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Estado de Minas CRISE

Setor de festas e eventos busca formas de sobreviver � pandemia de COVID-19

Empres�rios v�o atr�s de alternativas para um dos setores mais afetados pela pandemia. S�o R$ 90 bilh�es de preju�zos e mais de 20 mil empresas fechadas


09/04/2021 19:28 - atualizado 09/04/2021 21:36

Trabalhadores e empresários que são ligados direta e indiretamente ao setor estão tentando sobreviver sem as produções de eventos (foto: Juarez Rodrigues/EM/D.A Press)
Trabalhadores e empres�rios que s�o ligados direta e indiretamente ao setor est�o tentando sobreviver sem as produ��es de eventos (foto: Juarez Rodrigues/EM/D.A Press)
Que o in�cio da pandemia, no ano passado, mudou a rotina mundial n�o � novidade, mas algumas atividades est�o h� um ano totalmente paralisadas – ou com menos de 10% em funcionamento. � o caso do setor de festas e eventos, que poucas vezes recebeu aval para funcionar nos 12 meses de crise sanit�ria no Brasil causada pela COVID-19.
 
As celebra��es s�o parte da cultura festiva do brasileiro, uma paix�o nacional que movimentava mais de bilh�es no pa�s at� 2019. O principal ponto �, ao mesmo tempo, positivo e negativo neste per�odo: a reuni�o de muitas pessoas, que celebram com comidas, bebidas e m�sicas. Como j� � sabido, aglomera��es, sem uso de m�scara e sem distanciamento adequados s�o os principais vetores de contamina��o da COVID-19.

Da� a explica��o para o veto �s folias. Entretanto, por tr�s de toda distra��o h� uma equipe que vive de promover esses momentos. Sem o trabalho, como est�o sobrevivendo agora?
 
O setor � um guarda-chuva para mais de 20 atividades. Entre os envolvidos est�o profissionais de organiza��o e log�stica, gastronomia, loca��o de materiais, papelaria e presentes, beleza, audiovisual, trajes, entre outros.

Muitos deles precisaram migrar da profiss�o, para n�o ir � fal�ncia e conseguir sustento em meio � pandemia.
 
Nem todos tiveram as mesmas oportunidades, segundo a Associa��o Brasileira de Eventos (Abrafesta). Em levantamento feito com 700 empresas da Regi�o Metropolitana de Belo Horizonte, uma m�dia de 16% delas faliu e 5.500 profissionais perderam emprego do ano passado para c�.
 
A Abrafesta informa que, em geral, o setor movimentava anualmente R$ 250 bilh�es em eventos coorporativos e outros R$ 17 bilh�es em eventos sociais. No pa�s, a queda de faturamento chega aos 98% e preocupa os empres�rios do ramo.

Os que seguem ativos est�o trabalhando com a organiza��o de eventos remotos, como as lives de todo tipo.
 
As transmiss�es musicais foram bastante requisitadas logo no in�cio da pandemia e serviram de entretenimento para muita gente que permaneceu em casa. Com o tempo, por�m, as pessoas foram perdendo o pique, e a audi�ncia n�o se manteve t�o alta.

Um dos empres�rios que experimentou a frusta��o com a produ��o de lives foi Otac�lio Mesquita, dono de uma das maiores produtoras de evento de BH, a OTM Produ��es.

Festas de grande porte eram realizadas pela empresa, que est� completamente parada desde o carnaval de 2020. Alguns parceiros da OTM produziram transmiss�es ao vivo, n�o tiveram bom retorno e Otac�lio optou por n�o entrar nesse campo.
 
“Trabalhamos com eventos e estamos torcendo para voltar de forma consistente. Acreditamos que o p�blico esteja sentindo falta. At� o fim de 2021 e in�cio de 2022 h� esperan�a de voltar”, acredita o empres�rio.

Sobrevivendo ao caos


Tamb�m dependente de festas, o diretor t�cnico de eventos Humberto Aragusuku passou a sobreviver em outro setor, com o in�cio da pandemia.

