
Publicamente, o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, sempre descarta que o governo trabalhe com a possibilidade de um racionamento de energia, como aconteceu 20 anos atr�s.
Diante da gravidade da crise h�drica, o governo chegou a elaborar uma medida provis�ria que abria caminho para um programa de "racionaliza��o compuls�ria", conforme mostrou o Broadcast, sistema de not�cias em tempo real do Grupo Estado. O trecho, no entanto, foi retirado ap�s repercuss�o negativa da demanda. Para especialistas, o governo trata a crise h�drica da mesma forma que a sanit�ria, com negacionismo.
Os dados apontam que 28% dos empres�rios acreditam que provavelmente a medida n�o ser� adotada e apenas 3% descartam completamente a possibilidade.
"Existe um risco real que a gente corre de poss�vel racionamento, ent�o acho que todos t�m essa preocupa��o, mas n�o � uma certeza. O governo j� vem tomando algumas medidas importantes e o setor el�trico � mais robusto do que era em 2001 (quando o governo decretou racionamento de energia)", afirmou o especialista em energia da CNI, Roberto Wagner Pereira.
Segundo ele, simula��es apontam que, se todas as medidas que v�m sendo implementadas pelo governo derem certo, o risco de racionamento ficar� no patamar que o setor el�trico j� trabalha normalmente. Mas isso tamb�m depende de como ser� a situa��o no pr�ximo per�odo de chuvas. Se as chuvas ficarem abaixo da m�dia novamente, o problema ser� ainda pior em 2022. "O principal problema, se por acaso vier a acontecer um racionamento, � que afeta diretamente a produtividade. Se voc� tem que limitar o uso de energia, diminui ou afeta a produ��o, em um momento que a Ind�stria est� come�ando a aumentar a recuperar as perdas que tivemos durante o per�odo da pandemia. Isso afeta diretamente a recupera��o da Ind�stria", explicou.
Pre�o da energia

Praticamente todos os empres�rios consultados acreditam que o custo da energia vai aumentar nos pr�ximos meses. Dos 98% que t�m essa opini�o, 47% acham que aumentar� muito, 37% dizem que aumentar� moderadamente e 14% acreditam que aumentar� pouco.
O temor com o valor da energia nos pr�ximos meses est� diretamente ligado � competitividade. Em m�dia, 52% dos empres�rios acreditam que haver� uma redu��o na competitividade de suas empresas, sendo que 39% dizem que isso acontecer� provavelmente, enquanto 13% afirmam ter certeza. A preocupa��o maior � presente nos setores em que a energia representa uma parcela maior dos custos totais das empresas, e entre os empres�rios que acreditam que haver� racionamento ou aumento grande no custo com energia.
Empres�rios tamb�m manifestaram temor com o potencial da crise h�drica e energ�tica de frear o crescimento da economia e com a possibilidade de racionamento, aumento ou instabilidade no fornecimento de �gua, principalmente nas regi�es que enfrentam a seca.
De acordo com a CNI, o impacto da crise h�drica sobre o uso de �gua � limitado regionalmente. "O uso da �gua no processo produtivo n�o atinge todos os setores industriais da mesma forma; h� setores que n�o utilizam �gua em seu processo produtivo e outros nos quais o uso da �gua � relevante."
A CNI ouviu 572 empresas, sendo 145 de pequeno porte, 200 m�dias e 227 grandes, no per�odo de 25 de junho e 2 de julho.