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Estado de Minas Reinven��o das nossas tradi��es

Capital da cacha�a volta a surfar na onda da expans�o das vendas da bebida

Salinas, no Norte de Minas, l�der em n�mero de marcas da bebida no Brasil, mostra a rea��o do setor, com aumento da produ��o e lan�amentos ap�s pandemia


30/07/2021 04:00 - atualizado 30/07/2021 07:18


Produção diversificada de Minas se valeu da atenção dos consumidores, durante o isolamento social, à qualidade dos produtos(foto: Jair Amaral/EM/D.A Press)
Produ��o diversificada de Minas se valeu da aten��o dos consumidores, durante o isolamento social, � qualidade dos produtos (foto: Jair Amaral/EM/D.A Press)

Atividade antiga e tradicional em munic�pios de Minas Gerais, a produ��o de cacha�a foi impactada pela pandemia de COVID-19, que imp�s ao setor no Brasil queda de 23,8% das vendas em 2020,  a maior dos  �ltimos cinco anos, segundo a pesquisa de mercado do  relat�rio  anual da Euromonitor International, divulgada pelo Instituto Brasileiro da Cacha�a (Ibrac). A despeito do preju�zo, no ano em que o mundo mudou por causa do coronav�rus foram produzidos e  comercializados 399 milh�es de litros de bebida, que proporcionaram faturamento  R$ 11,9 bilh�es. O setor mantem 600 mil empregos diretos e indiretos.

 
Dona da famosa marca Havana, de Salinas, prevê crescimento do setor em 2021, estimulado por vendas on-line (foto: Cachaça Havana/Divulgação )
Dona da famosa marca Havana, de Salinas, prev� crescimento do setor em 2021, estimulado por vendas on-line (foto: Cacha�a Havana/Divulga��o )
“A queda � o resultado de v�rios fatores, em especial, do fechamento de bares e restaurantes em virtude da crise gerada pelo novo coronav�rus e de outras restri��es ao consumo de bebidas alco�licas, que afetaram diretamente o setor da cacha�a. A atividade  representa 70% das vendas da bebida”, afirma o presidente do Ibrac,  Carlos Lima. Na contram�o da turbul�ncia, Salinas, a capital nacional da cacha�a, localizada no Norte de Minas, deu a volta por cima e v� a produ��o crescer. Num universo de 586 cidades produtoras,  Salinas �  o munic�pio brasileiro com maior quantidade de marcas de aguardente registradas, 23 ao todo.
 
Produtores de cacha�a em Salinas relatam nesta reportagem que encerra a s�rie “Reinven��o das nossas tradi��es”, publicada desde domingo pelo Estado de Minas, que enfrentaram  obst�culos logo ap�s a chegada do coronav�rus no  Brasil, quando foi decretada a paralisa��o total do com�rcio e outras atividades econ�micas. No entanto, agora, ap�s mais de um ano e quatro meses de pandemia, h� fabricantes de  aguardente do munic�pio norte-mineiro comemorando n�o somente a manuten��o do neg�cio, como tamb�m a melhoria das vendas.
 
Eles conseguiram expandir o neg�cio em plena crise sanit�ria por terem inovado e investido nas vendas pelo sistema on-line. Outra explica��o para os bons resultados � que durante o isolamento social as pessoas passaram a valorizar m ais os produtos reconhecidos pela qualidade, como a cacha�a de Salinas. A cidade tem  fama de produzir as melhores marcas do Brasil, sendo a mais famosa a Havana.
 
“A pandemia n�o atrapalhou muito a  nossa marca. S� no in�cio da pandemia que demos uma 'parada', nos meses de mar�o e abril de 2020. Mas logo depois, tudo se normalizou e a gente continua vendendo bem at� hoje”, afirma o empres�rio Cleber Santiago, fabricante da Havana. Ele tamb�m � diretor da Associa��o dos Produtores de Cacha�a de Salinas (Apacs).
 
