
O combust�vel foi encontrado a R$ 8,59 o litro em posto de Coronel Murta, com seus 9,3 mil habitantes. A cidade est� localizada a 591 quil�metros da Regi�o Metropolitana de Belo Horizonte, servida pela Refinaria Gabriel Passos (Regap), instalada em Betim. Nos estabelecimentos revendedores da Grande BH, o site Mercado Mineiro registrava valores de R$ 7,92 pelo litro vendido aos motoristas.
Corredor de revendas na capital mineira, na Avenida dos Andradas, o litro da gasolina era vendido ontem a R$ 7,69. Em meio � disparada da cota��o do barril de petr�leo no mercado internacional, impulsionada pelos efeitos da guerra da R�ssia na Ucr�nia, a Petrobras corrigiu, ontem, seus pre�os nas refinarias em 18,8% para a gasolina, 24,9% para o �leo diesel e 16,1% na distribui��o do g�s de cozinha. A repercuss�o dos aumentos foi grande tamb�m entre os transportadores.
A��o civil foi aberta na Justi�a Federal pelo Conselho Nacional do Transporte Rodovi�rio de Cargas (CNTRC) para suspender os reajustes anunciados pela Petrobras. No processo, a entidade cobra explica��es do presidente Jair Bolsonaro (PL) sobre a disparada dos pre�os.
Em v�rias regi�es do estado, a reportagem do Estado de Minas apurou eleva��o dos pre�os j� aplicadas �s bombas, filas e muita reclama��o dos consumidores. Os pre�os do litro da gasolina variavam ontem de R$ 7,59 em Montes Claros, munic�pio polo do Norte de Minas, a R$ 8,19 em Caratinga, no Leste do estado, e o litro do diesel S10 foi encontrado a R$ 6,99 em Ouro Preto, na Regi�o Central de Minas.

“A despesa com o transporte j� consome grande parte do meu sal�rio. Com o novo aumento (da gasolina), vai ficar mais puxado ainda”, afirma a professora. A despesa mensal com o deslocamento para trabalhar deve subir de R$ 700 a cerca de R$ 1 mil.
Em Uberl�ndia, no Tri�ngulo mineiro, a reportagem encontrou pre�os de R$ 6,89 e R$ 7,99 pelo litro da gasolina comum. O universit�rio Nilton Menezes tentou fugir da fila, mas pagou o pre�o novo. “Ontem (quinta-feira) houve fila para abastecer sem aumento e eu n�o consegui abastecer meu carro. Hoje tive que aguentar esse pre�o”, reclamou. Ele pagou R$ 7,49 o litro. Confira a situa��o pelo estado.
Divin�polis e vizinhan�a No Centro-Oeste de Minas, enquanto em Divin�polis, maior munic�pio da regi�o, o pre�o chega a R$ 7,59, em Itapecerica, distante 64 quil�metros, o consumidor pagava R$ 7,72. Na quinta-feira, alguns postos tinham aplicado o aumento na bomba. Em Cl�udio, munic�pio de 29 mil habitantes, os motoristas tamb�m est�o pagando mais caro. O pre�o do litro da gasolina comum subiu para R$ 7,61, e o do etanol, R$ 5,25. Na pequena S�o Sebasti�o do Oeste, que n�o chega a 7 mil moradores, a gasolina era vendida, ontem, para R$ 7,69. Quem opta pelo etanol para pagar mais barato precisa desembolsar R$ 5,22 pelo litro nos dois postos instalados na cidade, pertencentes ao mesmo propriet�rio.
'Absurdo em Varginha' Os moradores de Varginha, no Sul de Minas, j� est�o sentido no bolso o aumento do pre�o do combust�vel. O valor da gasolina na cidade subiu em m�dia R$ 0,50, mas h� posto que reajustou a tabela em R$ 1 e o pre�o chega a quase R$ 8. O etanol beira os R$ 5 e o diesel S10 os R$ 7. O motorista que pagava R$ 6,798 pela gasolina teve de desembolsar ontem R$ 7,498 pelo litro da gasolina, cerca de 10,2%. “Absurdo. � uma coisa que a gente tem que superar”, reclamou motorista que prefere n�o se identificar. Sem escolha,o jeito foi enfrentar fila nos postos para abastecer o carro.