S�cio de uma empresa de consultoria de eventos, que analisava os projetos e fazia as interven��es necess�rias nas �reas de m�sica, audiovisual e energia, ele diz que n�o saiu completamente do ramo, j� que seus servi�os atuais tamb�m s�o necess�rios em transmiss�es ao vivo.

Humberto Aragusuku é sócio de uma empresa que realizava análises na parte técnica dos eventos(foto: Arquivo pessoal)
Humberto Aragusuku � s�cio de uma empresa que realizava an�lises na parte t�cnica dos eventos (foto: Arquivo pessoal)



A hist�ria, segundo Aragusuku, come�ou quando a equipe precisou pensar em uma maneira de higienizar equipamentos utilizados nas lives. Microfones, mesas de som e outros eletr�nicos poderiam ser danificados com o uso do �lcool 70% e causar preju�zos, �ltima inten��o neste momento de pandemia.
 
Eles procuraram, ent�o, um sistema que pudesse realizar a limpeza geral do espa�o e dos aparelhos, encontrando, do outro lado do oceano, uma solu��o. Localizado na Mal�sia, um sistema de termonebuliza��o era o melhor recurso, se pudesse ser importado.

Apesar desse impedimento, a equipe se juntou a um engenheiro qu�mico, que desenvolveu um produto � base de �ons de prata, com a finalidade de higienizar os aparelhos utilizados durante as grava��es.
 
Estúdio passando pelo processo de higienização com a nebulização criada pela Purifike (foto: Reprodução/ Purifike)
Est�dio passando pelo processo de higieniza��o com a nebuliza��o criada pela Purifike (foto: Reprodu��o/ Purifike)


A tecnologia foi certificada pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e inativa o v�rus da COVID-19 em 10 minutos.

“O produto � melhor para locais fechados, n�o funciona muito bem para �reas abertas, j� que faz uma nebuliza��o, enche o ambiente de fuma�a e passados 10 minutos com janelas e portas fechadas o espa�o j� est� sanitizado. A�, basta reabri-lo para ventilar”, diz o empres�rio.
 
Ainda n�o se sabe quanto tempo o ambiente permanece higienizado – essa an�lise est� sendo feita em parceria com uma fabricante de produtos de limpeza. Por enquanto, a tecnologia � vendida com a recomenda��o de uso constante.

A inten��o inicial era limpar o local das grava��es, mas, segundo Aragusuku, o neg�cio cresceu muito r�pido e se expandiu para higiene de cart�rios e escolas (principalmente pela grande quantidade de pap�is), carros particulares, ambul�ncias, casas e empresas.
 
Sistema de sanitização se tornou opção de limpeza para cartórios, escolas e outros ambientes, já que não danifica materiais (foto: Reprodução/ Purifike)
Sistema de sanitiza��o se tornou op��o de limpeza para cart�rios, escolas e outros ambientes, j� que n�o danifica materiais (foto: Reprodu��o/ Purifike)
 
 
Apesar da �tima descoberta em outro ramo, a empresa batizada de Purifike n�o � o �nico plano do empres�rio para o futuro: “N�o vamos sair do mercado de eventos. Amamos o que fazemos! Os eventos v�o voltar, as pessoas precisam se reunir, sentar em uma mesa com comida, e vamos estar prontos para isso".
 
"Sou privilegiado por ter conseguido me manter e sobreviver com essa iniciativa. Mas, por mais que estejamos trabalhando, n�o � algo que est� dando muito dinheiro. Tamb�m estamos pensando em ajudar as pessoas, a gente acredita que isso pode ser um meio de retomada econ�mica para a sociedade”, ele diz.
 
Para Humberto, a Purifike pode contribuir com a retomada gradual da economia, j� que realiza a higieniza��o de ambientes e pode torn�-los mais seguros para serem frequentados.

“Passamos das festas e aglomera��es, que a gente gostava tanto, para os eventos on-line", afirma. "A sanitiza��o tem sido essencial. Acreditamos que os protocolos de biosseguran�a v�o nos acompanhar para sempre”, completa.
 
