Com recupera��o judicial da varejista, Moacir de Almeida Reis � um dos pequenos e m�dios empres�rios brasileiros que temem nunca receber o que avaliam que Americanas lhes deve. Americanas nega d�vida com a transportadora Forte Minas
A not�cia da entrada em recupera��o judicial da Americanas na quinta-feira (19/1) foi recebida com pesar num s�tio em Bonfim, cidade mineira a cerca de duas horas de Belo Horizonte.
Ali mora Moacir de Almeida Reis, de 62 anos, casado e pai de tr�s filhos. Moacir mudou para o s�tio por n�o conseguir mais se manter em Belo Horizonte.
Ele atualmente dirige um carro emprestado do filho, vende queijos e leite que compra dos s�tios vizinhos e tenta administrar com a esposa uma pequena lanchonete na capital mineira. No local, n�o h� funcion�rios, pois n�o h� dinheiro para contratar ningu�m. Para fechar as contas do m�s, Moacir e sua esposa contam com a ajuda dos filhos.
Diversas vezes no topo do ranking de excel�ncia da Direct — bra�o log�stico da Americanas, adquirida em 2014 da Tegma Gest�o e Log�stica —, a Forte Minas chegou a ter 29 filiais em Minas Gerais e expandiu sua atua��o tamb�m para o Esp�rito Santo.
No auge, a empresa faturava cerca de R$ 50 milh�es por ano, segundo os s�cios, e empregava diretamente 350 funcion�rios em Minas e outros 200 no Estado vizinho, contando ainda com uma rede de 700 a 800 "agregados", como eram chamados na companhia os trabalhadores terceirizados propriet�rios dos ve�culos e prestadores do servi�o de entrega.
Moacir e seus s�cios Jo�o Wanderlay de Oliveira J�nior e Carlos Henrique de Souza viram tudo isso ruir de um dia para o outro, ap�s, de acordo com eles, a Americanas romper repentinamente o contrato com a Forte Minas. Segundo os s�cios, o rompimento foi feito de forma unilateral e sem aviso pr�vio pela Americanas, embora o contrato entre as empresas — ao qual a BBC News Brasil teve acesso — estabelecesse um prazo de 30 dias de aviso.
Com 85% de sua receita ent�o dependente do grupo Americanas e, segundo o relato dos s�cios, R$ 7 milh�es em servi�os prestados e n�o pagos pela empresa de Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira, a Forte Minas entrou numa espiral de d�vidas que j� chegam a R$ 18 milh�es, de acordo com os empres�rios. A Americanas nega d�vida com a transportadora Forte Minas.
Sem dinheiro sequer para pagar os direitos trabalhistas dos ex-funcion�rios ou processar a Americanas pelos valores aos quais avaliam ter direito, os s�cios se veem atualmente afundados em cobran�as e processos judiciais. Perderam o sustento de suas fam�lias, bens pessoais e a sa�de — Moacir sofreu um infarto, Carlos enfrenta uma depress�o severa.
Agora, com a entrada da Americanas em recupera��o judicial ap�s a revela��o de uma inconsist�ncia de R$ 20 bilh�es no balan�o da empresa, eles temem talvez nunca reaver o dinheiro que acreditam que a varejista lhes deve.
As fam�lias de Moacir, Jo�o e Carlos s�o tr�s de milhares de fam�lias brasileiras afetadas pelo colapso financeiro da rede de lojas e e-commerce.
Criada em 1929 como uma lojinha de rua, a Americanas hoje emprega 44 mil funcion�rios e vende produtos de 150 mil lojistas em seu market place virtual, contando com uma rede de milhares de fornecedores, como foi um dia a Forte Minas.
Questionada pela BBC News Brasil, a Americanas afirma que se considera um credor do Grupo Forte Minas/Forte Vix, e n�o devedor, como alegado. "A companhia instaurou, em 2021, processo para cobrar os valores que entende devidos pela empresa de transporte", informou a Americanas em nota.