Autua��o no Tri�ngulo Dois postos de combust�veis de Uberaba, no Tri�ngulo Mineiro, cobravam, ontem, cerca de R$ 8 pelo litro da gasolina e acabaram autuados pelo Procon por pr�tica abusiva e eleva��o injustificada dos valores. Filas de ve�culos dobravam esquinas em ao menos tr�s revendas. Antes do reajuste de ontem, segundo o Setor de Fiscaliza��o e Pesquisa do Procon municipal, a m�dia do litro da gasolina na cidade era de R$ 6,70 e o �lcool em R$ 4,34. Na vizinha Uberl�ndia, o litro da gasolina chegou a R$ 8, pre�o mais alto encontrado no munic�pio. Os motoristas enfrentaram fila e pagaram caro pelos combust�veis. Em Araguari, houve revendas reajustando o combust�vel em R$ 1, para vender o litro a R$ 7,49, pouco menos que os R$ 7,70 cobrados em Ituiutaba.
Ouro Preto e Mariana Para quem vai � sede da cidade hist�rica de Ouro Preto, na Regi�o Central de Minas Gerais, e entra pela Rua Padre Rolin, sentido pra�a Tiradentes, percebe que o sobe e desce das ladeiras ficar� mais caro. O litro da gasolina comum, para quem pagar � vista, foi encontrado a R$7,599. Na compra pelo cart�o de cr�dito, o valor subia a R$ 7,699 e o Diesel S10 era vendido a R$ 6,999 o litro. Na vizinha Mariana, o estoque de diesel acabou antes do fim do expediente. A op��o pelo pagamento no cart�o de cr�dito render� ao motorista a conta de R$ 7,942 pelo litro. Dono de um posto da cidade disse esperar redu��o do consumo.
Protesto em Valadares Os pre�os dos combust�veis nos postos das principais cidades da regi�o leste de Minas sofreram reajuste ontem mesmo e o aumento gerou insatisfa��es. Os consumidores protestaram ao pagar R$ 7,79 pelo litro, ante o pre�o que vigorava de R$ 7,52. O taxista Edmilson Almeida, de Governador Valadares, contou a reportagem que colegas consideram a possibilidade de parar de trabalhar no ramo. Em Caratinga, o pre�o do litro da gasolina subiu de R$ 7,15 na quinta-feira para R$ 7,85 ontem. H� postos com tabela de at� R$ 8,19 o litro. No Vale do A�o, o menor pre�o do litro da gasolina antes do aumento, na quinta-feira, era de R$ 6,99. Ontem, o pre�o do litro chegou a R$ 7,78.
*Participaram desse cobertura os rep�rteres Amanda Quintiliano, Camilla Dourado, Renato Manfrim, Tim Filho e Vin�cius Lemos/Especiais para o EM
Perda para todos
No distrito de Leliv�ldia, em Berilo, a 557 quil�metros de Belo Horizonte, tmb�m no Vale do Jequitinhonha, o pre�o da gasolina subiu para R$ 8,50. A localidade, de 4 mil moradores, conta com dois postos de combust�veis. O mesmo valor est� sendo praticado na sede do munic�pio, de 11,8 mil habitantes. Propriet�ria de uma farm�cia em Leliv�ldia, Rosemare Dias de Barros argumenta que o reajuste dos derivados de petr�leo vai onerar muito o seu neg�cio.
“A gente j� gasta muito com entrega. Agora, o custo vai aumentar mais ainda”, reclama a comerciante. “Temos uma funcion�ria que mora na zona rural e vem todo dia de carro para trabalhar. Ela j� avisou que com o reajuste da gasolina, se o sal�rio dela tamb�m n�o aumentar, ela n�o ter� mais condi��es vir trabalhar”, informa Rosemare.
