De olho na vice-lideran�a, Pague Menos refor�a e-commerce e servi�os em lojas

A rede de farm�cias cearense Pague Menos caminha para conquistar a posi��o de segunda maior empresa do setor no Pa�s. O cen�rio, improv�vel at� pouco tempo atr�s, quando o segmento era dominado por Raia Drogasil e DPSP (Drogaria S�o Paulo/Pacheco), poder� ocorrer gra�as � compra da Extrafarma, do Grupo Ultra. Para oficializar a vice-lideran�a, depende da aprova��o do Conselho Administrativo de Defesa Econ�mica (Cade) para a aquisi��o, fechada por R$ 700 milh�es. No horizonte da companhia, est�o o aumento da oferta de servi�os em lojas e tamb�m a expans�o do e-commerce.

"A Extrafarma estava numa situa��o de virada e com um valor que n�o era o que ela merecia, e vamos atingir um mercado ainda maior com a aquisi��o", diz M�rio Queir�s, presidente da Pague Menos. "Mas tamb�m queremos crescer nas vendas digitais e tamb�m em servi�os."

Para conseguir comprar a s�tima maior rede do Pa�s, a Pague Menos foi buscar dinheiro na Bolsa de Valores e fez o IPO (oferta p�blica de a��es, na sigla em ingl�s) em 2020. A estreia era um plano antigo, mas foi adiada por problemas de seu fundador. Em 2018, o fundador da Pague Menos, Deusmar de Queir�s, pai de M�rio, foi condenado e preso por crimes contra o sistema financeiro nacional entre 2000 e 2006.

Segundo o processo, o empres�rio, ao lado de s�cios das corretoras Renda e Pax, operava na Bolsa por meio de empresas que n�o tinham autoriza��o da Comiss�o de Valores Mobili�rios (CVM). O processo se arrastava desde 2010.

Na �poca, Deusmar ocupava a presid�ncia do conselho de administra��o - e logo pediu para sair. O neg�cio passou a ser tocado por seu filho, que j� era o CEO. De l� para c�, houve mudan�as para conter a crise. O pr�prio Deusmar chegou a retornar ao cargo de presidente do conselho, mas foi substitu�do pela filha Patriciana Rodrigues antes do IPO.

Apesar dos problemas, a Pague Menos conseguiu seguir na sua rota de crescimento. No primeiro semestre, a companhia faturou R$ 3,9 bilh�es, alta de 14,3% em compara��o aos resultados de 2020. O n�mero de lojas ao fim do segundo trimestre era de 1.101, sem contar as cerca de 400 da Extrafarma. O avan�o pela rede do Grupo Ultra fortaleceu ainda mais a posi��o da companhia no Norte e no Nordeste, regi�o em que a empresa � l�der.

Mas M�rio Queir�s quer ir al�m da abertura de farm�cias e compra de rivais para competir com a l�der do setor. Al�m dos planos de inaugurar 200 lojas entre 2020 e 2021, a empresa quer aumentar a sua fatia nas vendas online.

No segundo trimestre, o e-commerce, que tamb�m contempla vendas por telefone, cresceu 71%, alcan�ando 7,4% das vendas. Segundo Queir�s, � poss�vel alcan�ar uma participa��o de 10% no ano que vem. O otimismo se explica tamb�m pela pequena fatia das vendas digitais no Nordeste. Hoje, as participa��es das vendas digitais no Norte e no Nordeste s�o de 6% e 4%, respectivamente. J� no Sudeste, esse n�mero � de 14%.

Mas, al�m do digital, a Pague Menos tamb�m quer expandir a �rea de servi�os, a exemplo do que fazem suas rivais. No �ltimo trimestre, a Clinic Farma, que funciona nas pr�prias unidades, teve 760 mil atendimentos, n�mero puxado por exames de covid. "A Clinic Farma � mais importante na fideliza��o do cliente do que na monetiza��o do servi�o. Quando um cliente faz uma consulta conosco, ele gasta tr�s vezes mais nas nossas lojas", diz o presidente.

Os investidores t�m gostado dos resultados. Desde o IPO, os pap�is da Pague Menos subiram 25%, o que fez a empresa ser avaliada em R$ 5,8 bilh�es, ante R$ 42,6 bilh�es da Raia Drogasil. "A estrat�gia e resultados da Pague Menos est�o come�ando a se refletir no pre�o das a��es e tirando a desconfian�a do mercado", diz Eduardo Rebou�as, da Helius Capital. "Acredito que a Pague Menos est� muito descontada em rela��o � Raia Drogasil."

As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.