
N�o � de hoje que o brasileiro vem elegendo o atacarejo como ponto preferencial de suas compras. Um recente movimento do Grupo P�o de A��car de vender 71 lojas da bandeira de hipermercados Extra para o Assa� mostrou que os varejistas j� perceberam que, ainda mais em tempos de infla��o alta como o atual, a economia vai ditar o comportamento do cliente.
Um estudo feito pela Confedera��o Nacional do Com�rcio de Bens, Servi�os e Turismo (CNC), feito a pedido do Estad�o, colocou na ponta do l�pis a vantagem econ�mica do formato sobre outros tipos de lojas, como hipermercados e supermercados: em m�dia, de acordo com o levantamento, a compra de uma cesta b�sica de alimentos fica 18% mais em conta nos atacarejos. Em determinados produtos, a diferen�a de valor chega a 33% (mais informa��es ao lado).
Para F�bio Bentes, economista-chefe da CNC, a diferen�a de valor pode ser considerada significativa - em todos eles, o atacarejo, tamb�m conhecido como "cash & carry", se revelou mais barato. "Esses s�o itens essenciais do consumo e n�o deveriam ter uma varia��o t�o grande de pre�o se comparado aos dois modelos de neg�cio", diz Bentes.
O economista afirma que o momento de desemprego e infla��o ajuda a explicar a prefer�ncia pelo atacarejo. "Diante da crise que enfrentamos e da perda do poder aquisitivo do brasileiro, � comum ver a explos�o dos atacarejos no Pa�s. Essa economia que eles proporcionam torna o neg�cio mais atraente para as pessoas", afirma.
Mudan�a
O atacarejo, que antes era preferido de pequenos comerciantes - sobretudo dono de restaurantes e lanchonetes - j� virou destino dos consumidores pessoa f�sica. Agora, n�o h� mais obriga��o de compra em grandes quantidades e � poss�vel pagar com todos os cart�es de cr�dito. Al�m disso, todas as redes - como Atacad�o, do Carrefour, e Assa� - t�m ampliado o n�mero de lojas de forma acelerada.
De acordo com estudo anual da Associa��o Brasileira de Atacadistas e Distribuidores de Produtos Industrializados (Abad), o modelo de atacadistas de autosservi�o foi o que apresentou o maior n�mero de novas lojas em opera��o durante a pandemia. Com faturamento de R$ 64,7 bilh�es, o setor cresceu 24,9% em 2020.
No quesito experi�ncia de compra, no entanto, o atacarejo ainda deixa a desejar, segundo o consultor Eug�nio Foganholo, da consultoria Mixxer. "O cliente sabe que em um supermercado ele tem uma s�rie de facilidades que n�o existem no atacarejo.
Por�m, ele troca a experi�ncia pela economia", afirma.
O Assa� est� de olho nessa defici�ncia e diz que, especialmente nas unidades que comprou do Extra Hiper, haver� uma transforma��o do modelo. "No fim do dia, eu preciso trazer um servi�o de maior experi�ncia, mas com ofertas",diz o diretor de opera��es do Assa�, Anderson Castilho.
As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.