Apesar de algum atraso no in�cio da produ��o, em 2020, a empresa engarrafou cerca de 11 mil litros de aguardente e manteve o n�vel da oferta, que � limitada, variando entre  10 mil e 14  mil litros anuais. “Neste ano,  j� estamos produzindo – e, se Deus quiser, a pandemia n�o vai trazer problemas para a gente n�o”, afirma o empres�rio de Salinas.
 
Ele salienta que o isolamento social para o  controle do coronav�rus trouxe uma serie de restri��es ao mercado consumidor, o que motivou os fabricantes de cacha�a a inovarem para manter suas vendas.  “Os produtores tiveram que partir para as m�dias eletr�nicas, para a internet. Come�aram a fazer as vendas on-line, enviando as mercadorias pelos Correios. O sistema virtual que est� mantendo a gente vivo na pandemia”, destaca.
 
Santiago destaca que a Apacs conta com 22 associados, propriet�rios de 38 marcas. Eles garantem a manuten��o de  cerca de 1  mil empregos. A regi�o tem produ��o anual de cerca de 4 milh�es de litros e a bebida tem sido a principal respons�vel pela arrecada��o de tributos para o munic�pio, seguida dos fabricantes de cer�mica.  “O que esperamos agora � que a 2021 seja melhor do que 2020”, diz o empres�rio.

Lideran�a


De acordo com o Anu�rio da Cacha�a, entre 2019 e 2020, o munic�pio norte-mineiro teve crescimento de 350% do  n�mero de estabelecimentos produtores registrados no Minist�rio da Agricultura, Pecu�ria e Abastecimento.  Esse avan�o � muito superior ao �ndice de aumento de registro de marcas em todo pa�s de um ano para outro, que foi de18,46%.
 
Minas Gerais continua na lideran�a do mercado da bebida, com  1.908 marcas registradas, bem a frente do segundo colocado, S�o Paulo (705).  O pais tem 4.743 marcas da bebida registradas. Quase 70% delas est�o concentradas no Sudeste, segundo a publica��o “A Cacha�a no Brasil: Dados de registro de Cacha�as e Aguardentes”, o conhecido “Anu�rio da Cacha�a”/2020, divulgado recentemente pelo Minist�rio da Agricultura, Pecu�ria e Abastecimento (MAPA).


Caminho certo


Para Cleber Santiago, a posi��o de Salinas como munic�pio brasileiro com maior numero de marcas de aguardente, mostrada no Anu�rio da Cacha�a,  � uma prova de �xito em meio � pandemia, a partir do empenho dos produtores.
 
“A lideran�a revelada no Anu�rio da Cacha�a  quer dizer que estamos no caminho certo. Mostra que estamos conseguindo manter todos o requisitos que fazem de Salinas a capital nacional da cacha�a. Isso quer dizer que temos que manter os nossos cuidados e os nossos esfor�os para que o  munic�pio continue  sendo destaque no setor”, avalia Santiago.
 
A pandemia tamb�m trouxe  mudan�as para outros segmentos ligados ao mercado da cacha�a. Um deles foi o setor de  fabrica��o de dornas e barris, usadas no envelhecimento de conserva��o da bebida. Dono de uma f�brica de dornas em Salinas, o empres�rio Edson de Souza Martins, afirma que  no in�cio da crise sanit�ria, em mar�o de 2020, o setor enfrentou queda nas vendas da ordem de 60% no varejo e de 20% no atacado. Somente em maio �ltimo come�ou a experimentar rea��o.
 
“Por outro lado, as servidos de reformas de dornas e barris usados aumentaram”, observa. Edson Martins conta ter investido em inova��o e diversificado a atividade. “Desenvolvemos a produ��o de barris para cervejaria artesanal,  mercado em franco crescimento no Brasil. Nesse sentido, promovemos algumas lives com especialistas nesse setor”, relata o empres�rio.

