Imagem da fachada de um prédio da Oi

O novo pedido � uma forma de tentar equilibrar as contas da empresa

Foto: Reprodu��o
Em uma nova tentativa de equilibrar as contas, a operadora Oi formalizou �s 23h51 desta quarta (1º) o seu segundo pedido de recupera��o judicial. No novo pedido, a Oi declara ter um R$ 43,7 bilh�es em d�vidas. Dessas, R$ 1 bilh�o � classe 1, como s�o chamadas as trabalhistas.


A solicita��o veio menos de tr�s meses ap�s o an�ncio do encerramento da primeira recupera��o judicial da companhia, em dezembro de 2022. O novo pedido era aguardado pelo mercado em raz�o das movimenta��es recentes da empresa.


No in�cio de fevereiro, a Oi obteve na Justi�a do Rio de Janeiro uma medida cautelar que protegeu a operadora, por 30 dias, do bloqueio de ativos por credores. A companhia tamb�m buscou prote��o similar na Justi�a de Nova York.

Em comunicado direcionado ao mercado, a Oi disse nesta quinta-feira (2) que o pedido de recupera��o judicial "demonstrou-se a medida mais adequada para a companhia e suas subsidi�rias neste momento".


Segundo a empresa, h� negocia��es que seguem em andamento com credores e "pontos negociais ainda sujeitos � concord�ncia entre as partes".

"O ajuizamento do pedido de Recupera��o Judicial � um passo cr�tico na dire��o da reestrutura��o financeira e busca da sustentabilidade de longo prazo da Companhia e de suas Subsidi�rias, e a Companhia reafirma que continuar� mantendo regularmente suas atividades [...]", afirmou.

 

Em um processo de recupera��o judicial, uma empresa pode deixar de pagar os credores por algum tempo, mas precisa apresentar um plano para acertar as contas e seguir operando depois. Em caso de fal�ncia, os ativos s�o vendidos para levantar dinheiro para o pagamento das d�vidas da companhia, que deixa de existir.


A Oi entrou com o primeiro pedido de recupera��o judicial em junho de 2016, no Tribunal de Justi�a do Rio de Janeiro, depois de acumular uma d�vida bruta de aproximadamente R$ 65 bilh�es, com mais de 55 mil credores. O plano s� foi aprovado pela Justi�a em fevereiro de 2018.


Nas �ltimas semanas, bancos fizeram uma ofensiva contra a Oi na Justi�a. O movimento contestou a cautelar que protegeu a empresa dos resgates de credores.


Na vis�o dos bancos, a primeira recupera��o judicial ainda n�o foi formalmente conclu�da, j� que a senten�a de encerramento ainda n�o transitou em julgado (etapa final do julgamento). Por isso, o pedido de prote��o seria inconsistente.


No dia 15 de fevereiro, a Oi saiu em defesa de seu projeto de reestrutura��o. Em nota, a empresa disse na ocasi�o que cumpriu todas as obriga��es do plano da primeira recupera��o judicial. Por�m, afirmou que o processo de reestrutura��o n�o estava completo, precisando de a��es adicionais.


Como mostrou a Folha de S.Paulo, uma segunda recupera��o judicial � rara, e a Oi deve encontrar mais dificuldades do que na anterior, conforme analistas. Essa proje��o est� associada ao fato de a empresa ter agora menos ativos para vender.

Al�m disso, uma nova crise em pouco tempo aumentaria a desconfian�a dos agentes em rela��o ao futuro dos neg�cios.