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Estado de Minas ECONOMIA

Com alta nas commodities, FMI eleva proje��o do PIB do Brasil em 2022, mas reduz para 2023

Fundo reduziu expectativa de crescimento mundial em 2022 para 3,6%, uma queda de 0,8 ponto percentual em rela��o � previs�o de janeiro de 2022, quando guerra na Ucr�nia n�o havia ainda se iniciado.


19/04/2022 10:07 - atualizado 19/04/2022 11:25


Grão de soja na Bahia
Pre�o de commodities, como a soja, beneficia o Brasil no curto prazo (foto: Paulo Fridman/Corbis via Getty Images)

O Fundo Monet�rio Internacional (FMI) reviu para cima suas previs�es de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro em 2022, de 0,3% para 0,8%. A alta foi puxada pelo aumento nos pre�os no mercado de commodities - especialmente alimentos, os quais o Brasil produz e exporta.

O FMI v� um ganho de curto prazo n�o s� para o Brasil mas para todos os pa�ses exportadores de commodity, como Chile e �frica do Sul. R�ssia e Ucr�nia, juntas, s�o grandes exportadoras de petr�leo, g�s, fertilizantes, metais, milho e trigo, e seus estoques foram praticamente retirados do mercado com a eclos�o do conflito. Com menos oferta, o pre�o desses itens - e de outros que possam substitu�-los - sofreram uma alta internacional.

Por�m, a nova estimativa de crescimento para o Brasil representa apenas metade do que o �rg�o havia projetado em outubro de 2021, quando o fundo antevia um crescimento de 1,5% para o Brasil este ano.

Com o aumento acelerado dos juros pelo Banco Central no fim do ano, para conter a infla��o que ultrapassou os 10% em 2021, os economistas do FMI passaram a esperar por uma desacelera��o da economia brasileira.

Para o FMI, esta tend�ncia se mant�m como um fator importante para a economia nacional, at� porque o Brasil n�o est� imune � press�o inflacion�ria provocada pela guerra da Ucr�nia no setor de combust�veis, por exemplo.

Tanto assim que o ganho com os pre�os das commodities em 2022 n�o deve significar um crescimento sustentado de m�dio e longo prazo. Para 2023, o FMI corrigiu sua proje��o brasileira para baixo: projeta 1,4% de crescimento, contra 1,6% antevisto em janeiro, e 2% do relat�rio de outubro.

J� a taxa de desemprego deve variar pouco entre 2022 e 2023 e se manter em torno de 13%, prev� o FMI. No ano em que o Brasil ter� uma elei��o presidencial pela frente, o fundo afirma que "tanto em pa�ses emergentes quanto naqueles de economia desenvolvida, os aumentos dos pre�os dos alimentos e dos combust�veis podem aumentar significativamente o risco de agita��o social".

Guerra na Ucr�nia custou quase 1 ponto percentual de crescimento ao PIB mundial

Segundo o relat�rio do FMI, a guerra na Ucr�nia aprofundou ainda mais riscos e incertezas em um ambiente econ�mico mundial que enfrenta h� mais de dois anos os efeitos da epidemia de covid-19. Os recentes lockdowns na China, que interrompeu o funcionamento regular da metr�pole Xangai, reacendem a preocupa��o sobre novos transtornos em uma economia que ainda sente os impactos das ondas anteriores do v�rus nas cadeias de suprimentos globais.

A infla��o, que atingiu seu ponto mais alto em 40 anos tanto nos Estados Unidos quanto em alguns pa�ses da Europa Ocidental, deve receber um novo impulso com a guerra.

Nesse cen�rio, avaliam os economistas do �rg�o, a press�o inflacion�ria deve se manter alta por mais tempo do que o antecipado, diminuindo ainda mais as margens de pol�ticas monet�rias para os bancos centrais de boa parte do mundo.


Um membro das Forças de Defesa Territoriais guarda um posto de controle, na Praça da Independência, no centro de Kiev
Guerra na Ucr�nia aprofundou incertezas e riscos em uma economia global j� fortemente impactada pela epidemia de covid-19 (foto: Reuters)

O fundo reduziu sua expectativa de crescimento mundial em 2022 para 3,6%, uma queda de 0,8 ponto percentual em rela��o � previs�o do FMI em janeiro de 2022, quando a guerra na Ucr�nia n�o havia ainda se iniciado.

Em rela��o aos dois pa�ses diretamente envolvidos na guerra, o fundo antev� um futuro de dificuldades. No caso da Ucr�nia, em 2022, a economia deve encolher 35%, mas os economistas afirmam que o dado pode estar defasado, j� que � muito dif�cil antever o peso que as milhares de mortes, os milh�es de refugiados e a grande destrui��o da infraestrutura do pa�s significar�o para sua economia no curto, m�dio e longo prazo.

J� o PIB russo deve contrair 8,5% em 2022 e recuar 2,3% em 2023. "As restri��es de com�rcio e as san��es financeiras - incluindo a perda de correspondentes banc�rios, acesso de alguns bancos ao sistema de pagamentos SWIFT, e a interdi��o de ativos do banco central russo - e o embargo aos g�s e o petr�leo russos por algumas das grandes economias ter� um impacto severo na economia russa", analisa o relat�rio do fundo, divulgado em Washington D.C. nesta ter�a-feira (19/4).

O FMI nota ainda que a guerra na Ucr�nia pode acelerar um processo de "desglobaliza��o da economia", iniciado ainda durante a pandemia, o que levaria a perda de efici�ncia produtiva e a uma maior demora para que os pa�ses se recuperem de suas perdas causadas pelas ondas de covid-19.

O fundo salienta os impactos de movimentos como o fortalecimento do G7, o enfraquecimento do G20 e a aparente tentativa de R�ssia e China de se unirem em uma esp�cie de bloco alternativo ao mundo ocidental rico e exercerem cada vez mais influ�ncia e press�o sobre os pa�ses emergentes. Os economistas anteveem a possibilidade de uma din�mica disruptiva de com�rcio global em oposi��o ao que tem sido desenvolvido pelas na��es nas �ltimas d�cadas".

"A guerra tamb�m aumenta o risco de uma fragmenta��o mais permanente da economia mundial em blocos geopol�ticos com distintos padr�es tecnol�gicos, sistemas de pagamento e moedas de reserva. Tal 'deslocamento tect�nico' causaria perdas de efici�ncia, aumentam a volatilidade e representam um grande desafio para o quadro que tem governado as rela��es internacionais e econ�micas nos �ltimos 75 anos", analisa o relat�rio do FMI.

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