
A d�vida p�blica brasileira continuou em trajet�ria de queda em julho. Segundo o relat�rio de estat�sticas fiscais, divulgado pelo Banco Central (BC), a D�vida Bruta do Governo Geral fechou o m�s em R$ 7,22 trilh�es, o que representa 77,6% do Produto Interno Bruto (PIB). O percentual em junho era de 78% e, em maio, de 78,2%. Esse � o menor patamar desde o in�cio da pandemia de covid-19, em mar�o de 2020.
"Quando foi decretada a pandemia, o governo reduziu receitas e aumentou despesas emergenciais para combater a crise sanit�ria. Ent�o, podemos observar agora essa trajet�ria de redu��o", explicou o chefe do Departamento de Estat�sticas do BC, Fernando Rocha. A d�vida bruta � um dos indicadores monitorados por investidores e ag�ncias de classifica��o de risco para avaliar a capacidade de solv�ncia de um pa�s. Quanto maior a d�vida, maior o risco de calote.
De acordo com o BC, o setor p�blico consolidado (Uni�o, estados, munic�pios e estatais) registrou superavit prim�rio de R$ 20,4 bilh�es em julho — o melhor resultado para o m�s na s�rie hist�rica iniciada em 2001.
O principal respons�vel pelo saldo positivo foi o governo central, que teve superavit de R$ 20 bilh�es, com arrecada��o maior que as despesas. A receita l�quida cresceu 6,3%, em termos reais, na compara��o interanual, auxiliada pelo repasse de R$ 7 bilh�es de dividendos pela Petrobras.
Os estados e munic�pios tiveram saldo positivo de R$ 1,8 bilh�o, ante superavit de R$ 7,3 bilh�es em julho do ano passado. Apesar do desempenho positivo, as receitas pr�prias ca�ram 4% no m�s, principalmente com a perda de arrecada��o do Imposto sobre Circula��o de Mercadorias e Servi�os (ICMS), devido � limita��o da cobran�a sobre combust�veis. J� as estatais apresentaram deficit de R$ 1,3 bilh�o.
O resultado nominal do setor p�blico consolidado, que inclui o pagamento de juros, foi deficit�rio em R$ 22,5 bilh�es em julho. No acumulado em 12 meses, alcan�ou R$ 355,9 bilh�es, o equivalente a 3,83% do PIB — uma redu��o de 0,40 ponto percentual em rela��o ao computado at� o m�s anterior.
Para Gabriel Floriano, estrategista da Levante Corp, apesar de o superavit de julho trazer uma boa margem, � preciso avaliar a sustentabilidade da din�mica de diminui��o de despesas, especialmente em ano eleitoral. "Todos os candidatos se comprometem com alguma �ncora fiscal. Ent�o, para al�m desse dado, estamos olhando para o an�ncio de algum arcabou�o fiscal que possa trazer previsibilidade para as contas p�blicas", afirmou.