Nesta quarta, a autoridade monet�ria dos EUA anunciou uma alta de 0,25 ponto em sua taxa de juros
Nesta quarta, a autoridade monet�ria dos EUA anunciou uma alta de 0,25 ponto em sua taxa de juros. Embora seja a oitava eleva��o consecutiva, ela representa uma desacelera��o do ritmo de aperto monet�rio da institui��o —� a menor desde que o ciclo de alta foi iniciado, h� dez meses. Na reuni�o anterior, a alta havia sido de 0,5 ponto.
O Ibovespa fechou em queda de 1,20%, a 112.073 pontos. A queda do �ndice foi atenuada pelo fluxo de capital externo ap�s a divulga��o do Fed.
A queda dos indicadores reflete ainda uma rea��o positiva do mercado ao discurso mais duro do chefe do BC americano, Jerome Powell.
Decis�o do Banco Central
Gustavo Neves, especialista em renda vari�vel da Blue3, afirma que a decis�o do BC americano ficou dentro das expectativas, mas que chama a aten��o a sinaliza��o de que, apesar do al�vio recente, a infla��o permanece alta nos EUA.
No comunicado que acompanhou a decis�o, o Fed afirmou que "a infla��o diminuiu um pouco, mas continua elevada". A autoridade monet�ria americana disse ainda que a economia do pa�s est� desfrutando de "crescimento modesto" e ganhos "robustos" de empregos e que as autoridades do banco permanecem "altamente atentas aos riscos de infla��o".
"O Comit� [de pol�tica monet�ria] antecipa que os aumentos cont�nuos na meta ser�o apropriados para atingir uma postura de pol�tica monet�ria que seja suficientemente restritiva para retornar a infla��o para 2% ao longo do tempo", acrescentou o Fed, que elevou a taxa para uma faixa entre 4,50% e 4,75%.
Os principais �ndices de Wall Street perderam terreno imediatamente ap�s o comunicado do Fed e ficaram vol�teis por um tempo at� o discurso de Powell, quando come�aram a se recuperar.
O S&P 500 ganhou 1,05%, para 4.119,49 pontos. O �ndice de tecnologia Nasdaq avan�ou 2,00%, para 11.816,44 pontos. O Dow Jones subiu 0,05%, para 34.101,79 pontos.
"N�o houve nenhuma surpresa na redu��o de juros, para intervalo de 4,50% a 4,75% ao ano. Embora o discurso do Powell ainda tenha tido apontamento duros no sentido do combate � infla��o, essa redu��o na magnitude nessa eleva��o de juros indica que o Fed est� bem pr�ximo do fim da eleva��o de juros nos Estados Unidos", afirma Camila Abdelmalack, economista-chefe da Veedha Investimentos.
Infla��o de servi�os
A analista ressalta que o chefe do Fed deixou claro que a porta ficou aberta para uma eleva��o residual na pr�xima reuni�o, que acontece em fevereiro.
"Um ponto importante que o Fed dever� ter no radar � a infla��o de servi�os, pois ela � bastante impactada pelo mercado de trabalho. Este continua bastante aquecido com uma taxa de desemprego girando em torno de 3,5% h� alguns meses. Caso o mercado de trabalho continue nessa trajet�ria � poss�vel termos uma leve press�o sobre os pre�os de servi�os pela frente", diz o economista-chefe da Suno Research, Gustavo Sung.
"Em nosso cen�rio, a taxa de juros norte-americana deve encerrar o ciclo de alta ainda neste ano em 5,0%-5,25% a.a.", afirma Sung.
Leia tamb�m: Banco Central alerta para piora das expectativas de infla��o
Bancos, Vale e Ambev
No Brasil, investidores operaram atentos � primeira reuni�o do Copom (Comit� de Pol�tica Monet�ria) sob a presid�ncia de Luiz In�cio Lula da Silva (PT), que ocorreu ap�s o fim do preg�o. O Banco Central brasileiro decidiu manter a Selic em 13,75% ao ano.
Na expectativa para a reuni�o, os juros fecharam em leve alta. Os contratos para 2024 subiram dos 13,52% do fechamento desta ter�a-feira (31) para 13,53%. Para 2025, os juros recuaram de 12,79% para 12,78%. Para 2027, a taxa ficou em 12,77%.
A aposta na manuten��o da Selic tamb�m puxou para baixo as a��es de bancos, em preg�o marcado por cautela e avers�o ao risco e com Vale, Ambev e BTG pressionando a queda.
A Vale liderou as perdas em meio a resultados de produ��o abaixo do esperado no quarto trimestre, segundo an�lise da Bloomberg. J� os pap�is do BTG ca�ram em meio a atritos com a Americanas —o banco � credor da varejista, em recupera��o judicial ap�s revela��o de um esc�ndalo cont�bil.
As a��es da Ambev, por sua vez, ca�ram 3,59% ap�s uma entidade de concorrentes da cervejaria acusar a exist�ncia de uma d�vida tribut�ria bilion�ria. A not�cia foi publicada pela revista Veja. A Ambev nega qualquer irregularidade.
A empresa � controlada pelos s�cios da 3G Capital —Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira—, que tamb�m s�o acionistas de refer�ncia da Americanas.
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