
O estado � o maior produtor de cacha�a de alambique do pa�s, com 200 milh�es de litros por ano, respondendo pela metade da produ��o nacional, segundo dados da Secretaria de Estado de Agricultura, Pecu�ria e Abastecimento de Minas Gerais (Seapa).
O estudo, intitulado de “A Cacha�a no Brasil - Dados de Registro de Cacha�as e Aguardentes - Ano 2021”, revelou que Salinas, Regi�o Norte de Minas, Capital Nacional da Cacha�a, se manteve na dianteira no Brasil com 23 registros de estabelecimentos produtores de cacha�a.
� de l� que vem a Cacha�a Salinas, uma das mais conceituadas no cen�rio nacional. Thiago Medrado, propriet�rio, conta que Minas � o “celeiro de cacha�as de qualidade e pioneiro na produ��o de cacha�a de alambique, tanto em n�mero de f�bricas quanto em litragem de produ��o”.

� percept�vel a atua��o do estado no setor: Alto Rio Doce, Regi�o da Zona da Mata, conta com 9 registros; C�rrego Fundo, no Centro-Oeste de Minas, s�o oito estabelecimentos produtores de cacha�a, ou seja, um produtor para cada 798 mil habitantes, o que o setor chama de densidade cachaceira.
O estudo tamb�m revelou o n�mero de marcas de produtos classificados como cacha�a e aguardente de cana registradas no minist�rio: em 2020 esse n�mero foi de 5.523. Em 2019, eram 4.705.
Fiscaliza��o
Sobre o crescimento apontado no Anu�rio da Cacha�a 2021, Thiago ressalta que a fiscaliza��o do setor teve papel importante para o crescimento. “Em Minas Gerais, a intensifica��o da fiscaliza��o por parte do IMA (Instituto Mineiro de Agropecu�ria), que passou a ser mais atuante, fez com que mais empresas buscassem a regulariza��o perante os �rg�os p�blicos”, destaca. “Embora seja um n�mero positivo, ainda existe muita regulariza��o para acontecer”, acrescenta o empres�rio.
O n�mero de registros em 2020 foi de 1.131, enquanto em 2019, de 1.086. “O mercado informal ainda � bastante expressivo e somente com fiscaliza��o intensiva conseguimos melhorar a qualidade dos produtos comercializados”, completa Thiago.
Mercado informal
Os dados confirmam a preocupa��o do propriet�rio de uma das maiores cacha�arias do pa�s. Segundo o estudo, o �ndice de informalidade continua preocupante. Atualmente, 89% dos produtores n�o est�o cadastrados no minist�rio. O �ndice � obtido na compara��o com aqueles identificados pelo Censo Agropecu�rio do IBGE de 2016.
Este cen�rio da informalidade prejudica o setor, conforme relata o propriet�rio da Cacha�a Salinas. “� ruim tanto na concorr�ncia desleal, devido ao n�o recolhimento de tributos, quanto para a imagem da cacha�a em si. Um produto informal n�o possui fiscaliza��o e em sua maioria � prejudicial � sa�de, devido a par�metros qu�micos n�o controlados. Isso prejudica a sa�de p�blica e a imagem da cacha�a como produto de qualidade”, lamenta Thiago.
Pandemia
O cen�rio do setor no in�cio da pandemia de COVID-19 n�o foi favor�vel. Apesar disso, neste ano houve uma pequena melhora. “Em fun��o do fechamento de bares e restaurantes com a pandemia, assistimos a queda no mercado da cacha�a em 2020 de mais de 23% em volume. O crescimento de produtores registrados apontado pelo Anu�rio 2021, apesar de pequeno, traz um pouco de alento para o setor e uma dose de otimismo”, ressalta Carlos Lima, diretor executivo do Instituto Brasileiro da Cacha�a (IBRAC).
Thiago, propriet�rio da Cacha�a Salinas, completa: “A pandemia ajudou a alavancar as vendas nos supermercados, mas prejudicou muito o consumo em bares e restaurantes. Minas Gerais, estado conhecido por bares, sofreu muito, e consequentemente a cacha�a”, explica.
Para ele, devido � seca, � poss�vel que a produ��o possa apresentar uma queda. “A produ��o de 2021 ter� uma queda devido a escassez de chuvas, mas n�o ter� implica��o direta no consumo”, diz.
Atualmente, o segmento da cacha�a � respons�vel pela gera��o de mais de 600 mil empregos diretos e indiretos. O destilado � o mais consumido pelos brasileiros e um dos quatro mais consumidos em todo o mundo.