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Estado de Minas ECONOMIA

Seu bolso: aplica��es em renda fixa est�o cada vez mais rent�veis

Com a taxa Selic elevada, aplica��es conservadoras s�o boas op��es; no acumulado de 12 meses, ganham de lavada de investimentos arriscados


16/10/2022 13:53

moedas
(foto: Freepik )

Apesar de interromper o ciclo de alta da taxa b�sica da economia (Selic), na �ltima reuni�o do Comit� de Pol�tica Monet�ria (Copom), em setembro, o Banco Central vem dando sinaliza��es de que a Selic, atualmente em 13,75% - mesmo patamar de janeiro de 2017 -, dever� continuar elevada por um per�odo prolongado. Enquanto isso, os investimentos em renda fixa - que amargaram perdas durante o per�odo em que as taxas de juros reais (descontada a infla��o) chegaram a ficar negativas - est�o cada vez mais atrativos em rela��o �s aplica��es mais arriscadas, como a��es, ouro, d�lar, e criptomoedas, que lideram as perdas no ano.


Conforme levantamento feito pelo TradeMap, a taxa do Certificado de Dep�sito Interbanc�rio (CDI) - que acompanha a Selic e � refer�ncia para a maioria das aplica��es de renda fixa, como fundos DI, Tesouro Direto e Certificado de Dep�sito Banc�rio (CDB), acumula valoriza��o nominal (sem descontar a infla��o) de 9,35%, no ano, e de 11,14%, em 12 meses at� a �ltima sexta-feira (14). Enquanto isso, o �ndice Bovespa (IBovespa), principal indicador da Bolsa de Valores de S�o Paulo (B3), registrou alta de 6,92%, no ano, e perdas de 0,98%, em 12 meses. 

"Os investimentos em renda fixa possuem desempenhos, no acumulado em 12 meses, melhores do que os demais investimentos", destaca Einar Rivero, head comercial do TradeMap. Ele lembra que essas aplica��es conservadoras tiveram ganhos acima da infla��o oficial, medida pelo �ndice de Pre�os ao Consumidor Amplo (IPCA), de 7,17% no acumulado at� setembro. At� a caderneta de poupan�a, no m�s passado, voltou a ter ganhos de poder aquisitivo pela primeira vez em 24 meses.

Vale lembrar que a Taxa Referencial (TR) n�o est� mais zerada, aumentando o rendimento da caderneta. Quando a Selic est� acima de 8,5% ao ano, a poupan�a tem rendimento mensal de 0,50% mais TR. Pelas estimativas de Fabio Gallo, especialista em finan�as e professor da Funda��o Getulio Vargas (FGV), a caderneta, neste ano, dever� fechar 2022 com ganho real acima de 2%, porque poder� render 8% ou mais. "A poupan�a � segura, n�o paga Imposto de Renda e � �til para aquela reserva financeira para emerg�ncias do dia a dia", explica.

Emiss�es em alta


Conforme dados da Associa��o Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima), o volume de emiss�es em renda fixa cresceram 25,6% no ano, acumulando R$ 331 bilh�es de janeiro a setembro - o maior volume registrado at� o terceiro trimestre desde o in�cio da s�rie hist�rica da entidade, em 2014. Desse total, R$ 205 bilh�es foram emiss�es de d�vidas de empresas privadas, refletindo o bom momento dessas aplica��es mais conservadoras enquanto as demais registraram queda no mercado de capitais.

Os t�tulos do Tesouro Nacional tamb�m tiveram destaque entre os maiores rendimentos do ano. O IMA-Geral, indicador da Anbima que mede o retorno dos pap�is da d�vida p�blica, acumulou alta de 8% em 12 meses at� outubro, conforme os dados do TradMap. "Agora � um bom momento para aplicar em investimentos prefixados de tr�s a quatro anos", recomenda o professor de finan�as do Insper Ricardo Rocha.

"O momento � favor�vel para a renda fixa. Os juros subiram durante muito tempo e devem ficar em patamar elevado por um per�odo mais longo. E o que est� acontecendo agora � que, apesar da queda da infla��o a curto prazo, o Banco Central interrompeu a alta da Selic, mas sinaliza manter os juros mais altos por mais tempo, porque h� muita incerteza no ano que vem. N�o se sabe se os subs�dios que baixaram o pre�o da gasolina devem continuar no ano que vem e h� muitas d�vidas sobre o arcabou�o fiscal no pr�ximo governo", afirma Marcelo Cidade, economista da Anbima. Ele destaca ainda que, diante da perspectiva de um aperto monet�rio cada vez mais forte nos Estados Unidos e da continuidade da guerra na Ucr�nia, a tend�ncia � de muita volatilidade no mercado de a��es e de maior ganho na renda fixa.

Gallo, da FGV, lembra que, mesmo com a redu��o dos tributos sobre os combust�veis, ainda n�o d� para o Banco Central ficar tranquilo no controle da infla��o e, por isso, os juros devem continuar em patamares elevados. "Como os juros tamb�m est�o subindo em outros pa�ses, a Bolsa tende a sofrer muito ainda. Com isso, o mercado de renda fixa, que est� com os retornos mais altos, tende a se destacar, devido �s incertezas internas e externas", explica. O professor reconhece que, como v�rias aplica��es conservadoras apresentam rendimento acima de 12% ao ano, investimentos produtivos, como em infraestrutura, podem ser adiados devido ao retorno menor e ao risco muito maior.

Analistas reconhecem que o aperto monet�rio promovido pelo Banco Central desde mar�o de 2021, quando a Selic estava no piso hist�rico de 2% e os juros reais eram negativos, foi expressivo e contribuiu para a atratividade da renda fixa. A alta da Selic desde ent�o foi a maior em quase 20 anos.

Miguel Jos� Ribeiro de Oliveira, diretor executivo de estudos e pesquisas da Associa��o Nacional dos Executivos de Finan�as, Administra��o e Contabilidade (Anefac), refor�a que, com a expectativa de a Selic se manter est�vel at� a primeira metade de 2023, a renda fixa continuar� se destacando, "porque s�o aplica��es de baixo risco".

Especialistas orientam, entretanto, que � preciso escolher a que for mais adequada de renda fixa ao per�odo em que pretende investir, pois o Imposto de Renda � maior quando o prazo � menor. Al�m disso, � importante ficar atento �s taxas de administra��o do fundo, para elas n�o corroerem a rentabilidade junto com o imposto.

Para Camilla Dolle, head de renda fixa da XP Investimentos, � importante ficar atento �s deb�ntures de empresas privadas, porque algumas delas podem ser mais rent�veis do que a maioria das aplica��es tradicionais em renda fixa. Nesse caso, analistas tamb�m orientam o investidor a ficar de olho no perfil das empresas e na classifica��o de risco e fugir daquelas com notas muito baixas, apesar pagarem taxas altas. "De qualquer forma, agora, � um bom momento para aplicar na renda fixa e em t�tulos conservadores. Mesmo os t�tulos do governo est�o pagando taxas muito altas", diz a economista da XP.


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