
Os pre�os da carne mostram queda na Regi�o Metropolitana de Belo Horizonte, mas o recuo � leve, restrito, e n�o deve deixar o consumidor animado. O custo para colocar a prote�na na mesa continua alto e a proximidade das festas de fim de ano deve ajudar a manter o produto caro, tendo em vista a eleva��o tradicional da demanda nessa �poca do ano. As expressivas diferen�as das tabelas do com�rcio para os mesmos cortes tamb�m requerem aten��o e pesquisa. Segundo
levantamento divulgado ontem pelo site de pesquisas de pre�os Mercado Mineiro
, o ac�m bovino barateou 1,92%, encontrado ao pre�o m�dio de R$ 30,86 o quilo na �ltima quinta-feira, ante R$ 31,46 em 24 de setembro, portanto, h� 21 dias.
Para a carne su�na, o site indica, na pr�tica, a manuten��o do pre�o m�dio para alguns cortes e aumento para outros. O pre�o do quilo da bisteca, por exemplo, variou 0,57% no per�odo da pesquisa, de R$ 19,09 para R$ 19,20. O quilo do pernil sem osso barateou 0,41%, de R$ 19,21 para R$ 19,13. O custo da costelinha subiu 0,91%, de R$ 22,64 para R$ 22,85. O pre�o do quilo da salsicha tamb�m subiu, de R$ 11,01 para R$ 11,16, acr�scimo de 1,40%.
Ainda � cedo para avaliar o movimento dos pre�os da carne bovina como tend�ncia de queda, alerta o economista e coordenador do Mercado Mineiro, Feliciano Abreu, lembrando a influ�ncia t�pica das festas de fim de ano. “Comparada com a pequisa de 21 dias atr�s, a carne bovina continua cara, mas os pre�os est�o caindo”, diz. As carnes sofreram reajuste m�dio de 20,42% nos �ltimos 12 meses terminados em setembro, na Grande BH, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estat�stica (IBGE), ante alta de 10,30% do �ndice Naconal de Pre�os ao Consumidor Amplo (IPCA).
Um dos fatores aos quais ele atribui a redu��o � o sumi�o da clientela dos a�ougues. Para atrair clientes, os pre�os precisam diminuir. O outro fator surgiu no in�cio de setembro, quando dois casos do mal da vaca louca foram descobertos em frigor�ficos de Belo Horizonte e Nova Cana� do Norte (MT). As exporta��es de carne para a China foram suspensas. � �poca, a Secretaria de Defesa Agropecu�ria do Minist�rio da Agricultura, Pecu�ria e Abastecimento (Mapa) explicou que se tratava de casos at�picos da doen�a, de duas vacas de idade avan�ada, classificadas para descarte, e que estavam deitadas nos currais. N�o havia risco para a sa�de humana e nem dos outros animais.
O consumidor deve observar, na avalia��o de Feliciano Abreu, que os n�veis dos pre�os ainda est�o elevados e que � preciso pesquisar e at� pechinchar quando poss�vel. “A not�cia � boa porque est�vamos tendo aumentos consecutivos da carne desde o in�cio da pandemia. A carne de boi vem liderando os aumentos, e quando a gente verifica nos �ltimos 21 dias e v� quedas de 2% do pre�o m�dio � muito satisfat�rio. Claro que ainda est� muito distante da realidade do consumidor, a carne ainda est� muito cara”, afirma.

Moradora do Bairro Vit�ria, na Regi�o Nordeste, ela diz que as compras n�o pesam muito porque, por morar sozinha, consegue controlar melhor os gastos. Ainda assim, ela percebe que algumas vezes nem a pesquisa tem funcionado. “N�o estou vendo diferen�a de pre�o em lugar nenhum, na cidade toda. Quem tem mais gente em casa e demanda maior, tem que substituir, inventar, fracionar, inventar prato. � o jeito”, diz.
