
Com isso, na hora da compra, o consumidor est� com op��es mais limitadas - o que, em �ltima inst�ncia, pode prejudicar as vendas do produto. O �ndice de ruptura da Neogrid - indicador que mede a falta de produtos nos supermercados brasileiros - passou de 11,9% na categoria de cerveja, em agosto, para 15,3%, em setembro.
De acordo com Robson Munhoz, diretor de opera��es da Neogrid, esse indicador n�o aponta, necessariamente, que falta cerveja nas g�ndolas, mas que n�o se encontram determinadas linhas ou marcas. "Ainda h� 'solu�o' de mat�ria-prima para a ind�stria e ela est� revendo seu portf�lio. Algumas f�bricas n�o est�o recebendo a embalagem de 310 ml, por exemplo, e tomam a decis�o de n�o envasar determinadas marcas", explica.
Efeito da renda
Para Petroni, essa falta de variedade pode afetar as vendas da bebida. "Com a infla��o, que diminui a renda dispon�vel da popula��o, a falta de embalagens menores prejudica o consumo", afirma.
Ou seja: com o dinheiro valendo menos, o consumidor tende a buscar embalagens menores da bebida. Se determinada marca n�o tem essa disponibilidade, ele troca por outra ou acaba por abandonar a compra desse item. A redu��o do tamanho da embalagem � um subterf�gio a que diversas ind�strias, como a de alimentos e a de cosm�ticos, recorrem em tempos de dificuldades de emprego e renda, como o atual.
O presidente da Associa��o Brasileira das Ind�strias de Vidro (Abividro), Lucien Belmonte, confirma que a produ��o de vidros para a ind�stria cervejeira vem abaixo da demanda h� cerca de dois anos. "H� grandes aumentos de oferta programados para 2022, mas ainda n�o resolve, para 2023 a oferta fica mais acertada", diz.
Uma vez que o problema n�o � novo, Belmonte afirma que as f�bricas tiveram condi��es de se programar. Por isso, aquelas que aumentaram estoques de embalagem e fizeram encomendas mais programadas n�o sofrem com a falta. A produ��o da bebida tradicionalmente sobe no terceiro trimestre, para dar conta da demanda de consumo no ver�o.
A falta de embalagens no setor de bebidas, ali�s, n�o � exclusividade do setor de cervejas. No ano passado, diversas vin�colas do Rio Grande do Sul reportaram escassez eventual de garrafas por causa do aumento do consumo. A demanda por vinho subiu quase 20% no ano passado e, pela primeira vez, o consumo per capita da bebida no Pa�s passou dos 2 litros, conforme mostrou reportagem do Estad�o nesta semana. A escassez de embalagens de papel�o afeta tamb�m outros segmentos das ind�strias de alimentos e bebidas.
Em falta
O �ndice geral de ruptura, considerado todo o varejo aliment�cio, permanece em n�veis altos pelo sexto m�s consecutivo. Em setembro, o �ndice registrou uma leve queda em rela��o a agosto, de acordo com a Neogrid: a taxa ficou 11,1%, contra 11,63% do m�s anterior.
Munhoz conta que, apesar de as vendas nos supermercados terem diminu�do em setembro, os estoques das redes de varejo tamb�m se reduziram e a ruptura de abastecimento tamb�m decresceu.
Os tr�s fen�menos raramente ocorrem juntos, de acordo com o executivo. Esse alinhamento indica um desaquecimento do varejo, o que d� condi��es aos supermercados para batalhar um pouco mais por pre�os melhores.
A l�gica �: como os consumidores compraram menos, n�o h� falta de itens nas prateleiras, mesmo que os estoques dos varejistas tenham diminu�do. Assim, o varejo consegue reprimir a demanda de encomendas � ind�stria.
Segundo a Neogrid, al�m da cerveja, outras categorias que registram alto �ndice de falta de produtos nas g�ndolas est�o as bebidas � base de soja, com ruptura de 20% (ante 18,3% no m�s passado) e ovos, com 15,9% em setembro (ante 17,2% em agosto).
As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.