
Quem puxou a fila dos aumentos foi o Santander, que subiu, no �ltimo dia 4, o juro do cr�dito imobili�rio de 7,99% ao ano, mais varia��o da Taxa Referencial (TR), para 8,99%, segundo a institui��o. Na sequ�ncia veio o Bradesco, que desde a segunda-feira tem taxas que variam entre 8,50% e 8,90% ao ano mais TR, dependendo do perfil do cliente. Desde ontem, o Ita� Unibanco cobra 8,30% ao ano mais varia��o da TR nos financiamentos tradicionais, ante os juros de 7,30% ao ano vigentes anteriormente.
No cr�dito imobili�rio com juros ligados � poupan�a, o Ita� reduziu a taxa de 3,45% para 2,99% ao ano, e o Bradesco manteve o �ndice em 2,99% ao ano. Mas, neste caso, essa parcela � somada � varia��o da remunera��o da poupan�a, que corresponde a 70% da Selic. E, quando a taxa b�sica de juros aumenta, essa parcela acompanha.
A alta do custo dos financiamentos n�o surpreende empres�rios e especialistas do setor, que relativizam o impacto desse freio de arruma��o nas vendas. "� �bvio que cada vez que aumenta a taxa n�o � bom para ningu�m, mas historicamente estamos trabalhando com juros baixos, se compararmos com tudo que aconteceu no passado", afirma Jos� Romeu Ferraz Neto, vice-presidente imobili�rio do Sinduscon-SP, o Sindicato da Ind�stria da Constru��o Civil, que re�ne construtoras e empreiteiras.
Celso Petrucci, economista-chefe do Secovi-SP, o Sindicato da Habita��o, concorda. Considerando todas as modalidades de cr�dito imobili�rio, a mediana da taxa de juros antes desse reajuste girava em torno de 6,5% e, agora, vai para algo entre 7,5% e 8%. "N�o � o melhor dos mundos, mas ainda est� abaixo da mediana das taxas cobradas dois anos atr�s, que variava entre 10% e 10,5% ao ano", diz o economista.
Ferraz Neto afirma n�o acreditar que a alta afete o mercado de maneira uniforme. Normalmente, os mais pobres s�o os mais castigados. No entanto, nesse momento, esse efeito poder� ser compensado pela redu��o dos juros do financiamento imobili�rio que anunciada pela Caixa nesta quinta-feira, 16. O banco estatal responde por 67% do cr�dito imobili�rio, e essa fatia pula para 99% no caso da baixa renda.
Exclu�dos
De toda forma, a alta de juros funciona como um obst�culo maior, principalmente aos mais pobres, � compra da casa pr�pria. A cada 1 ponto porcentual de alta na taxa h� encarecimento de 8% no valor da presta��o e tamb�m um acr�scimo de 8% na renda exigida para aprova��o do financiamento, explica o economista-chefe do Secovi-SP. Assim, uma presta��o que seria de R$ 1 mil antes do reajuste subiria para R$ 1.080. No caso de uma renda exigida de R$ 4 mil, o valor saltaria para R$ 4.320.
O economista Eduardo Zylberstajn, coordenador do Fipezap, site especializado no mercado imobili�rio, afirma que a alta dos juros do cr�dito imobili�rio era um movimento normal e esperado pelo setor, diante dos problemas macroecon�micos atuais, como a infla��o em alta e o desajuste fiscal, al�m da incerteza pol�tica que aumentou nas �ltimas semanas.
Ele lembra que os recordes recentes de vendas e lan�amentos batidos pelo setor s�o resultados das condi��es favor�veis de cr�dito. "Se voltarmos a ter juros de dois d�gitos, isso impacta bastante o mercado, e a� poderemos ter dificuldade na safra de novos lan�amentos", afirma, ponderando que no momento esse n�o � o cen�rio mais prov�vel.
Quanto ao risco de encalhe de im�veis, Petrucci frisa que o mercado est� "muito saud�vel". A quantidade de im�veis lan�ados, em constru��o e prontos n�o vendidos na cidade de S�o Paulo, por exemplo, somava 45 mil unidades em 31 de julho. Enquanto isso, as vendas acumuladas nos �ltimos 12 meses foram de 65 mil unidades.
As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.