
O faturamento das mineradoras ficou em R$ 219,9 bilh�es, contra R$ 103,7 bilh�es no mesmo per�odo de 2020, um crescimento de 112%. Em 2020, o faturamento anual foi de R$ 209 bilh�es. Assim, no per�odo de janeiro a agosto deste ano, esse n�mero j� foi superado.
“Vamos fechar o ano com n�mero bem mais representativo do que o ano de 2020”, afirmou Wilson Brumer, presidente do Conselho Diretor do Instituto Brasileiro de Minera��o (Ibram).
Faturamento por estado
Minas Gerais teve destaque, ficando na segunda posi��o como o estado que mais faturou, perdendo apenas para o Par�. Minas registrou um crescimento de 144%, entre janeiro e agosto deste ano, com R$ 93,8 bilh�es contra R$ 38,5 bilh�es registrados no mesmo per�odo de 2020.
Bahia, Goi�s, Mato Grosso e S�o Paulo foram os outros estados que tamb�m registraram alta no faturamento neste per�odo.
Para Brumer, as principais causas do faturamento em Minas t�m rela��o com a retomada das atividades de algumas mineradoras, entre elas a Samarco.
“Tem a ver com a retomada de algumas opera��es que, no per�odo de janeiro e agosto do ano passado estavam semi paralisadas, dando como exemplo a pr�pria retomada da Samarco, que ocorreu este ano. Como consequ�ncia tivemos esse acr�scimo.”
Min�rio de ferro
Ele destacou ainda que China e Austr�lia t�m enfrentado algumas disputas, e Minas tem tirado bastante proveito dessa situa��o. “� uma das principais raz�es do aumento de faturamento no estado", avaliou.
Os pre�os elevados das commodities no primeiro semestre de 2021 s�o os principais motivos dos aumentos no faturamento por subst�ncia.
Apesar da queda do pre�o do min�rio de ferro, principalmente em agosto, a commodity registrou o maior faturamento, de R$ 162 bilh�es; em seguida vieram ouro, com R$ 18 bilh�es, e cobre, com R$ 11 bilh�es.
“De uma maneira geral, houve aumento de pre�os nos v�rios minerais, aliados � desvaloriza��o da nossa moeda, raz�o pela qual, o faturamento do setor cresceu de forma t�o substancial.”
Na avalia��o do instituto, a redu��o no pre�o do min�rio de ferro, principal item da produ��o e da exporta��o mineral, n�o abalou os resultados do setor. A demanda global por commodities minerais deve continuar em expans�o, ou pelo menos est�vel. Assim, a produ��o dever� se manter crescente, contribuindo para a recupera��o da economia.
Com�rcio exterior
As exporta��es de min�rios cresceram 93,6%, saindo de um total de US$ 21 bilh�es no ano passado, para US$ 41 bilh�es de janeiro a agosto deste ano.
“A exporta��o de minerais j� representa mais de 20% do total exportado pelo Brasil. Isso � um dado importante que deve ser visto como um fator macroecon�mico importante para a presen�a do Brasil no mercado internacional”, afirma Brumer.
J� as importa��es tiveram alta de 29% no mesmo per�odo deste ano. O saldo dessas opera��es resultou em R$ 36 bilh�es, crescimento de 107%. Assim, o saldo comercial de min�rios passou a representar 69% do saldo comercial brasileiro total, contra 49% de janeiro a agosto de 2020.
Foram exportadas 243 milh�es de toneladas. Em volume, a varia��o foi de quase 10%, mas em d�lares, a eleva��o foi de 94% aproximadamente.
As exporta��es de min�rio de ferro totalizaram US$ 32,4 bilh�es e, em volume, 233 milh�es de toneladas. Uma varia��o de 127% em d�lar e de quase 11% em volume. Tamb�m tiveram destaque as exporta��es de cobre, ni�bio, pedras e revestimentos.
J� as exporta��es de mangan�s ca�ram 45% em d�lar e 34% em volume e as de caulim decresceram 8% em d�lar e 14% em volume.
Impostos
Com o aumento do faturamento, o setor mineral recolheu mais tributos. De janeiro a agosto deste ano a minera��o recolheu R$ 76 bilh�es em impostos aos cofres p�blicos. Isso representa 112% a mais do que no mesmo per�odo em 2020, com R$ 36 bilh�es recolhidos.
O royalty, que � a Compensa��o Financeira pela Explora��o de Recursos Minerais (CFEM), tamb�m apresentou crescimento, de 121%, passando de R$ 3 bilh�es, nos oito primeiros meses de 2020, para quase R$ 7 bilh�es neste ano.
Os maiores valores de CFEM est�o relacionados � produ��o de min�rio de ferro: R$ 5,6 bilh�es.
Segundo Fl�vio Ottoni Penido, diretor-presidente do Ibram, esses valores devem ser investidos por estados e munic�pios em pol�ticas de sustentabilidade econ�mica, que permitam gerar polos de emprego e renda para quando a atividade mineral se esgotar.
“O Ibram e outras organiza��es est�o � frente de um projeto de desenvolvimento de territ�rios minerados justamente com o objetivo de apoiar esse planejamento de longo prazo por estados e munic�pios.”
O instituto informa que 2.547 munic�pios recolheram o tributo (CFEM), de janeiro a agosto deste ano. Estados do Sudeste e do Sul apresentam os maiores n�meros de munic�pios, com destaque para Minas Gerais (488 munic�pios); S�o Paulo (343) e Rio Grande do Sul (212).
Investimentos nos pr�ximos anos
De acordo com Wilson Brumer, entre 2021 e 2025, a estimativa de investimento para o setor � de US$ 41,3 bilh�es.
“O que mostra a confian�a dos empres�rios no Brasil. Acreditamos que isso deve refletir na contrata��o de empresas construtoras, m�quinas, fornecedores de equipamento e, principalmente, empregos, no Brasil.”
Segundo ele, da estimativa de US$ 41 bilh�es, o setor j� tem, at� o momento, 47% deste investimento. “E investimentos programados de 53%. Os principais investimentos, em n�meros, estar�o no estado de Minas Gerais, com US$ 10 bilh�es, que representa 25%, em seguida Bahia e Par� receber�o, cada, US$ 7,3 bilh�es (18%).”
Os principais investimentos, nos pr�ximos cinco anos, ser�o em min�rio de ferro, com US$ 13 bilh�es; bauxita e fertilizantes (US$ 6,4 bilh�es cada); cobre (US$ 1,7 bilh�o); ouro (US$ 1,4 bilh�o).
Brumer ressaltou tamb�m os investimentos feitos em a��es socioambientais, com foco principal na redu��o de emiss�es. “S�o US$ 6 bilh�es que dever�o ser investidos.”
*Estagi�ria sob supervis�o do subeditor Jo�o Renato Faria