Condi��es para o escoamento da produ��o industrial a partir de Minas foram decisivos para empresas como o Grupo Crist�lia, que planeja sua segunda f�brica no estado (foto: Crist�lia/Divulga��o)
A perspectiva da redu��o de custos log�sticos com a melhoria na infraestrutura, por meio da constru��o do rodoanel metropolitano de Belo Horizonte e dos programas de concess�es de rodovias estaduais e federais, � apontada pelas empresas entre os principais fatores que contribuem para atra��o de investimentos da iniciativa privada para Minas Gerais, a despeito do impacto da pandemia de COVID-19 sobre a economia.
As tradicionais atividades de minera��o, metalurgia, produ��o de celulose e de alimentos no estado tamb�m est�o sendo favorecidas, neste caso, pelo ciclo de valoriza��o dos pre�os das chamadas commodities, itens b�sicos e minerais cotados no exterior.
A boa condi��o de escoamento de produtos e a localiza��o considerada estrat�gica do estado, com acesso a grandes mercados consumidores, impulsionaram o Grupo Crist�lia, do ramo farmac�utico, na decis�o de implantar uma segunda unidade industrial mineira, desta vez em Montes Claros, no Norte de Minas, onde a empresa vai produzir diferentes tipos de medicamentos.
Entre eles est�o rem�dios injet�veis (kit intuba��o) usados na seda��o de pacientes graves com a COVID-19. O empreendimento dever� gerar 700 empregos diretos. Anunciado no in�cio deste m�s, o projeto tem or�amento de R$ 300 milh�es.
O Grupo Crist�lia adquiriu a �rea da antiga unidade t�xtil da Santanense (do Grupo Coteminas) para a montagem da f�brica de medicamentos, que dever� iniciar a produ��o em 2022, como informou o presidente da companhia, Ricardo Pacheco.
“Minas Gerais possui uma localiza��o estrat�gica no mapa, com f�cil acesso para os principais pontos do pa�s. Al�m disso, conta com m�o de obra qualificada e tem uma pol�tica bastante atrativa de incentivos fiscais”, enfatiza o executivo.
Al�m das condi��es destacadas pelo presidente do grupo, o im�vel escolhido se encontra em excelente estado, segundo a empresa, o que reduz custos com constru��es e acelera o tempo de obra. A empresa tem unidade em Pouso Alegre, no Sul do estado, onde s�o fabricados medicamentos parenterais de grande volume, como soros e solu��es fisiol�gicas.
Investimentos da ordem de R$ 40 milh�es foram realizados para moderniza��o da planta de Pouso Alegre, que tamb�m passou a produzir injet�veis e medicamentos anest�sicos do kit intuba��o, com o objetivo de atender � demanda dos pacientes graves do coronavirus.
“Em fun��o da pandemia da COVID-19, estamos aumentando o quadro de funcion�rios no local, j� que readequamos a produ��o e temos agora escalas que cobrem 24 horas por dia, sete dias por semana. Atualmente, o local conta com cerca de 200 postos de trabalho”, assegura Ricardo Pacheco.
Entre os protocolos de inten��o de investimentos destacam-se projetos como um centro de distribui��o da multinacional Amazon, em Betim, na Grande BH (foto: Governo de Minas/Divulga��o)
Expans�o
Est� em implanta��o em Montes Claros uma outra grande ind�stria farmac�utica, da Eurofarma, investimento or�ado em R$ 1 bilh�o e que conta com financiamento do Banco do Nordeste. O empreendimento dever� gerar 600 empregos diretos.
A planta da Eurofarma em Montes Claros tem 170 mil metros quadrados e deve entrar em produ��o no primeiro semestre de 2022. A unidade vai produzir de antibi�ticos – entre eles a Amoxicilina e Benzetacil –, al�m de f�rmacos s�lidos e hormonais, como Selene, Tamisa e Testosterona, visando atender aos mercados do Brasil e da Am�rica Latina.
“A cidade foi escolhida (para receber o empreendimento) ap�s a viabiliza��o de um distrito industrial pela Codemig (atual – Codemge Companhia de Desenvolvimento Econ�mico de Minas Gerais), al�m de ser um local de f�cil acesso rodovi�rio e a�reo e por ter m�o de obra qualificada”, informa a Eurofarma.