Novos r�tulos d�o g�s �s destilarias

Parceria com o cantor Sérgio Reis abriu mercados para a produção de Edilson Jardim Viana, de Salinas (foto: Cachaça Premissa/Divulgação)
Parceria com o cantor S�rgio Reis abriu mercados para a produ��o de Edilson Jardim Viana, de Salinas (foto: Cacha�a Premissa/Divulga��o)

No isolamento social necess�rio para conter o avan�o do novo coronav�rus, os consumidores passaram a exigir qualidade dos produtos e se tornaram mais seletivos na compra. Essa mudan�a de h�bitos incremenou  as vendas da boa cacha�a, para o empres�rio Edilson Jardim Viana, fabricante da premiada marca Premissa, de Salinas.
 
“Ao ficarem em casa diante da pandemia, as pessoas come�aram a consumir bebidas de melhor qualidade. Elas aprenderam a degustar o produto, em busca do melhor paladar”, afirma Edilson Jardim.  A despeito da pandemia, a empresa se aproveitou  dessa mudan�a comportamental do consumidor e aumentou a produ��o. “A nossa cacha�a  ganhou v�rias premia��es desde que foi lan�ada em 2016. Com a pandemia, tivemos um aumento expressivo nas  vendas”, afirma.
 
Assim com o fabricante da “Havana”, Edilson Jardim lembra que no in�cio, a pandemia trouxe muito aperto para setor de aguardentes. “Foi um per�odo complicado e conturbado. Vivemos uma inseguran�a. Ficamos sem saber quanto tempo aquilo (a crise) iria durar. So tinha certeza que seria ruim” .
 
Ele tamb�m recorda que nos primeiros meses da pandemia faltou mat�ria-prima, como vidro para o envasamento e papel�o para embalagens. Passados as barreiras  iniciais, relata, as vendas da bebida melhoraram.  “Como n�o tivemos as vendas presenciais, passamos a investir em outras formas de comercializa��o. Ficamos na internet e nas redes sociais”, diz Edilson.
 
Hoje, o produtor comemora aumento das vendas da ordem de 40% no ano passado em rela��o a 2019. Neste ano,  a meta � elevar as vendas em 50% frente a 2019. Outro fator que alavancou os resultados foi a expans�o das marcas. At� 2019, a empresa tinha somente  a Premissa. Em 2020, passou a trabalhar com quatro r�tulos: Meia Lua,  Pinga ni Mim, Lua Azul e Unna.
 
Com as novas marcas, a produ��o foi ampliada. Em 2019, a empresa engarrafou 10 mil litros (em torno de 15  mil garrafas) de aguardente. No  ano passado, foram 50 mil litros (74,5 mil  garrafas). Clientes de S�o Paulo respondem pelas vendas de 80% dos produtos.


‘Pinga ni mim’


Edilson Jardim atribui boa parte do crescimento do neg�cio na pandemia a parceria feita com  o cantor e compositor S�rgio Reis. A empresa de Salinas lan�ou a cacha�a Pinga ni Mim, nome de um dos grandes sucessos do  cantor sertanejo, em mar�o de 2020.“Convencemos o S�rgio Reis a fazer uma live em abril do ano passado, no auge da pandemia, divulgando a marca. A live foi um sucesso, alcan�ando 1,5 milhao de acessos na internet, e abrindo o caminho para o aumento das vendas da  bebida”, comemora Jardim. (LR)
 

Sin�nimo de supera��o 


Demonstra��es de vigor e capacidade de enfrentar e contornar os desafios impostos pelo novo coronav�rus � economia brasileira foram destacadas na s�rie de reportagens “Reinven��o das nossas tradi��es”que o Estado de Minas mostrou desde domingo em famosos polos de produ��o de itens t�picos do estado e valorizados pela gastronomia mineira.

As mat�rias assinadas pelos rep�rteres Gustavo Werneck e Luiz Ribeiro abordaram a recupera��o de neg�cios em parte artesanais e tamb�m estruturados em pequenas e grandes empresas fabricantes de biscoitos, p�o de queijo, caf�, queijo, doces e cacha�a.


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