Assim como os s�cios da Purifike, outros empres�rios conseguiram mudar de ramo para passar pela pandemia. Segundo a Abrafesta, 32% deles partiram para novo modelo de neg�cio em 2020.

Mesmo diante da recoloca��o, ainda h� esperan�a que o controle da COVID-19 por meio da vacina��o em massa contribua para a retomada dos eventos, al�m de aux�lio governamental para evitar que mais empresas fechem as portas.
 
“Eu tenho f� que tudo vai voltar forte. Muitas pessoas est�o abandonando o ramo porque n�o t�m condi��es de continuar e n�o sabem se voltam. Mas acredito piamente que o setor vai se reerguer. Por�m, hoje, precisamos de ajuda, tem muita gente passando necessidade”, finaliza Humberto Aragusuku.

Em n�veis nacionais


Pesquisa realizada pela Associa��o Brasileira de Promotores de Eventos (Abrape) mostra que das 72 mil empresas levantadas, cerca de 24 mil encerraram as atividades desde o in�cio da pandemia, sendo que 450 mil trabalhadores diretos e indiretos perderam o emprego no setor de eventos, cultura e entretenimento no Brasil.
 
Os preju�zos j� ultrapassam a casa dos milh�es, chegando a R$ 90 bilh�es que, segundo a Abrape, podem se refletir na arrecada��o federal em 2021.
 
Na tentativa de solucionar o impasse das empresas, a Abrape se mobilizou para conscientizar C�mara e Senado sobre a import�ncia de um aux�lio para o setor.
 
Com a inten��o de manter as empresas ativas, o projeto de lei que cria um Programa Emergencial de Retomada do Setor de Eventos (Perse) teve autoria do deputado federal Felipe Carreras (PSB/PE) e gerou muita expectativa nos trabalhadores do ramo.

O Perse


O projeto de lei 5638/20 foi aprovado nessa quarta-feira (7/4), tornando poss�vel a cria��o do Perse. O PL foi votado pela primeira vez na C�mara dos Deputados em fevereiro e seguiu para o Senado, que tamb�m foi a favor, entretanto instituiu algumas mudan�as
 
A mat�ria agora aguarda san��o presidencial. No texto final, o PL prev� parcelamento de d�bitos de empresas do setor de eventos com o fisco federal e medidas para compensar a perda de receita por causa da COVID-19.
 
Segundo a Abrape, a vers�o aperfei�oou aspectos como o refinanciamento das obriga��es fiscais, n�o fiscais e FGTS, que permite redu��o de at� 70% no d�bito total e a possibilidade de parcelamento em at� 145 meses, para empresas ligadas � entidades de representa��o coletiva. 
 
Em rela��o ao cr�dito para sobreviv�ncia das empresas, o PL prev� direcionamento de pelo menos 20% dos recursos do novo Programa Nacional de Apoio �s Microempresas (Pronampe) exclusivamente para aquelas atendidas pelo Perse.
 
Para as empresas que n�o puderem aderir ao Pronampe, ser� criado um programa para garantir suas opera��es de cr�dito.

Outro ponto assegurado com a aprova��o do Perse � a isen��o do pagamento dos tributos fiscais do Programa de Integra��o Social (PIS), Programa de Forma��o do Patrim�nio do Servidor P�blico (Pasep), Contribui��o para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins), Imposto de Renda Pessoa Jur�dica (IRPJ) e Contribui��o Social sobre o Lucro L�quido (CSLL) durante cinco anos.
 
O programa vai beneficiar cerca de seis milh�es de brasileiros. Segundo a Abrape, esse � o n�mero de trabalhadores envolvidos com o setor.

A Perse poder� ser aderida por casas de espet�culos, empresas que realizem ou comercializem congressos, cinemas, casas de eventos, casas noturnas, feiras, hotelaria em geral, feiras de neg�cios, shows, festas, festivais, simp�sios ou espet�culos em geral e eventos esportivos, sociais, promocionais ou culturais, buffets sociais e infantis, al�m de entidades sem fins lucrativos. 
 
*Estagi�ria sob supervis�o da subeditora Kelen Cristina


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