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Estado de Minas ECONOMIA

Pre�o das passagens de avi�o em alta

Pre�o m�dio do bilhete variou at� 45%, em fevereiro. IPCA-15 mostra maior alta dos bilhetes desde 2016


30/05/2022 04:00 - atualizado 29/05/2022 11:38

Avião da Azul decolando
Al�m de outros fatores, a Azul ressalta que a alta do d�lar e do combust�vel tamb�m influenciam nos valores das passagens (foto: Pixabay)

Quem embarcou de Belo Horizonte para Bel�m (PA) no dia 20 de abril e retornou no dia 27, pagou pelos bilhetes R$ 1.436. Na mesma companhia, o passageiro que embarcar na segunda-feira 30/5 e retornar sete dias depois, pagar� R$ 3.981,73. Mesmo considerando que o pre�o varia conforme a data da compra – quanto mais antecipada, menor o valor –, a diferen�a est� acima de 2.500 reais.

Levantamento do Kayak, plataforma de compara��o de voos, feito no m�s de mar�o em rela��o ao m�s anterior, indica que Florian�polis foi o destino com maior alta no pre�o m�dio da passagem, R$ 1.132 ( varia��o de 45%), seguido por Bras�lia R$ 956 (41%), S�o Paulo R$ 989 (40%) e Rio de Janeiro R$ 982 (40%). Belo Horizonte apresentou alta de 28%, com pre�o m�dio de R$ 888.

Na compara��o com fevereiro a Decolar.com mostra aumentos entre 16% e 40% em rotas origin�rias nos aeroportos de S�o Paulo (Congonhas e Guarulhos). De acordo com a plataforma, o bilhete de S�o Paulo ao Rio de Janeiro custava ao passageiro R$ 504,19 em m�dia em fevereiro,  passou a R$ 598,99 em mar�o, uma alta de 19%. Para Recife, passou de R$ 559,82 para R$ 783,57, alta de 40%.

Pandemia, desemprego, queda do poder de compra do cidad�o brasileiro, pol�tica de pre�os de combust�veis e alta do d�lar s�o alguns fatores apontados por especialistas e representantes do setor da avia��o para justificar a alta das passagens. Entre 1º de janeiro e  1º de maio, a alta do QAV (querosene de avia��o) aproximou-se dos 50%.

Representantes das companhias a�reas e do governo reconheceram o problema em audi�ncia das comiss�es de Infraestrutura (CI) e de Assuntos Econ�micos (CAE) do Senado, realizada em 5 de maio. O presidente da Associa��o Brasileira de Empresas A�reas (Abear), Eduardo Sanowicz, explicou que o querosene de avia��o subiu 209% desde abril de 2017, e o d�lar, 60%.



O gerente de Previs�o de Pre�os, Mercado e Vendas da Petrobras, Diogo Bezerra, alegou que os pre�os dos combust�veis em geral, assim como de outras commodities, s�o negociados internacionalmente e influenciados pelos balan�os globais.

Tamb�m ouvido, o conselheiro Gustavo Augusto Freitas de Lima, do Conselho Administrativo de Defesa Econ�mica (Cade), disse que a institui��o n�o tem o papel de tabelar pre�os dos produtos e servi�os, mas de dizer se o pre�o pago pelos consumidores � justo ou est� sendo inflado artificialmente.

“Nos �ltimos dez anos, investigamos mais de 20 cart�is, identificamos 15 cart�is no setor de �leo e g�s e foram aplicados mais de R$ 500 milh�es em multa.”

Passageiros na sala de embarque do aeroporto de Confins
Passageiros na sala de embarque em Confins: passagens para BH tiveram alta de 28% entre fevereiro e mar�o, segundo a plataforma Kayak (foto: Leandro Couri/EM/D.A Press)


O que dizem as empresas

As companhias a�reas Latam, Gol e Azul informaram que n�o comentam e nem fornecem informa��es de compara��o de pre�os.

