Diante de um cen�rio de incertezas como este, as pessoas passaram a repensar sua organiza��o financeira e a contrata��o de um seguro de vida aumentou. S� no �ltimo ano a comercializa��o deste produto cresceu cerca de 30%.
At� ent�o, as pandemias estavam previstas como cl�usula excludente de direito de indeniza��o pelas seguradoras. Por�m, neste novo cen�rio mundial trazido pela COVID-19, as companhias de seguro que atuam no Brasil, em sua maioria, come�aram a afastar essa excludente e indenizar os benefici�rios de seguro de vida cujo motivo da morte do segurado tenha decorrido da infec��o por coronav�rus.
“As seguradoras passaram automaticamente a concordar com o pagamento da indeniza��o, no caso de falecimento por COVID. Foi uma adequa��o autom�tica (para os contratos em vig�ncia). Na pr�tica, elas n�o tinham a obriga��o legal de fazer, j� que os contratos as resguardavam. Mas, por liberalidade, entendendo a situa��o do momento, as seguradoras tomaram a decis�o de pagar”, explica Carolina Ramos, Diretora Superintendente da Unicred.
A diretora conta que os contratos que j� est�o em vig�ncia seguem o curso normal, como no falecimento por qualquer outra doen�a. “O atestado de �bito � apresentado, a seguradora faz a an�lise e a indeniza��o vem na sequ�ncia.”
J� para aqueles que pretendem fazer um seguro de vida, a maior parte das seguradoras possui cl�usula que prev� uma car�ncia de 90 dias para as novas contrata��es.
Aviso aos familiares e invent�rio
Carolina ressalta que a pessoa que pensa em contratar um seguro deste tipo deve tomar alguns cuidados.
“T�o importante quanto a contrata��o do seguro � avisar os familiares e ter uma pessoa de confian�a com as informa��es relevantes da contrata��o, preferencialmente, uma c�pia da ap�lice ou certificado do seguro. N�o h� prazo imediato para o aviso de sinistro, mas algumas provid�ncias devem ser tomadas, e contatar a seguradora o quanto antes agiliza o processo de pagamento da ap�lice.”
Segundo ela, o seguro de vida � uma forma de resguardar as pessoas que amamos. Ela explica, ainda, que um dos benef�cios deste tipo de seguro � que ele n�o entra no invent�rio.
“A nossa sociedade, de um modo geral, n�o tem muita informa��o sobre o seguro de vida. Mas uma informa��o muito relevante � que ele n�o entra no invent�rio. �s vezes, ele (invent�rio) pode demorar anos para ser conclu�do e os herdeiros, mesmo tendo um grande patrim�nio, ainda sim, ficam em situa��o de dificuldade. Porque n�o podem vender uma casa ou carro.”
Ela continua: “O seguro de vida, n�o. Assim que a pessoa que faz o seguro define quem vai ser o benefici�rio e a seguradora recebe essa documenta��o, ela j� paga diretamente para esta pessoa.”
Aumento da procura na pandemia
Carolina comenta que a procura por seguro de vida aumentou com a pandemia. “Percebemos que as pessoas passaram a enxergar a morte mais pr�xima delas. Os notici�rios passaram a falar muito sobre essa quest�o do coronav�rus, da pandemia, da letalidade. Ent�o, as pessoas come�aram a refletir sobre essa possibilidade. A gente percebe um crescimento muito grande na procura do seguro de vida e uma preocupa��o muito grande com os herdeiros”.
Segundo ela, um perfil muito comum de contrata��o s�o pessoas que t�m filhos menores de idade como dependentes financeiros. Os contratados escolhem fazer o seguro pensando no futuro desses dependentes e nos seus estudos, por exemplo.
“O brasileiro n�o tem o h�bito de pensar nisso no dia-a-dia, de tratar a morte como algo que de fato vai acontecer e se preparar financeiramente para este momento, resguardar a fam�lia, os dependentes financeiros disso. Eu percebo que a pandemia alertou o brasileiro da necessidade de pensar nisso. Pagamos muita indeniza��o por COVID, no ano passado, para fam�lias que, se n�o tivessem o seguro, ficariam em situa��o de necessidade e dificuldade.”
*Estagi�ria sob supervis�o do subeditor Jo�o Renato Faria