A Americanas optou ainda por n�o comentar a alega��o de que teria desrespeitado o contrato com a Forte Minas, ao supostamente romp�-lo de forma unilateral e sem o aviso pr�vio de 30 dias estabelecido em cl�usula contratual.
'Acabou'
"Eu lembro no dia que ele me contou da fal�ncia. A gente estava junto e ele falou: 'Acabou' e come�ou a chorar", lembra Bernardo Garcia, de 31 anos e filho de Moacir. "Eu n�o entendi na hora como que do nada [uma empresa acaba] — no dia anterior estava tudo bem."
Bernardo lembra que seu pai ficou muito abatido nos meses posteriores � fal�ncia, perdeu 30 quilos e infartou cerca de 3 ou 4 meses depois desse dia fat�dico, durante uma viagem de trabalho para fechar uma das filiais, ap�s a ru�na financeira da empresa.

'Na UTI, com ele muito fragilizado mentalmente e o s�cio dele em condi��o ainda pior, com crises de p�nico, eu dizia para o meu pai: 'Pai, a gente vai fazer alguma coisa, vamos conseguir alguma justi�a', diz Bernardo, filho de Moacir
Arquivo pessoal"O susto foi muito grande. Na UTI, com ele muito fragilizado mentalmente e o s�cio dele em condi��o ainda pior, com crises de p�nico, eu dizia para o meu pai: 'Pai, a gente vai fazer alguma coisa, vamos conseguir alguma justi�a para isso'", lembra Bernardo.
Mas, por dois anos, Bernardo ouviu do pai que era melhor deixar para l�, que tentar tomar alguma a��o contra a Americanas seria "mexer com cachorro grande" e n�o daria em nada.
"Para voc� ter uma no��o da gravidade da situa��o da nossa fam�lia e como aquilo me do�a, teve um dia que minha m�e comprou um amendoim de R$ 6 e ela chorou porque naquele dia ela teve dinheiro para comprar isso", afirma.
"Mas o ponto de virada para mim foi que meus pais j� n�o tinham carro pr�prio, nem casa pr�pria, e eles usavam uma picapezinha que era da empresa para fazer o caminho entre a ro�a e BH, trajeto que ele faz agora vendendo leite e queijo. E a� nesse trajeto, o carro parou na blitz e foi apreendido, por conta de processo trabalhista. Eles ficaram na estrada, chorando muito e se sentindo completamente humilhados", relata o filho do casal.
"Minha m�e pegou o telefone, chorando, e falou para mim: 'Olha onde a gente est�, olha o que essa empresa fez com a gente'. Aquilo me doeu demais e foi quando eu decidi que essa hist�ria precisava ser contada."
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A parceria entre Forte Minas e Americanas
Segundo Moacir de Almeida Reis, ent�o diretor de opera��es da Forte Minas, a empresa foi criada em 2015, com o prop�sito de atender o interior de Minas Gerais, uma regi�o com quase 15 milh�es de habitantes, mas carente de transportadoras.
O foco da empresa era a entrega de pequenos volumes do varejo virtual, que podiam ser feitas por uma pessoa s�, utilizando ve�culos pequenos, como uma Fiorino ou uma van.

Os s�cios Carlos (� frente) e Moacir com gerentes de filial, vestindo camisas da Direct, empresa do grupo Americanas
Arquivo pessoalA Direct, empresa de servi�os log�sticos para cargas e encomendas expressas do grupo Americanas, entrou na carteira de clientes em 2016, lembra Moacir.
A Forte Minas come�ou realizando entregas para a Direct no centro-oeste mineiro. Com os bons resultados apresentados, a parceria foi estendida para a Zona da Mata, no sudeste do Estado, depois para o Vale do A�o e o Tri�ngulo Mineiro.
"Fomos expandindo, at� fechar todo o Estado de Minas Gerais, sempre dando esse passo em fun��o do cliente", lembra o empres�rio. "Depois fomos convidados por eles tamb�m para assumir o Esp�rito Santo. Ficamos l� um ano e depois tudo ocorreu..."