Em Ara�ua� (36,7 mil habitantes),uma das principais cidades do Jequitinhonha, a 600 km de BH, o pre�o da gasolina chegou a R$ 7,99. Dono do Posto Cristal, o empres�rio Marcos Ursine afirma que os revendedores de petr�leo n�o t�m nenhuma participa��o no aumento dos produtos e que apenas repassam os �ndices de reajuste para os consumidores. “�s vezes, o consumidor acha que a culpa do aumento � do revendedor. Pelo contr�rio, a gente n�o deseja reajuste para que as pessoas possam comprar mais”, argumenta.
Na sua opini�o, a correria dos motoristas aos postos toda vez que Petrobras anuncia reajuste dos combust�veis acaba sendo prejudicial para os pr�prios consumidores. “Pois, isso s� gera especula��o e todo mundo acaba perdendo”, completa Ursine.
Em Montes Claros, cidade polo do Norte de Minas, o pre�o do litro de gasolina na bomba chegou at� R$ 7,59 ainda na quinta-feira. Moradora da cidade, a design de interiores Milene Magalh�es Alves salienta que a alta da gasolina no Brasil � ocasionada por causa da eleva��o do pre�o do barril de petr�leo no mercado mundial, consequ�ncia da invas�o da R�ssia pela Ucr�nia.
“Mas, quero ver quando a guerra acabar e o pre�o do petr�leo cair no mercado internacional, se Petrobras vai baixar o pre�o da gasolina aqui pra gente”, afirma a design. Tamb�m em Montes Claros, o cirurgi�o-dentista Carlos Rog�rio Pimenta de Carvalho revela que, para tentar amenizar do impacto do reajuste dos derivados de petr�leo deixou de comprar gasolina e passou a abastecer o carro com etanol. “A gasolina custando R$ 7,59 o litro. Mas, o etanol custa R$ 4,99 o litro, bem vantajoso.” (LR)
ENTENDA
Por que a guerra gerou o aumento da gasolinaO conflito no Leste Europeu impacta a economia mundial. Como cerca de 30% do petr�leo brasileiro � importado e como a Petrobras segue a regra de paridade internacional de pre�os, para os importadores n�o mais compensava importar a um pre�o elevado para vender por muito menos dentro do Brasil.
Com isso, surgiu o risco real de desabastecimento de combust�vel j� no in�cio de abril, o que levou a Petrobras a reajustar os pre�os derivados de petr�leo quinta-feira (10/03), segundo fontes do governo. O reajuste m�dio da gasolina foi de 18,8%.

Caminhoneiros em parada 't�cnica'
Os aumentos nos pre�os dos combust�veis repassados, ontem, pela Petrobras levaram caminhoneiros e tanqueiros (transportadores de combust�veis) ao prometido movimento paredista dessas categorias. De acordo com Marlon Mau�s, assessor da Confedera��o Nacional de Transportadores Aut�nomos (CNTA), se trata de uma parada t�cnica, sem bloqueios nas estradas.
“Hoje (ontem) h� um descontentamento geral com a situa��o, seja por parte das transportadoras, do agroneg�cio e outros agentes da sociedade”, disse Mau�s, em entrevista ao “Estad�o”. O pre�o m�dio do diesel passou de R$ 3,61 para R$ 4,51 por litro nas refinarias, com reajuste de 24,9%. J� a gasolina, sofreu alta de 18,8% aplicada pela Petrobras.
“O que temos de ter em mente � que n�o parou por a�. Daqui a pouco vem mais 11% de reajuste”, disse o presidente da Associa��o Brasileira de Condutores de Ve�culos Automotores (Abrava), Wallace Landim. O gerente corporativo de Expans�o e Tr�fego da Patrus Transportes, Dangelo Menezes, disse que o aumento impacta de forma direta em todos do setor.
“Fica insustent�vel comprar o caminh�o, manter um motorista e fazer as manuten��es necess�rias. Por isso, muitas empresas est�o com a frota sucateada”, ponderou Menezes. Segundo ele, esse conjunto de fatores traz preju�zo at� mesmo para as estradas, j� que um caminh�o com pouca manuten��o gera mais desgastes no asfalto. (Com informa��es do Correio Braziliense)