
Em comemora��o antecipada pelo Dia Mundial do Fusca (22/06), Anderson Alencar, conhecido como “Black”, tirou seu Volkswagen da garagem para participar da reuni�o. O carro, que s� anda a gasolina, est� custando cada vez mais caro para o ferrador de cavalos de 47 anos.
“� um carro que uso casualmente, para encontros e um evento ou outro, mas no dia a dia eu n�o rodo nele. Com o aumento de combust�vel, tudo acaba aumentando, tem um v�nculo. A manuten��o de carros antigos tem que ser melhor at� do que a dos carros do dia a dia porque como s�o pouco usados, as pe�as se desgastam mesmo estando paradas. N�o tem como correr, o fusca aqui � carburado, e a gente fica ref�m do combust�vel, a gasolina s� aumenta, � uma loucura, cada semana vem um valor”, disse.
Nos �ltimos 12 meses, a gasolina teve um aumento superior a 25%, acima da infla��o, nos postos mineiros. De forma geral, todos os derivados do petr�leo ficaram mais caros no �ltimo ano, com varia��es superiores ao acumulado do �ndice Nacional de Pre�os ao Consumidor Amplo (IPCA) do mesmo per�odo.
Manuten��o mais cara
A escalada de pre�os significa um hobby mais caro para os colecionadores de carros. Rodrigo Cunha trabalha com restaura��o de autom�veis desde a adolesc�ncia e explica que n�o est� mais caro apenas para dar uma volta com as m�quinas antigas, mas tamb�m para mant�-las.
“A gente que trabalha com a restaura��o est� vendo o pre�o dos insumos subir demais tamb�m, o valor da tinta, do �leo, das pe�as acompanha o pre�o do combust�vel. O consumo � o mesmo quando a gente vem ao encontro, mas se antes a gente gastava 100 reais de combust�vel h� cinco anos, voc� n�o anda nem metade hoje”, avalia.

Prisco Eduardo trabalha com a parte mec�nica de carros antigos e tamb�m percebe um aumento generalizado nos valores gastos para trabalhar com o setor. A bordo de um Gurgel 1987, ele reclama do pre�o da gasolina.
“Eu uso o carro durante o dia a dia, n�o tem o que fazer, tenho que p�r gasolina. O povo brasileiro n�o aguenta mais, o pre�o s� est� aumentando. Quem gosta de carro antigo quer um trabalho bem feito, mas fica caro. Material aumentou muito, o pessoal quer ter um hobby, mas n�o consegue”, comenta.

Impacto no pre�o final
Parte do charme do neg�cio da florista Daniela Bicalho est� no transporte utilizado para carregar plantas e flores para eventos dentro e fora do estado. Em uma Kombi 1997, ela circula entre compra e venda de mercadorias e o valor da gasolina acaba impactando diretamente na atividade.
“Eu vou aos fornecedores buscar plantas, muitas vezes fora da cidade, vou a Holambra (SP), a Tiradentes, fa�o entregas em domic�lio e participo de eventos. Essa semana j� fui a Tiradentes, S�o Jo�o del-Rei, fui a um evento no Belvedere e hoje estou aqui em Contagem”, conta.
S� nesta semana, Daniela j� gastou dois tanques de gasolina para trabalhar. O pre�o da gasolina obrigou a florista a colocar na balan�a a margem de lucro do neg�cio e o repasse dos custos para os clientes. Para manter o neg�cio funcionando, ela foi obrigada a cortar do pr�prio bolso.
“A gasolina mais cara afetou em tudo. O produto j� teve cerca de 400% de aumento nos �ltimos seis meses, muito em fun��o da log�stica e acaba que eu n�o consigo repassar isso para o cliente, fica invi�vel, ent�o eu absorvo. Estou com uma rentabilidade menor por conta da log�stica. Eu tamb�m n�o consigo me planejar a longo prazo, este ano � um ano de elei��o, est� todo mundo com uma incerteza em rela��o o que vai acontecer. Ent�o vamos vivendo semana por semana”, conclui.