Minas Gerais recebe uma s�rie de outros grandes empreendimentos, entre os quais se destacam: f�brica da Heineken, com recursos de R$ 1,8 bilh�o e a previs�o de gerar 350 empregos, em Sete Lagoas (regi�o Central); unidade da sider�rgica Belgo-Mineira Bekaert (R$ 314 milh�es), em Ita�na (Centro-Oeste), com a gera��o de 700 empregos; a nova usina da Companhia Mineira de A��car e �lcool (CMAA), investimento de R$ 1 bilh�o e a previs�o de gerar 1,7 mil empregos, em Can�polis, no Tri�ngulo; e a Yara Fertilizantes, envolvendo R$ 2,2 bilhoes de investimentos e que dever� contar com 740 trabalhadores, em Serra do Salitre, no Alto Parana�ba.
Al�m dos projetos da ind�stria, destacam-se investimentos de empresas do com�rcio eletr�nico, como a multinacional Amazon. A empresa anunciou, em novembro do ano passado, a maior expans�o que definiu no Brasil, com a abertura de novos centros de distribui��o em Betim, na Regi�o Metropolitana de Belo Horizonte, Distrito Federal (Santa Maria) e Rio Grande do Sul (Nova Santa Rita). Ser�o oito centrais de armazenamento e despacho de produtos no pa�s.
Atacado Assa� ter� a terceira loja em Minas, completando 186 unidades em 22 estados e no Distrito Federal (foto: Supermercados Assa�/Divulga��o)
Supermercados surfam na onda da expans�o
Considerados atividade essencial desde o come�o da pandemia de COVID-19, os supermercados n�o enfrentaram, como outros setores, tantas restri��es por causa do distanciamento social como medida para deter o coronav�rus, a n�o ser a redu��o de hor�rio de funcionamento, combinada � limita��o de pessoas dentro das lojas.
Contudo, a pandemia n�o impediu o aquecimento vivido pelo setor em Minas. No ano passado, as redes de supermercados abriram 69 unidades e geraram 7.266 postos de trabalho, totalizando 7.383 lojas e 212.747 empregos no territ�rio mineiro.
Os investimentos do setor em novas lojas, reformas e adequa��es chegaram a R$ 660,8 milh�es, de acordo com a Associa��o Mineira de Supermercados (Amis). Com as recomenda��es para as pessoas ficarem em casa para evitar a propaga��o do v�rus, muitas pessoas deixaram de ir a bares e restaurantes – cujo funcionamento ficou restrito.
Por outro lado, aumentaram as compras nos supermercados. Prova disso � que, segundo a Amis, o setor supermercadista mineiro teve crescimento de 10,97% nas vendas e apurou faturamento de R$ 41,39 bilh�es.
Neste ano, a expans�o continua. O presidente-executivo da Amis, Ant�nio Claret Nametala, diz que a entidade projetou a abertura de 70 novas lojas em 2021, com recursos da ordem de R$ 720 milh�es e a gera��o de 7,3 mil vagas.
“Por�m, essas proje��es foram feitas considerando-se um cen�rio j� livre da pandemia. Como veio a segunda onda da COVID-19, o momento � de incertezas quanto a esses n�meros. Mas o setor continua investindo, apesar das dificuldades”, pondera Claret Nametala.
Ele salienta que, assim como outros segmentos, os supermercados t�m enfrentado muitos desafios, entre eles o pr�prio suprimento das fam�lias em plena crise sanit�ria e a ado��o das medidas de preven��o para diminuir os riscos de transmiss�o do coronav�rus nas lojas. Ele tamb�m reclama que as margens de lucro do setor foram reduzidas.
“Os supermercados comp�em um setor essencial no atendimento di�rio � popula��o e essa essencialidade ficou ainda mais evidente durante a pandemia, quando muitos outros setores precisaram ficar fechados, e coube ao nosso segmento manter o papel de suprir as demandas di�rias das fam�lias”, afirma.
Na avalia��o dos supermercadistas, essa tarefa foi cumprida, mas os custos subiram para as empresas com as adequa��es aos protocolos sanit�rios e a eleva��o das cota��es das commodities agr�colas, o que afetou os pre�os dos alimentos. “Dessa forma, os supermercados venderam mais, mas as margens foram reduzidas”, observou o presidente- executivo da Amis.
Entre os investimentos do setor est� a expans�o do Assa� Atacadista. A companhia decidiu abrir a terceira loja em Minas, instalada em Betim, na Grande BH. As outras duas unidades est�o localizadas em Contagem, tamb�m na regi�o metropolitana da capital, e em Uberl�ndia, no Tri�ngulo. Presente em cinco regi�es do pa�s, com faturamento de R$ 39,4 bilh�es por ano, o atacado mant�m 186 lojas em 22 estados e no Distrito Federal.