mineiro a ser regulamentado pela Lei Estadual 14.185/2002, � a fonte de renda de aproximadamente 9 mil fam�lias em Minas Gerais.
Segundo a coordenadora t�cnica estadual da Emater-MG, Maria Edinice Soares, o QMA “foi o primeiro queijo a ser caracterizado no estado. O leite cru tem de ser produzido exclusivamente na propriedade produtora. Utiliza pingo, coalho, salga a seco e passa por processo de matura��o, adquirindo uma casca lisa e amarelada”.
Pesquisas apontam para uma produ��o de 50 mil toneladas de Queijo Minas Artesanal anualmente.
“A m�dia � de 15,3 quilos por produtor ao dia. O n�mero nos mostra que a grande maioria dos produtores � da agricultura familiar e que eles geram mais de R$ 1 milh�o por ano (pre�os pagos aos produtores)”, afirma o engenheiro agr�nomo Milton Nunes, coordenador t�cnico estadual da Emater-MG.
O QMA pode ser produzido legalmente em todo o estado de Minas Gerais. Por�m, somente os produzidos nas microrregi�es Arax�, Campo das Vertentes, Canastra, Cerrado, Serras de Ibitipoca, Serra do Salitre, Serro e Tri�ngulo Mineiro t�m a autoriza��o para usarem a nomenclatura na embalagem.
“S� pode explorar no r�tulo Queijo da Canastra, Queijo do Serro, Queijo de Arax�, quem est� dentro dessas microrregi�es. Uma pessoa de fora pode produzir, mas n�o explorar o nome de nenhuma microrregi�o”, disse o gerente de Inspe��o de Produto de Origem Animal do Instituto Mineiro de Agropecu�ria (IMA), Andr� Duch.
Tipos de queijos artesanais
H� outras regi�es de Minas que produzem queijos artesanais com caracter�sticas pr�prias, como o sabor, que varia de acordo com a regi�o e o clima. Os queijos produzidos s�o: Cabacinha, Serra Geral, Vale do Sua�u�, Alagoa, Mantiqueira de Minas e Requeij�o Moreno.
O queijo artesanal Cabacinha � produzido na Regi�o do Vale do Jequitinhonha. � feito de leite cru de vaca com massa aquecida e � moldado no formato de cabacinha.
J� o queijo artesanal da Serra Geral, produzido em 17 munic�pios da Regi�o Norte de Minas Gerais, n�o tem uma produ��o definida, pois a mesma ainda est� sendo estudada. Mas a coordenadora Maria Edinice afirma que o queijo “� feito de leite cru e coalho”.
Por outro lado, os queijos Vale do Sua�u�, Alagoa e Mantiqueira de Minas t�m um modo de produ��o semelhante: leite cru de vaca, soro fermentado e coalho. A massa passa por um processo de cozimento, enformagem e salga salmoura.
Legaliza��o e seguran�a
As queijarias s�o legalizadas pelo Instituto Mineiro de Agropecu�ria (IMA), que trabalha em parceria com a Emater-MG. Sendo assim, o estabelecimento registrado pode comercializar os produtos em Minas e em outros estados. Por�m, para a venda para outras regi�es do pa�s, o produtor precisa solicitar o Selo Arte.
“O primeiro passo para quem deseja legalizar o queijo que produz � procurar o escrit�rio da Emater-MG, que o extensionista ir� orientar nesse processo. O nosso papel � apoiar o produtor na organiza��o dos documentos exigidos pelo IMA. Quem registra a queijaria pode pedir o Selo Arte”, explica Milton Nunes.
Entre os documentos que o produtor deve apresentar ao IMA, est�o um memorial socioecon�mico com detalhes da estrutura de queijaria e de curral, a��es de higiene e sanitiza��o e comprovante de sanidade do rebanho.
De acordo com Maria Edinice, o Selo Arte “veio para falar ao consumidor que aquele queijo � artesanal e segue par�metros de legisla��o de boas pr�ticas agropecu�rias e boas pr�ticas de fabrica��o. E com isso, o produtor pode colocar seu produto em qualquer g�ndola, dentro e fora do estado de Minas Gerais”.
*Estagi�rio sob supervis�o do subeditor Eduardo Oliveira