Rumores de mercado
Com a empresa faturando � �poca cerca de R$ 4 milh�es por m�s e crescendo 30% ao ano, segundo relata Jo�o Wanderlay de Oliveira Jr., ent�o diretor comercial da Forte Minas, os s�cios n�o davam import�ncia a rumores de mercado de que a Americanas n�o teria sido leal com outras empresas do setor.
Em 2012, por exemplo, a Ramos Transportes, do empres�rio Marcelo Ramos, entrou em recupera��o judicial com uma d�vida de R$ 115 milh�es, ap�s a B2W — ent�o controladora das marcas Americanas.com, Shoptime e Submarino —, maior cliente da empresa, rescindir o contrato entre as partes.

Em 2012, a Ramos Transportes entrou em recupera��o judicial com uma d�vida de R$ 115 milh�es, ap�s a B2W %u2014 ent�o controladora das marcas Americanas.com, Shoptime e Submarino %u2014, rescindir o contrato entre as partes
Divulga��oCom a decis�o da Americanas, a Ramos Transportes — fundada em 1938 e ent�o h� mais de 70 anos no mercado — demitiu em um m�s 1,6 mil de seus 5,1 mil funcion�rios � �poca, encerrando opera��es no norte e sul de Minas, Rio de Janeiro e S�o Paulo.
O enxugamento, no entanto, n�o foi suficiente para sanear as contas da empresa, que enfrentou problemas operacionais, gerando transtornos e preju�zos a clientes, conforme noticiado pela ag�ncia Transporta Brasil e pelo jornal Estado de Minas � �poca.
A BBC News Brasil tentou contato com o empres�rio Marcelo Ramos da Ramos Transportes, sem sucesso.
"N�s conhec�amos essas hist�rias, mas nossa rela��o com a Direct sempre foi muito boa. Inclusive ela lan�ou um plano de premia��o por melhores entregas e nossas filiais todos os anos estavam entre os dez primeiros lugares", conta Moacir.

Um dos certifcados de excel�ncia recebido pela Forte Minas da Direct, ao longo dos anos de boas rela��es entre as empresas
Arquivo pessoalA virada na rela��o
"A virada nessa rela��o aconteceu em 2020", lembra o empres�rio. Naquele momento, a empresa operava h� cerca de tr�s anos sem reajuste de contrato. Os s�cios ent�o pleitearam um reajuste de 13% e conseguiram ao fim 8% de aumento, relatam.
O contrato com os novos valores chegou a ser assinado entre as partes mas, antes de passar a vigir, houve uma mudan�a na administra��o da Direct e, em vez do aumento de 8% acordado, a Forte Minas teria recebido um corte de 5% na sua remunera��o. A BBC News Brasil n�o p�de checar de forma independente esta informa��o relatada pelos s�cios da Forte Minas.
Questionado sobre por que aceitaram a redu��o de valores, Moacir conta que a Americanas ent�o representava parcela grande demais do faturamento da empresa, para que ela pudesse simplesmente romper o contrato.
"Ela ent�o representava 85% a 90% da nossa receita, era dif�cil tomar uma decis�o de interromper o servi�o e n�o trabalhar mais para eles, porque t�nhamos mais de 300 funcion�rios, 600 e tantos agregados e toda uma estrutura", conta Moacir.
Ele destaca que, a essa altura, a empresa havia sido estimulada pela Americanas a assumir a entrega de linha branca (geladeiras, fog�es, etc) na sua �rea de atua��o, o que elevou o custo mensal com aluguel de galp�es da Forte Minas de cerca de R$ 38 mil para R$ 800 mil. Assim, desfazer esses contratos de aluguel e demitir os funcion�rios teria custos proibitivos.

Armaz�m da Forte Minas em Curvelo (MG)
Arquivo pessoal"Ent�o, mesmo com o caixa da empresa apertado, decidimos aceitar [o corte de remunera��o de 5%] e refor�ar nosso comercial, para tentar compensar essa perda com novos clientes."
