

� desse drama para as empresas se recuperarem que trata esta terceira mat�ria da s�rie de reportagens que o Estado de Minas publica desde domingo sobre como variados segmentos da economia est�o lidando com a retomada de suas atividades e avaliam o que mudou e precisa ser feito nessa dire��o. De acordo com a Associa��o Brasileira de Promotores de Eventos, o setor gera em torno de 2 milh�es de empregos diretos e indiretos em todo o pa�s.
Antes da pandemia de COVID-19, no per�odo de 2013 a 2019, estimava-se que o ramo de eventos crescia, em m�dia, 6,5% ao ano, envolvendo 5 mil empresas promotoras em todo o pa�s. Segundo o Sindprom-MG, o setor de turismo e eventos � respons�vel por 12,5% do Produto Interno Bruto (PIB, o conjunto da produ��o de bens e servi�os) do Brasil. Somente a �rea de eventos representa 4,5%.
“Por ser um setor com muita informalidade, gera 250 mil empregos diretos, mas as atividades porporcionam renda para centenas de outras categorias, como taxistas, carroceiros, vendedores ambulantes e barraqueiros, seguran�as e bilheteiros, entre outros, al�m de movimentar bares, restaurantes e com�rcios mais variados. Impacta em 70 setores econ�micos”, destaca Karla Delfim.
O segmento foi um dos mais afetados pela necessidade de distanciamento social para conter a contamina��o pelo coronav�rus, e muitos empreendedores fecharam as portas em defitinivo, de acordo com o Sindprom-MG. A entidade estima que 97% das empresas em Minas sofreram algum impacto da COVID-19 e 49% encerraram as atividades ou migraram para outros setores. “Mas sempre mantivemos um di�logo aberto com a Prefeitura de BH.”
O presidente do Sindicato dos Hot�is, Bares, Restaurantes e Similiares (Sindibares), Paulo Pedrosa, diz que a capital vem perdendo eventos de vulto para outras metr�poles. “H� mais de 30 anos promov�amos um dos maiores eventos do pa�s, o Festival de Manga-larga Machador (anunciado agora para o Rio de Janeiro), per�odo de maior ocupa��o dos hot�is em BH. Eram 10 dias de eventos e a cidade se movimentava muito uma semana antes e uma depois.”

O setor de hotelaria, bares e restaurantes, segundo o sindicato, fechou 20 mil vagas na pandemia, sendo um ter�o na hospedagem. Foram 20 os hot�is, de pequeno a grande portes, e 4 mil pontos de vendas que fecharam em definitivo. Agora, com a reabertura da cidade, Pedrosa diz “ver com bons olhos” a retomada, acreditando que essa ser� plena apenas a partir do segundo semestre do ano que vem. "Quando falamos de eventos, estamos falando de turismo de neg�cios, esportivo, religioso. Temos muitos espa�os para todo tipo de evento.”
Precau��o
Promotora de um dos maiores eventos acolhidos em Belo Horizonte, a Feira Nacional de Artesanato, T�nia Machado comemorou a amplia��o da capacidade de p�blico presencial, mas se mostra ainda cautelosa. “A decis�o sobre feiras, como a de artesanato, foi tomada dois meses atr�s, tanto � que j� temos licenciamento para a pr�xima, entre 7 e 12 de dezembro, no Expominas. O que muda � que antes seria permitido uma pessoa a cada sete metros quadrados, e agora a exig�ncia passa a ser de uma por quatro metros quadrados.”
Essa medida eleva a presen�a de 6.200 pessoas para 10 mil, mas T�nia Machado diz que manter� o planejamento anterior “pelo menos por enquanto, por cautela”. A Feira Nacional de Artesanato foi o �nico evento em todo o Brasil com presen�a de p�blico ocorrido no ano passado, segundo a promotora. Foram 1.500 expositores. “Em 2019, recebemos em torno de 150 mil visitantes; em 2020, com licenciamento da prefeitura, foram 29 mil. O protocolo acordado com a prefeitura permitia 60 mil pessoas, uma pessoa a cada 13 metros quadrados.”
Outubro reinicia calend�rio
Com atua��o h� 23 anos no ramo de eventos, Cristina Misk, propriet�ria de buf� com o mesmo nome, se diz “desanimada” e ressentida de n�o ter fechado as portas no in�cio da pandemia. “N�o paramos nenhum dia de reinventar.” No primeiro momento, ela investiu no sistema de delivery de pratos quentes, “coisa que nunca tinha feito”, observa. A empresa j� trabalhava com congelados. O volume de vendas que o servi�o gerou n�o foi o suficente durante a pandemia.
