Sindicatos articulam paralisa��o de caminhoneiros ap�s reajuste do diesel

A partir desta quarta-feira (29/9) o pre�o m�dio de venda do diesel nas refinarias passa de R$ 2,81 para R$ 3,06 por litro, um reajuste m�dio de R$ 0,25 por litro. O reajuste foi anunciado ontem, pela Petrobras, e causou revolta entre sindicatos que representam os caminhoneiros. H�, inclusive, articula��es para uma poss�vel greve.

 

Com um hist�rico de aumentos que come�ou em janeiro, o combust�vel teve 10 reajustes de pre�o nas refinarias. Veja:

• 26 de janeiro : Petrobras confirmou o aumento do pre�o m�dio do diesel, que passou a ser de R$ 2,12 por litro, mais R$ 0,09/ L.
  
  
• 8 de fevereiro : Diesel sobe para R$ 2,24 por litro, reajuste de R$ 0,13/ L.
  
  
• 18 de fevereiro : Diesel sai da refinaria a R$ 2,58 por litro. Reajuste de R$ 0,34.
  
  
• 1º de mar�o : Novo reajuste de R$ 0,13 por litro, combust�vel passa a custar R$ 2,71/ L. Nesta data o pre�o estava alinhado ao mercado internacional, por isso a diferen�a entre o �ltimo an�ncio.
  
  
• 8 de mar�o : Petrobras anunciou o quinto aumento do diesel do ano, o litro passou a ser R$ 2,86, com reajuste de R$ 0,15/ L
  
  
• 24 de mar�o : Petrobras anunciou a redu��o dos pre�os dos combust�veis em R$ 0,11. Diesel passou a custar R$ 2,75 por litro.
  
  
• 15 de abril : Petrobras informou aumento de 3,7% no diesel para as distribuidoras. Combust�vel passou a custar R$ 2,76 na refinaria da estatal.
  
  
• 30 de abril : Redu��o de cerca de 2% nos pre�os das refinarias, com queda de R$ 0,0556 por litro de diesel.

• 5 de julho : Litro do �leo diesel reajustado de R$ 2,71 para R$ 2,81.

• 29 de setembro: Petrobras anunciou aumento do pre�o para as distribuidoras. Pre�o m�dio de venda nas refinarias passou de R$ 2,81 para R$ 3,06 por litro

O longo hist�rico de reajustes nos pre�os assusta quem depende do combust�vel para trabalhar. O presidente Sindicato das Empresas de Transportes de Cargas e Log�stica de Minas Gerais (Setcemg), Gladstone Lobato, refor�a que o pre�o n�o fica s� nesse reajuste inicial, j� que a altera��o � feita para as distribuidoras e toda a cadeia tamb�m precisa se adequar.

 

"Para n�s chega com outro pre�o. A Petrobras aumenta para as distribuidoras e no dia seguinte vemos o valor real que ficou, dependendo da regi�o. A recomenda��o que damos para os empres�rios � repassar, n�o temos outra sa�da. N�o somos n�s que colocamos o pre�o para poder negociar um aumento menor", disse Gladstone. 

 

Em nota, o Sindicato do Com�rcio Varejista de Derivados do Petr�leo do Estado de Minas Gerais (Minaspetro), lamentou os sucessivos aumentos no pre�o do �leo diesel e afirmou que "o elevado pre�o dos combust�veis no Brasil � nocivo tamb�m para o empres�rio varejista, que necessita de maior capital de giro para compor o estoque, al�m de claramente registrar forte redu��o das vendas na pista", diz o texto.

 

O sindicato tamb�m chamou aten��o para a tributa��o dos combust�veis. "A solu��o para um pre�o mais adequado dos combust�veis passa por uma tributa��o mais justa, uma vez que aproximadamente 50% do pre�o final dos combust�veis � composto por impostos. Por isso, uma reforma tribut�ria seria a solu��o mais adequada e sustent�vel para um pre�o mais ajustado dos combust�veis". 

O caminhoneiro Levi Apolin�rio de Santos afirmou que ficou surpreso na hora de abastecer. "Cada dia que vou ao posto � um susto, hoje eu s� assinei o tal�ozinho que abaste�o". Ele ressaltou que os motoristas de carros a diesel tamb�m est�o enfrentando problemas para manter os gastos.

 

"Todo mundo falando que est� caro, uns j� querem deixar o carro parado, ou vender, andar de moto. Eu mesmo tenho uma caminhonete e pensei em vender para comprar um carro mais leve. Infelizmente � sair do conforto para tentar manter", afirmou Levi.

O presidente do Sindicato das Empresas Transportadoras de Combust�vel e Derivados de Petr�leo do Estado de Minas Gerais (Sindtanque-MG), Irani Gomes, afirmou que l�deres da categoria em v�rios estados est�o se mobilizando para fazer uma paralisa��o.

 

"Neste momento estamos nos mobilizando para essa paralisa��o. N�o vamos divulgar a data, mas pode acontecer a qualquer momento, est� movimentando toda a categoria em outros estados como em S�o Paulo, Rio de Janeiro, Esp�rito Santo, Bahia, Goi�s e Distrito Federal. Estamos nos reunindo todos os dias para definir como ser�, mas j� estamos caminhando para essa paralisa��o", afirma Irani.

Segundo o presidente do sindicato, h� possiblidade de outras lideran�as aderirem � paralisa��o. "Todos est�o insatisfeitos e temos conversado com outros segmentos dentro do transporte para aderir � paralisa��o".

Com o reajuste anunciado ontem, alguns postos j� chegam a mais de R$ 5 por litro. "Hoje j� deu para sentir diferen�a nos postos, tem �leo diesel sendo vendido por R$ 5,40 o litro, aqui em Minas", finaliza o presidente do Sindtanque-MG

Veja a nota do Minaspetro na �ntegra:

 

"A Petrobras, desde 2017, vem praticando uma pol�tica de alinhamento dos pre�os de produ��o com os valores do barril de petr�leo no mercado internacional. O Minaspetro acredita que essa livre oscila��o � saud�vel, tendo em vista que as comodities t�m liberdade de varia��o, e interven��es governamentais n�o � a melhor estrat�gia a ser seguida. No entanto, a entidade lamenta os sucessivos aumentos praticados este ano e informa que o elevado pre�o dos combust�veis no Brasil � nocivo tamb�m para o empres�rio varejista, que necessita de maior capital de giro para compor o estoque, al�m de claramente registrar forte redu��o das vendas na pista.

 

A solu��o para um pre�o mais adequado dos combust�veis passa por uma tributa��o mais justa, uma vez que aproximadamente 50% do pre�o final dos combust�veis � composto por impostos. Por isso, uma reforma tribut�ria seria a solu��o mais adequada e sustent�vel para um pre�o mais ajustado dos combust�veis. 

 

O Minaspetro tem se comunicado com o governo de Minas com o objetivo de solicitar o congelamento do PMPF, �ndice que incide o ICMS, para que se contenham os aumentos dos pre�os."

 

*Estagi�ria sob supervis�o do subeditor Eduardo Oliveira