No meio dessa situa��o apertada, foi quando Jo�o entrou para a sociedade, comprando uma fatia de 20% do neg�cio. Ao assumir a diretoria comercial, Jo�o trouxe novos clientes e um desses novos grandes clientes comunicou o interesse em comprar a empresa.
Como o contrato com a Americanas dava a ela prefer�ncia para uma eventual aquisi��o, os s�cios comunicaram a ela a conversa em curso com a concorrente. A Americanas ent�o teria demonstrado interesse na aquisi��o, segundo o relato dos s�cios.
"Eles foram empurrando essa conversa at� o dia 29 de janeiro de 2021. Naquele dia, eles me ligaram umas 20h e falaram: 'A partir de amanh�, a Americanas n�o trabalha mais com a Forte Minas. Estamos retirando todas as cargas de voc�s'", conta Jo�o.
Mercadorias saqueadas e fal�ncia
Segundo Jo�o, sem respeitar o aviso pr�vio de 30 dias, no dia seguinte, a Americanas direcionou caminh�es aos armaz�ns da Forte Minas para retirada de mercadorias.
"Foi uma debandada geral nas 29 filiais, os agregados ligando para colegas que estavam com carga e mandando n�o entregar porque a empresa quebrou. E come�aram a saquear nossos galp�es, n�o deixando carregar os caminh�es da Direct. Os gerentes e funcion�rios nos galp�es perderam o dom�nio da situa��o e eles tamb�m se sentiam tra�dos pela companhia", diz Jo�o.
"Tivemos muita mercadoria saqueada devido a essa falta de aviso pr�vio e hoje a Americanas nos cobra a conta disso", afirma o diretor comercial.
Em meio a esse t�rmino ruidoso, a empresa tamb�m n�o conseguiu arcar com os direitos dos trabalhadores desligados e agora enfrenta um mar de processos trabalhistas.
"Ficamos sem recurso nenhum. Tentamos continuar at� julho, colocando na empresa todos os nossos recursos pessoais. N�o tivemos dinheiro nem para entrar em recupera��o judicial", diz Jo�o, que estima que a Americanas encerrou o contrato devendo R$ 7 milh�es em servi�os realizados e n�o pagos — o que a Americanas nega.
"Eu tenho 35 anos no mercado de transportes e hoje n�o tenho condi��es de sair na rua nem para procurar emprego. Todos os dias tenho no m�nimo dez liga��es de cobran�a e um oficial de justi�a batendo na porta. Minha vida, que sempre foi muito tranquila, virou um inferno", conta o executivo.
"Quando penso no rombo da Americanas e que os tr�s acionistas da empresa s�o alguns dos homens mais ricos do Brasil, e eu n�o consigo pagar a faculdade dos meus filhos e trazer comida para dentro de casa, sinto que fui feito de trouxa."

'Quando penso no rombo da Americanas e que os tr�s acionistas da empresa s�o alguns dos homens mais ricos do Brasil, e eu n�o consigo pagar a faculdade dos meus filhos e trazer comida para dentro de casa, sinto que fui feito de trouxa', diz Jo�o, um dos s�cios da Forte Minas
Arquivo pessoalUm hist�rico de rela��es agressivas com fornecedores
O caso da Forte Minas n�o � isolado. A Americanas tem um hist�rico de ser muito "agressiva" em suas negocia��es com fornecedores, afirma Andr� Pimentel, s�cio da consultoria Performa Partners, que trabalhou na reestrutura��o da Americanas no fim dos anos 1990, quando estava na Galeazzi & Associados. Antes disso, Pimentel atuou na PwC, atual auditoria da Americanas.
"O jogo de neg�cios — principalmente no varejo, que � um setor de margens muito apertadas — n�o � f�cil para ningu�m. Toda varejista procura maximizar a efici�ncia de sua opera��o e uma das formas � negociar com os fornecedores melhores condi��es", diz Pimentel.
