Gra�as ao desempenho expressivo nos setores de ind�stria e servi�os, o Produto Interno Bruno (PIB) de Minas Gerais fechou o ano de 2021 com crescimento de 5,1% no comparativo com o ano anterior. Segundo estudo da Funda��o Jo�o Pinheiro (FJP), apresentado na tarde desta quarta-feira (16/3), a estimativa total de bens e riquezas produzidas no estado foi de R$ 805,5 bilh�es.
Do total arrecadado, 61,6% correspondem aos servi�os e 30,1% � ind�stria. Por sua vez, a produ��o agropecu�ria foi respons�vel por 8,3% das riquezas acumuladas em Minas no �ltimo ano. Segundo o estudo, o �ndice geral de pre�os encerrou 2020 com uma alta de 14,1%.
“Temos o efeito direto dos pre�os e, por isso, o efeito nominal do PIB est� aumentando. A infla��o costuma ter uma rela��o negativa com a produ��o real, porque ela corr�i o consumo das fam�lias, uma das fontes de produ��o das empresas. Nos �ltimos 18 meses, vemos uma mudan�a nos pre�os relativos, o que pode ter um efeito na recupera��o desses setores”, avalia o pesquisador da Funda��o Jo�o Pinheiro, Raimundo Sousa Leal.
A evolu��o do PIB mineiro no �ltimo trimestre de 2021 ainda � pequena se comparada ao mesmo per�odo de 2019, antes da pandemia do coronav�rus, que acentuou o desemprego e provocou o fechamento de empresas. Segundo a FJP, houve avan�o de apenas 0,4% em rela��o aos meses de outubro, novembro de dezembro de 2019.
Os dados mostram que o crescimento da economia estadual em 2021 foi impulsionado pela varia��o positiva no volume de Valor Adicionado Bruto (VAB) da ind�stria (9,2%) e dos servi�os (4,1%). A extra��o mineral foi a atividade que apresentou a maior expans�o no acumulado do ano (15%), seguida pela constru��o civil, que registrou crescimento de 12% em n�vel estadual. Por sua vez, os transportes tiveram 11,4% de expans�o, enquanto a ind�stria de transforma��o registrou varia��o positiva de 9,4%
A atividade industrial teve uma estimativa de produ��o de riquezas de R$ 213,4 bilh�es em 2021, correspondendo a 13% do total gerado em todo o Brasil. A expans�o da atividade mineral no estado correspondeu a cinco vezes � varia��o em solo nacional (3%). “A queda da produ��o no Par� ajudou na expans�o em Minas. Ultrapassamos o patamar pr�-pandemia, mas ainda est� distante no que vigorava antes do rompimento da barragem de Brumadinho, no in�cio de 2019”, afirma Thiago Almeida, tamb�m pesquisador da FJP.
Outro ponto forte da ind�stria mineira foi na produ��o de ve�culos e pe�as, obtendo um crescimento de 44,2% em rela��o a 2020. O crescimento no estado foi mais que o dobro visto no cen�rio brasileiro, que tamb�m expandiu em 20,4%.
Segundo Raimundo Leal, o setor ainda tem potencial de expans�o no futuro: “Um fator importante foi o relativo sucesso do ve�culo utilit�rio que foi lan�ado em 2019 e 2020, com crescimento de vendas muito expressivo. Isso contribuiu para uma recupera��o muito importante. � o setor que n�o normalizou e ainda n�o est� claro o que vai ocorrer no futuro. Ainda temos problema de suprimentos, o que gera gargalos. Ainda temos tido crescimento no volume de vendas, mas a recupera��o da produ��o de autom�veis em Minas foi r�pida e importante”.
No setor de servi�os, a expans�o de 31,5% no turismo foi o principal ponto positivo no estudo divulgado. J� o volume prestado �s empresas teve expans�o de 15,7%, enquanto os servi�os prestados �s fam�lias registrou varia��o positiva de 11,4%. O Valor Adicionado Bruto (VAB) dos servi�os no estado foi estimado em R$ 436,9 bilh�es, correspondendo a 8,3% do total gerado no Brasil.
Com�rcio
Por sua vez, o com�rcio teve expans�o de 5,5% em compara��o a 2020 e, na administra��o p�blica, a expans�o registrada para 2021 foi de 1,4%. “Prejudicada pelas estiagens prolongadas ao longo de 2021 e por geadas em algumas regi�es do estado, a atividade agropecu�ria teve retra��o de 8,4% em Minas Gerais. Apesar do resultado anual negativo, o n�vel de atividade do setor no estado aumentou 8,6% na compara��o do quarto trimestre de 2021 com o trimestre imediatamente anterior”, pontua Thiago Almeida.
Por sua vez, a produ��o de alimentos teve queda de 4,8% no estado frente a uma varia��o tamb�m negativa de 7,8% em todo o pa�s. “Com a redu��o do valor do benef�cio do aux�lio emergencial, percebemos essa queda no setor de alimentos. Tivemos um cen�rio muito inflacion�rio, com o aumento na ind�stria de alimentos”, explica o pesquisador.