Sem alternativa
As aves, que foram o plano B de parte da popula��o diante da alta do pre�o da prote�na bovina, t�m pre�o m�dio alto e est�vel, segundo a pesquisa do Mercado Mineiro. O quilo do frango resfriado foi encontrado na semana passada ao custo de R$ 11,61, ligeira redu��o de 0,26% frente ao pre�o m�dio de 24 de setembro, de R$ 11,64. O consumidor tem de ficar atento � disparidade dos pre�os nos a�ugues da Grande BH.
O pre�o do quilo do frango resfriado tem varia��o de 57%, custando de R$ 9,50 a R$ 14,95. O quilo do fil� de peito pode ser encontrado em larga faixa, variando de R$ 14,98 a R$ 25,90, diferen�a de 72%. O quilo da coxa e sobrecoxa est� custando de R$ 10,99 a R$ 15,95, varia��o de 45%. O pre�o m�dio das pe�as subiu de R$ 12,86 para R$ 12,94, aumento de 0,59%.
O p� de frango, uma das partes menos nobres da ave, mas que tem sido buscada pela popula��o de baixa renda, a mais sacrificada pela infla��o alta, hoje pode custar de R$ 5,99 a R$ 13,99. A pesquisa tamb�m conferiu o pre�o do pesco�o de peru. O quilo na Grande BH pode custar de R$ 17,99 a R$ 25, varia��o de 39%.
As diferen�as entre os pre�os da carne bovina s�o ainda maiores na Grande BH. Um dos exemplos � o quilo da fraldinha, que chega a variar 239%, custando de R$ 24,99 a R$ 84,95. A disparidade de pre�os do quilo do contrafil� � de 116%, com pre�os entre R$ 36,99 e R$ 79,95. O quilo da alcatra custa de R$ 36,95 a R$ 69,95. A ch� de fora � encontrada de R$ 29,99 o quilo at� R$ 52,90 em alguns estabelecimentos, varia��o de 76%. Entre os cortes de porco, o quilo de bisteca varia 246%, podendo custar de R$ 12,99 a R$ 44,95.
Peixes e ovos t�m diferen�a de 80%
O site Mercado Mineiro conferiu os pre�os dos peixes e ovos para quem busca alternativa �s carnes vermelha e de frango. As varia��es de pre�os entre os estabelecimentos tamb�m s�o significativas. “O quilo do fil� de surubim pode custar de R$ 49,90 at� R$83,90, diferen�a de 68%. O quilo da tra�ra foi encontrado de R$ 25,90 a R$ 45, acr�scimo de 73%. O quilo do salm�o custava, na semana passada, de R$ 54,90 at� R$ 99,90, varia��o de 82%.
Na pesquisa dos pre�os dos ovos, a d�zia do produto branco pode custar de R$ 7,99 a R$ 12,99, representado 62% a mais. O coordenador do Mercado Mineiro, Feliciano Abreu, destaca fatores que devem manter altos os pre�os das carnes, inclusive aquelas t�picas do fim de ano.
“Temos que lembrar que o per�odo de final de ano tem tradicionalmente mais churrascos, mais festas, e com a volta do relacionamento (devido ao avan�o da vacina��o contra a COVID-19), teremos, com certeza, mais celebra��es. Embora a gente saiba que, por outro lado, as pessoas tamb�m n�o t�m dinheiro para ficar comprando picanha pra churrasco”, diz Feliciano Abreu.
Ele lembra da parcela que o custo da produ��o tem nesse c�lculo. “Os produtores reclamavam muito do pre�o da soja, do milho, e o governo federal reduziu o imposto, principalmente do milho. Isso favorece o custo de produ��o, mas tudo isso � a longo prazo. N�o � do dia para a noite que temos uma mudan�a dos pre�os”, avalia.
Diante do cen�rio ainda incerto, o coordenador do site de pesquisas d� um panorama das prote�nas que ainda s�o boas alternativas � carne bovina. “As melhores op��es para o consumidor, sem d�vida nenhuma, ainda s�o as carnes de porco e frango. O frango aumentou muito nos �ltimos meses, mas ele ainda � muito barato porque est� muito distante da carne de porco, e muito mais ainda da carne de boi. O porco tamb�m tem tido quedas”, afirma.