
A Pesquisa do �ndice de Pre�os ao Consumidor (IPCA) na Grande BH aponta recupera��o dos pre�os pelo setor de transporte por aplicativo. O IBGE atribuiu a alta bem acima da infla��o ao aumento da demanda por esse servi�o, talvez com menor restri��o � circula��o de pessoas no atual est�gio da pandemia.
Os pre�os do transporte por aplicativo na Grande BH subiram 1,51% em maio, frente ao IPCA de 0,79%. No ano, predomina queda de 14,43%, reflexo de infla��o negativa desse servi�o de 22,13% em abril. A reabertura do com�rcio de produtos e servi�os n�o essenciais em BH foi anunciada pelo prefeito Alexandre Kalil (PSD) no dia 19 de abril.
Na m�dia nacional, o IBGE observou n�tida mudan�a de comportamento, de queda para a alta de pre�os do transporte por aplicativos. Houve alta de 1,79% em maio, ante 0,83% do IPCA. No ano, predomina a queda de 23,23%.
Estudos do Sebare Minas apontam que a formaliza��o de motoristas de aplicativo no estado despontou, com crescimento de 114%. Quase 11 mil pessoas se formalizaram nessa atividade. Tamb�m entre os entregadores motorizados ou ciclistas apontam uma tend�ncia a se regularizar.
Ant�nio Ronaldo de Souza, de 57 anos, trabalha h� quatro como motorista de aplicativo. Durante a pandemia, o movimento come�ou a cair e chegou a 60% a menos. Quando da reabertura gradual do com�rcio, gradativamente o movimento foi aumentando. "Com essas �ltimas medidas anunciadas pelo prefeito com abertura mais prolongada, estamos chegando a n�veis anteriores � pandemia," conclui.
O motorista de aplicativo diz que sua operadora criou um programa onde diminui o valor da corrida."Isso nos afetou bastante. Quem usa carro alugado, n�o est� conseguindo pagar os valores do aluguel."
Na quarta-feira (9/6), o prefeito anunciou novas flexibiliza��es. Dessa vez, esticando os hor�rios de funcionamento de bares e restaurantes que poder�o servir at� as 22h. No dia 12 de junho, Dia dos Namorados, esses estabelecimentos funcionar�o at� a 1h de domingo. Kalil garantiu a volta das aulas presenciais do ensino fundamental para 21 de junho.
Tamb�m o governo do estado anunciou novas regras para cidades na onda vermelha, do programa Minas Consciente. Academias, clubes e sal�es de beleza voltam com a permiss�o para funcionamento a partir desta sexta-feira (11/6). A decis�o foi publicada nessa quinta-feira (10/6) pela Secretaria de Estado de Sa�de (SES-MG).
Entregadores criam empresas individuais
O grande n�mero de trabalhadores que migrou para os servi�os de entrega aumentou a concorr�ncia, por�m sem contrapartida dos aplicativos. Nenhum v�nculo empregat�cio e muita cobran�a, � o que reclamam.

"Aplicativo d� dinheiro, mas explora muito. Agora tem rota, s�o muitos. Os aplicativos t�m s� a m�o de obra de ir l� e ganhar o cliente, mas n�s, entregadores, � que fazemos tudo. Cobram R$ 50 do cliente e nos pagam de R$ 20 a 30, para quem presta servi�o", reclama o entregador Leonardo Rodrigues dos Santos, de 37 anos, que resolveu criar sua microempresa individual (MEI).
Ele conta que nos aplicativos pode-se tirar at� R$ 6 mil por m�s, "desde que comece a trabalhar �s 8h e v� at� as 2h, ou seja, 20 horas por dia, sem domingo ou feriado". Por isso, Leonardo decidiu buscar seus pr�prios clientes e tem melhorado os resultados. "Continuo pagando a MEI e produzindo bem."
Leonardo admite que pode um dia voltar para o aplicativo. "A gente n�o sabe o dia de amanh�, mas n�o tenho a m�nima vontade. Eles cobram da gente como empregados deles, mas n�o nos tratam como colaboradores. H� poucos dias, perdi um colega com COVID-19, e o que a fam�lia dele recebeu? Nada."
Ramon Heleno Nepomuceno, tamb�m entregador, fala do n�mero de pessoas fazendo entregas. "O mercado est� lotado e, portanto, mais barato, com menos servi�o e locais mais distantes." Ele ganha entre R$ 5 e R$ 10 por entrega. "Se trabalhar 12 horas num dia, ganho por volta de R$ 100."
As duas maiores empresas de transporte de passageiro por aplicativo n�o respoderam aos pedidos da reportagem para que comentassem os dados.