Imagem de vasilhas da marca Tupperware

O �ltimo relat�rio divulgado pela empresa mostrou uma queda de 18% nas vendas mundiais

SCOTT OLSON/GETTY IMAGES NORTH AMERICA/AFP
Mesmo com o an�ncio da Tupperware estar em risco de falir, revendedores da marca no Brasil est�o otimistas com a venda dos tradicionais potes no mercado nacional. Al�m da mudan�a no modelo dos neg�cios, o otimismo est� ligado principalmente ao afeto que consumidores t�m com a marca.

 

Nesta segunda-feira (10), o an�ncio de que a empresa poderia fechar sua opera��o fez as a��es despencarem na Bolsa. O �ltimo relat�rio de resultados da marca registrou uma queda de 18% tanto nas vendas mundiais quanto no total de revendedores e distribuidores. Para consultores em posi��o de lideran�a ouvidos pela reportagem, apesar de o alerta feito pela empresa ser preocupante, o mercado nacional de Tupperware n�o est� sendo afetado pela declara��o.


Os profissionais tratam a opera��o do conglomerado de potes no Brasil como uma entidade separada da matriz. "Nos Estados Unidos, por exemplo, h� uma cultura de fast food, ent�o n�o tem porque eles terem potes [do tipo Tupperware] em casa. O Brasil tem a cultura de cozinha, de ter sobras", disse Fl�via Maciel, lideran�a de consultores da Tupperware.

 

Mesmo que a paix�o do brasileiro por potes do tipo tenha nascido do h�bito de cozinhar al�m da conta, o modelo de vendas no Brasil continua com a tradi��o estadunidense de fazer reuni�es com clientes – agora no modelo online, gra�as �s redes sociais. Grupos no Facebook especializados na venda dos produtos da marca chegam a ter 80 mil membros entre revendedores e consumidores.

 

Para os consultores, as redes sociais e aplicativos de mensagens, como WhatsApp, aumentam o alcance e facilidade das vendas.

 

M�nica Landim, consultora da marca desde 2005, diz que hoje suas vendas v�m 97% das redes sociais. Para ela, isso permite uma dedica��o maior com o modelo de neg�cios. Com a declara��o da empresa americana, muitos usu�rios no Twitter disseram que aguardam as promo��es come�arem e que n�o est�o surpresos com o risco de fal�ncia devido ao pre�o dos produtos.

"Tupperware vicia", afirma Eliana Amaral, revendedora da marca h� dez anos. Segundo ela, trabalhar com a revenda dos potes � est�vel porque o produto possui uma clientela fiel, que compra ao menos um a cada novo cat�logo que ela recebe. Vanusa Oliveira tem uma heran�a afetiva pelos potes. Seu primeiro contato com a Tupperware foi pela m�e, ainda na inf�ncia.


Ela procurou se tornar uma representante para atender sua vontade de ter os produtos depois de aposentar-se como professora.

Maria Feitosa dos Santos � outra cliente fiel. Ela guarda potes que comprou h� 35 anos. A irm� se tornou revendedora e apresentou a ela os produtos da marca. Desde ent�o, virou cliente fiel.

 

Em m�dia, ela gasta de R$ 150 a R$ 250 por m�s com "tupperwares", que virou sin�nimo dos potes de pl�stico. Bruna Feitosa dos Santos, filha de Maria, tamb�m tem gosto pelos potes. Diferentemente da m�e, ela virou cliente da marca h� seis anos e j� tem uma cole��o de cerca de 30 unidades. "Quando minha filha casou, a gente dividiu os meus potes e at� falou que era a heran�a da fam�lia", conta Maria.