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Estado de Minas COMBUST�VEIS E INFLA��O

Aumento no diesel: como novo pre�o afeta o consumidor?

Nos �ltimos 12 meses, aumento acumulado no pre�o do combust�vel foi de 49%, o que afeta, ainda que indiretamente, toda a cadeia produtiva brasileira


09/05/2022 19:35 - atualizado 11/05/2022 10:04


Caminhoneiro colocando produtos no veículo
(foto: Victor Moriyama/Getty Images)

A Petrobras anunciou o aumento do pre�o do diesel em 8,87% nas refinarias a partir de ter�a-feira (10/5), o que significa uma mudan�a de 40 centavos no litro do combust�vel - de R$ 4,51 para R$ 4,91.

O aumento ocorre menos de dois meses ap�s a �ltima alta, em 11 de mar�o, quando o litro do combust�vel ficou 90 centavos mais caro.

Para o consumidor final - como caminhoneiros, transportadores de passageiros em coletivos - o reajuste deve chegar nas bombas aproximadamente na metade, com uma infla��o de cerca de 4,5%.

Mas conforme explicam os especialistas ouvidos pela BBC News Brasil, ainda que a popula��o n�o sinta o efeito diretamente em curto prazo, a alta deve, sim, ser repassada.

"O diesel j� havia subido 49% nos �ltimos 12 meses, ent�o qualquer reajuste que surja daqui pra frente pesa mais na estrutura produtiva", aponta Andr� Braz, coordenador do IPC (�ndice de Pre�os ao Consumidor) do FGV IBRE (Instituto Brasileiro de Economia da Funda��o Getulio Vargas).

O aumento tem pouco impacto no IPCA (�ndice Nacional de Pre�os ao Consumidor Amplo), medida usada para acompanhar tend�ncias de infla��o para o consumidor final.

"Mas quando se trata do IPA, �ndice que mede a infla��o ao produtor ind�stria e agricultura, o diesel tem um peso at� maior do que a gasolina. Isso porque todo o processo produtivo, desde o funcionamento das m�quinas agr�colas at� sistema de log�stica. Tudo que consumimos de bens ou servi�os tem o diesel como insumo em alguma magnitude", explica Carla Argenta, economista-chefe da CM Capital Markets.


Caminhões estacionados vistos de cima
No Brasil, produtos dependem do transporte que utiliza diesel para chegar � popula��o (foto: Douglas Magno/Getty Images)

Dessa forma, ainda que n�o seja de um dia para o outro, os custos devem chegar � popula��o. "O repasse n�o � necessariamente um para um, h� um espa�o de margem dos produtores ou respons�veis pelo frete e parte da infla��o pode ser dilu�da, mas o aumento � esperado porque as margens de lucro j� est�o comprimidas", diz Felipe Sichel, economista-chefe do Banco Modal.

Outro ponto que pode ser sentido pela popula��o geral � o aumento das passagens de �nibus.

"Sabemos o qu�o relevante � o transporte rodovi�rio e o transporte p�blico urbano aqui no Brasil, e como os �nibus s�o movidos a diesel, � mais uma press�o sobre o pre�o das passagens", aponta Sichel.

At� o momento, a alta das passagens n�o havia sido t�o significativa. O IPCA aponta aumento da de �nibus municipais em 1,2%, e para os intermunicipais e interestaduais, entre 1,5 e 2,5%.

"O caixa dos munic�pios e estados estava muito bem, arrecada��o por ICMS (Imposto sobre Circula��o de Mercadorias e Servi�os) surpreendeu positivamente, evitando que repassassem a alta do diesel via aumento de tarifas", explicou a economista Tatiana Vieira, da XP Investimentos, na �ltima semana.

Subs�dio do governo?

Na �ltima quinta-feira, o presidente Jair Bolsonaro (PL) usou as redes sociais para criticar a Petrobras e os pre�os dos combust�veis. Bolsonaro chamou o lucro obtido pela empresa (R$ 44,5 bilh�es no primeiro trimestre) de "estupro" e afirmou que a empresa n�o poderia mais aumentar o pre�o, ou "quebraria o Brasil".

O economista Felipe Sichel aponta que, agora, os olhares dos especialistas est�o voltados �s pr�ximas poss�veis movimenta��es do governo. "Agora � ver se de alguma forma o governo tentar� suavizar esse impacto por meio de aumento de subs�dio."

Na opini�o dele, caso ocorra, o efeito pode ser negativo. "Com a situa��o fiscal extremamente delicada na economia global e local, h� pouca capacidade de absorver choques. Tentar amenizar agora pode gerar infla��o pior no futuro, e via de regra, quanto mais r�pido os pre�os se ajustam, melhor a economia absorve o choque e se adapta. Dificultar a absor��o faz com que essa conta tenha que ser paga em algum lugar."

De acordo com Carla Argenta, uma das op��es seria tirar os "royalties" da Petrobras, dividendos da empresa destinados � Uni�o, para o subs�dio.

"N�o teria impacto nenhum na precifica��o da Petrobras, e poderia ser at� bom para o investidor que comprou a��es. Mas essa n�o deve ser uma alternativa usada pelo governo federal porque esses recursos j� v�o para d�vidas, o que resultaria em endividamento p�blico."

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