"Mas quanto maior o varejista e menor o fornecedor, a rela��o de for�as traz um desequil�brio �s negocia��es e, algumas vezes, esses fornecedores se veem obrigados a aceitar determinadas condi��es que acabam sendo muito duras para eles", acrescenta.
"A Americana, historicamente, j� de muitos anos, traz essa cultura de apertar fornecedores para maximizar a rentabilidade", observa o consultor, acrescentando que essa � uma caracter�stica das companhias administradas pelo 3G Capital, empresa de investimentos de Lemann, Telles e Sicupira.

Carlos Alberto Sicupira, Jorge Paulo Lemann e Marcel Herrmann Telles, s�cios da 3G Capital, principais acionistas da Americanas
Divulga��oPor exemplo, enquanto o mercado pratica prazos de 30 a 90 dias para pagamento aos fornecedores, a Americanas chegava a 120, 180 dias para pagamento, cita o especialista.
Foi justamente nessa rela��o com os fornecedores que surgiu o rombo bilion�rio de R$ 20 bilh�es no balan�o da empresa. Numa opera��o financeira conhecida como "risco sacado", bancos pagavam os fornecedores e a Americanas conseguia um prazo maior para pagar ao banco, com juros.
O problema � que essa d�vida banc�ria n�o foi corretamente registrada no balan�o, que durante anos mostrou uma d�vida total menor e lucro e patrim�nio l�quido maiores do que a realidade. Quando isso veio � tona, as a��es da empresa derreteram na bolsa de valores e as disponibilidades de caixa diminu�ram fortemente, levando a Americanas � recupera��o judicial.
"Infelizmente, a Americanas nunca respeitou muito [seus fornecedores]. Ela sempre passou muito da linha da negocia��o justa. Hoje em dia se fala muito em rela��es abusivas e o que ela fazia era quase uma rela��o abusiva entre empresas", opina o consultor.
Situa��o dif�cil de ser resolvida
Carlos Deneszczuk, s�cio da Dasa Advogados e especialista em recupera��o judicial e reestrutura��o de empresas, avalia que a situa��o dos s�cios da Forte Minas � dif�cil de ser resolvida. Ele explica que, num processo de recupera��o judicial, h� quatro classes de credores.
A primeira s�o os trabalhistas. A segunda, credores com garantia (aqueles com d�vidas garantidas por im�veis ou bens m�veis, como m�quinas, equipamentos e estoques). Na classe tr�s, entram os credores quirografados: bancos e fornecedores. Por fim, na classe quatro, entram os pequenos e m�dios empres�rios.

'Provavelmente, ser�o anos para os credores [da Americanas] receberem', diz advogado especialista em recupera��o judicial
ReutersPara receber os valores que acreditam ter direito, diz Deneszczuk, os s�cios da Forte Minas precisariam mover a��o judicial para ter a d�vida reconhecida em senten�a. S� assim eles entrariam em uma das �ltimas classes de credores.
"Provavelmente, ser�o anos para os credores receberem, ou a d�vida ser� convertida em a��es da companhia, a depender do que for negociado. E certamente essa d�vida ter� um des�gio, porque � muito grande para o tamanho da empresa", diz o advogado, avaliando que o caminho para os credores ser� longo.
Bernardo, o filho de Moacir, afirma que, apesar do drama vivido por sua fam�lia, torce pela recupera��o da Americanas.
"A not�cia da recupera��o judicial tocou muito meus pais. Eles ficaram muito afetados e ainda mais inseguros, pois vai prejudicar ainda mais a situa��o de todos os credores se essa empresa vir � fal�ncia", diz o jovem.
"Ent�o eu tor�o pela recupera��o e por uma conscientiza��o. Essa recupera��o da Americanas tem que vir necessariamente com uma tomada de consci�ncia sobre a forma com que acontecem as rela��es capitalistas."
- Este texto foi publicado em https://www.bbc.com/portuguese/brasil-64380982
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