“A Azul esclarece que os pre�os praticados na comercializa��o de seus bilhetes variam de acordo com uma s�rie de fatores importantes como trecho, sazonalidade, compra antecipada, disponibilidade de assentos, entre outros. Al�m disso, a companhia ressalta que a alta do d�lar e do combust�vel tamb�m s�o elementos que influenciam nos valores das passagens”.

A LATAM esclareceu em nota  que o pre�o das passagens a�reas segue sendo impactado pela escalada cont�nua do pre�o dos combust�veis no Brasil. Entre 1º de janeiro e  1º de maio, a alta no QAV chegou a quase 50% no Brasil e essa conjuntura afeta diretamente os custos de opera��o, a precifica��o das passagens e a pr�pria retomada do setor a�reo brasileiro.

Esse percentual de 50% ainda n�o reflete todo o aumento esperado no QAV para os pr�ximos meses, podendo afetar ainda mais os pre�os das passagens.

A GOL informou que n�o abre dados sobre precifica��o de trechos espec�ficos. A companhia adota o modelo de precifica��o din�mica. E a curva de precifica��o praticada pela GOL permite que os diferentes perfis de clientes tenham acesso ao transporte a�reo no pa�s, seja ele corporativo ou de lazer.

Este modelo faz com que as tarifas tenham oscila��o constante – considera a anteced�ncia de compra da passagem e a ocupa��o da aeronave – permitindo que, em contrapartida, os passageiros que n�o conseguem se planejar e necessitam adquirir de �ltima hora um bilhete tamb�m tenham op��es dispon�veis (muitos dos casos dos clientes corporativos, ou aqueles de viagens de emerg�ncia).

ANP e Petrobras

Em nota, a Ag�ncia Nacional de Petr�leo (ANP) declarou que os pre�os dos combust�veis s�o livres no Brasil, por lei, desde 2002.

“S�o fixados pelo mercado. N�o h� pre�os m�ximos, m�nimos, tabelamento, nem necessidade de autoriza��o da ANP, nem de nenhum �rg�o p�blico para que os pre�os sejam reajustados ao consumidor. Os reajustes s�o feitos pelo mercado, pelos agentes que nele atuam, como as refinarias (em sua maioria, da Petrobras), distribuidoras e postos de combust�veis.”

A ag�ncia disse que acompanha os pre�os dos combust�veis como forma de dar transpar�ncia aos valores praticados no mercado e publica um levantamento semanal que mostra os pre�os ao consumidor praticados pelos postos nos munic�pios e as m�dias nos estados e no Brasil.

Tamb�m atrav�s de nota, a Petrobras disse que os pre�os de venda de QAV da companhia para as distribuidoras buscam equil�brio com o mercado internacional e acompanham as varia��es do valor dos produtos e da taxa de c�mbio, para cima e para baixo.

“Essa l�gica econ�mica se aplica a outros tipos de commodities comercializadas no Brasil, e em economias abertas em geral, como, por exemplo, as commodities agr�colas (soja, caf�, etc.). A pr�tica de pre�os de QAV alinhados a refer�ncias internacionais � amplamente adotada em mercados a�reos de pa�ses desenvolvidos e tamb�m nos emergentes. Os ajustes de pre�os praticados pela Petrobras s�o mensais e definidos conforme f�rmula contratual negociada com as distribuidoras, mitigando os efeitos da volatilidade di�ria das cota��es internacionais e do c�mbio. Esta pr�tica perdura por cerca de 20 anos, sendo amplamente consolidada no mercado de avia��o.”

O setor a�reo registrou, em fevereiro, 5,5 milh�es de passageiros transportados em voos nacionais. Uma alta de 28% na compara��o com o mesmo per�odo de 2021 (4,3 milh�es), segundo dados da Ag�ncia Nacional de Avia��o Civil (ANAC). S�o os �ltimos dados atualizados da ag�ncia.