Outro mudan�a foi a cria��o de caixas para presentear, kits em datas especiais, como Dia das M�es, dos pais, e dos namorados. “Fomos tentando reinventar dentro do que existia de demanda, para happy hour, reuni�es on-line com funcion�rios, festa junina. Foi uma solu��o s� para n�o fechar as portas.” Mesmo assim, dois ter�os dos funcion�rios foram demitidos, segundo Cristina Misk.
O quadro de empregados foi reduzido na expectativa do retorno, “o que at� hoje n�o aconteceu”, reclama. “Na verdade, o que acontece � que praticamente todo o estado segue o Minas Consciente, praticamente tudo liberado. Todo mundo tirando eventos de BH devido �s restri��es que inviabilizam eventos maiores”, destaca.
Denise Alamy Botelho, s�cia-propriet�ria da ag�ncia de rela��es p�blicas, comunica��o e eventos 22 Graus, conta que logo no in�cio da pandemia, em 2020, atendia a um congresso internacional marcado para mar�o. Diante do decreto, foi necess�rio transform�-lo para o formato virtual. “Foi nossa primeira experi�ncia. Foi adiado para junho e virou congresso internacional virtual.”
Por ser tamb�m uma ag�ncia de comunica��o, passou a focar no marketing digital, assessoria de imprensa e comunica��o digital em geral, estrat�gia de sobreviv�ncia da empresa. Denise Botelho reconhece que surgiram novos mercados e precisou ir se adaptando a cada situa��o exigida pela pandemia. Ocorreram eventos h�bridos, quando houve queda nos n�meros, em outubro do ano passado, encontros com 30 pessoas, em locais abertos e com todos os protocolos recomendados pelas autoridades sanit�rias. At� ent�o, n�o havia vacina contra a COVID-19.
A ag�ncia tamb�m comemorou a felixibilidade na reabertura da cidade para eventos. “O on-line acabou por cansar o setor. O mercado est� �vido para voltar ao relacionamento, encontros, conversas, e j� estamos sentindo essa volta.” Clientes j� programam eventos presenciais a partir de outubro, com exig�ncia do cart�o de vacina para os participantes.
Tamb�m em outubro est� programado um grande evento internacional, que ocorrer� em formato h�brido. A empresa cliente tem representantes em todo o mundo. Os que puderem entrar no pa�s, participam de forma presencial, com grupo de 30 pessoas; as demais on-line, em seus pa�ses de resid�ncia. Denise Botelho conta com 18 eventos corporativos previstos para 2022.
Sem registros
De acordo com T�nia Machado, promotora da Feira Nacional de Artesanato, ap�s o evento no ano passado foi realizada pesquisa com os 1.500 expositores e prestadores de servi�os, “e n�o houve um �nico registro de contamina��o. Isso provou que � poss�vel fazer, desde que tomadas as mais rigorosas medidas recomendadas pelas autoridades de sa�de”, afirma. O investimento gira em torno de R$ 5 milh�es, e atrai em m�dia 5 mil turistas, que se hospedam, circulam nos transportes p�blicos e privados, frequentam shoppings, restaurantes. Movimenta a cadeia do turismo, segundo a organizadora. A previs�o neste ano � de 90 mil visitantes, com faturamento previsto de R$ 40 milh�es. (EG)
As mudan�as aprovadas na capital
FESTAS
- Est�o liberados eventos sociais, como festas de casamento e anivers�rio, desde que com distanciamento de uma pessoa a cada 4 metros, e capacidade de p�blico limitada a 250 convidados. No protocolo anterior, a Prefeitura de BH permitia 200 pessoas ao todo, considerando-se os funcion�rios nos eventos
- Todos os participantes dos eventos dever�o apresentar resultado negativo para a COVID-19 em teste dos tipos RT-PCR ou Teste R�pido de Ant�geno realizado at� 72 horas antes do evento
- Nas mesas, a capacidade de pessoas passa a ser de at� oito convidados
- Flexibilizada a dist�ncia entre as mesas para um metro, em vez dos atuais 2m, e est� autorizada pista de dan�a
GASTRONOMIA
- Eventos poder�o ser realizados em propriedade p�blica ou privada, mediante licenciamento. Nas ruas e em lougradouro p�blico eles continuam vetados
- A capacidade de p�blico est� limitada a 1,5 mil pessoas, sendo uma pessoa a cada quatro metros quadrados
- O uso correto de m�scara ser� exigido, exceto nos momentos de consumo de bebidas e comidas
- N�o haver� necessidade de apresenta��o de teste para COVID-19, mas os organizadores dever�o dispor de lista de participantes, caso haja necessidade de rastreamento epidemiol�gico
- Vedado espa�o para dan�a
- O consumo de alimentos e bebidas atender� �s regras equivalentes �s aplic�veis a bares e restaurantes