Mineiros come�am a receber parcelas do Aux�lio Brasil

 

O dia mal havia come�ado, e o desempregado Jo�o Roberto Justino, de 46 anos, j� era o primeiro de muitos que estavam ansiosos numa fila quilom�trica em uma das ag�ncias da Caixa Econ�mica Federal em Ribeir�o das Neves, na Regi�o Metropolitana de Belo Horizonte. Ao receber a primeira parcela de R$ 600 do Aux�lio Brasil, ele coloca tr�gua momentaneamente a uma preocupa��o que vem de meses e foi acentuada pela crise econ�mica e pela infla��o. 

 

Concedido pelo governo federal �s fam�lias mais vulner�veis, o benef�cio servir� para necessidades mais urgentes, como colocar comida dentro de casa, pagar contas e solucionar outras d�vidas que se arrastaram por meses.

 

 

Em Ribeir�o das Neves, onde o �ndice de Desenvolvimento Humano � um dos mais baixos de Minas Gerais (ocupa a a 329ª posi��o), pelo menos 25 mil fam�lias se cadastraram para receber o Aux�lio Brasil. A cidade � a terceira com mais benefici�rios no estado, atr�s de Belo Horizonte (104 mil) e Contagem (36,2 mil).

 

Jo�o Roberto chegou � ag�ncia antes das 7h e foi o primeiro a resgatar o benef�cio. Ele admitiu ter dificuldade para pagar as contas de �gua, luz e supermercado e convive com a falta de trabalho com carteira assinada h� pelo menos 12 anos. 

"De vez em quando, arrumo um trabalho tempor�rio para tentar colocar comida dentro de casa, principalmente o arroz e o feij�o. No outro dia, tenho que correr atr�s novamente. Mas n�o � nada certo. Tudo e muito sofrido", afirma Jos� Roberto, que trabalha como pedreiro h� d�cadas.

Em Minas Gerais, cerca de um 1,5 milh�o de fam�lias vivem ansiosamente � espera do Aux�lio Brasil. Algumas delas n�o conseguiram cadastro e lutam arduamente para receber o benef�cio de R$ 600, que ser� importante para garantir a tranquilidade nos meses seguintes.

Dos 18,13 milh�es de fam�lias que recebem o Aux�lio Brasil em julho de 2022, 5,21 milh�es residem no Sudeste. O n�mero corresponde a 28,7% do total. De acordo com o Minist�rio da Cidadania, foram investidos R$ 2,1 bilh�es em quase 1,7 mil munic�pios da regi�o para custear o benef�cio.

Para a desempregada Renilde Pereira de Jesus, de 41, a quantia se tornou um al�vio depois de momentos de preocupa��o com os gastos em casa, que tiveram aumento em virtude da infla��o. "� uma ajuda que faz uma falta enorme, pois moro sozinha com meu filho e estou desempregada h� um ano e meio. Os produtos tiveram aumento de pre�o e praticamente n�o sobra nada no restante do m�s. Estou tentando arrumar trabalho, mas tudo tem sido muito complicado", lamenta.

"Esses R$ 600 vieram como salva��o. Vou poder comprar muitas coisas", acrescenta.

 

 

Neimar Dias Brito, de 56, tamb�m chegou cedo � Caixa para resgatar o benef�cio. Ele contou que chegou a passar necessidade e foi socorrido gra�as � solidariedade de outras pessoas. "Tudo se tornou complicado nos �ltimos meses. Conto muito com a ajuda da fam�lia, dos amigos e da igreja para sobreviver. Mas temos que viver o dia a dia e n�o podemos pensar no amanh�."

Ele est� desempregado h� quatro anos. Trabalha como jardineiro, mas o servi�o est� escasso desde o in�cio da pandemia. Por algum tempo, Neimar recebeu as parcelas do aux�lio emergencial do governo, o que foi fundamental para garantir o sustento da fam�lia. Mas, como o governo federal suspendeu o benef�cio no ano passado, o drama se multiplicou.

"Minha esposa � deficiente e n�o pode trabalhar. J� estou numa idade mais avan�ada e � dif�cil conseguir emprego. Esse dinheiro � muito bem-vindo", argumenta. 

 

Thalia Rabelo, de 21, chama a aten��o pelo alto �ndice de vulnerabilidade no Brasil, com muitos sem ter o que p�r � mesa no almo�o. Para ela, o aux�lio significar� dias mais tranquilos. "Esse dinheiro vai ajudar muito a minha casa. Meu pai � falecido e minha m�e tem dificuldades para colocar dinheiro dentro de casa. Est� sendo muito complicado e n�o � s� na minha casa que vivemos isso. Muitas fam�lias est�o passando necessidades e pedem por ajuda no Brasil."