O Brasil contabilizou mais de 62,5 milh�es de pessoas voando pelo pa�s em 2021. O n�mero representa um crescimento de 20,4% na compara��o com o ano anterior, quando 51,9 milh�es de passageiros haviam trafegado pelos aeroportos do pa�s, mas ainda distante dos 119 milh�es transportados em 2019, um ano antes da pandemia.

IPCA-15 revela maior alta das passagens a�reas desde 2016

As passagens a�reas apresentaram uma alta de 18,4% somente no m�s de maio. A maior desde 2016, segundo o �ndice Nacional de Pre�os ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), divulgado na ter�a-feira (24/5) pelo Instituto Brasileiro de Gerografia e Estat�sticas (IBGE).

Em 12 meses, a alta foi de 89,19%, perdendo somente para cenoura, 146,31%.O grupo de transportes foi o que apresentou maior impacto positivo no c�lculo do �ndice, com crescimento de 1,8%, uma descelera��o em rela��o ao m�s de abril que foi de 3,43%, demonstrando que os bilhetes para viagens de avi�o fizeram movimento contr�rio aos demais �tens do setor.

A carestia das passagens fica mais evidente diante dos n�meros gerais, que apontam o IPCA de maio de 0,59%, 1,14 ponto percentual (p.p.) abaixo da taxa registrada em abril (1,73%). A maior varia��o para um m�s de maio desde 2016, quando o �ndice foi de 0,86%.

No ano, o IPCA-15 acumula alta de 4,93% e, em 12 meses, de 12,2%, acima dos 12,03% registrados nos 12 meses imediatamente anteriores. � a maior varia��o acumulada em 12 meses desde novembro de 2003, quando o acumulado foi de 12,69%. Em maio de 2021, a taxa foi de 0,44%.

Nos transportes (1,80%), a maior contribui��o veio das passagens a�reas (18,40%), cujos pre�os subiram pelo segundo m�s consecutivo (a alta havia sido de 9,43% em abril). Os combust�veis (2,05%) tamb�m seguem em alta, embora a varia��o tenha sido inferior � registrada no m�s anterior (7,54%).

A gasolina, em particular, subiu 1,24%, enquanto o etanol subiu 7,79%. Destaque  para o seguro de ve�culo (3,48%), que j� acumula 18,24% de varia��o no ano.

Segundo o IBGE, oito dos nove grupos de produtos e servi�os pesquisados tiveram alta em maio. A exce��o foi Habita��o (-3,85%).

A maior alta veio de Sa�de e cuidados pessoais (2,19%), que contribuiu com 0,27 pontos percentuais no �ndice do m�s. O maior impacto positivo, 0,4 pontos percentuais, veio dos Transportes (1,80%), que desaceleraram em rela��o a abril (3,43%), assim como aconteceu com alimenta��o e bebidas (1,52% em maio frente aos 2,25% do m�s anterior).

Os demais grupos ficaram entre o 0,06% de Educa��o e o 1,86% de Vestu�rio.

Dentre os itens e subitens de maior impacto no �ndice do m�s, destacam-se: produtos farmac�uticos (5,24%), com 0,17 p.p., higiene pessoal (3,03%), com 0,11 p.p.; passagem a�rea (18,40%), com 0,09 p.p.; gasolina (1,24%), com 0,08 p.p.; e etanol (7,79%), com 0,07 p.p.

Para o c�lculo do IPCA-15, os pre�os foram coletados no per�odo de 14 de abril a 13 de maio de 2022 (refer�ncia) e comparados com aqueles vigentes de 17 de mar�o a 13 de abril de 2022 (base). 

O indicador refere-se �s fam�lias com rendimento de 1 a 40 sal�rios-m�nimos e abrange as regi�es metropolitanas do Rio de Janeiro, Porto Alegre, Belo Horizonte, Recife, S�o Paulo, Bel�m, Fortaleza, Salvador e Curitiba, al�m de Bras�lia e do munic�pio de Goi�nia.

A metodologia utilizada � a mesma do IPCA, a diferen�a est� no per�odo de coleta dos pre�os e na abrang�ncia geogr�fica.


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